ABRINDO A PORTEIRA.
A música.
Ela deve fazer parte do nosso dia a dia, seja até mesmo as barulhentas. Claro, minha geração é mais lenta, e por tal não esquenta. Creio que ela viveu tão pouco tempo, por não ter acesso à música do rádio, já que ao nascermos somente tínhamos as galenas, que nem vou gastar letras descrevendo-as, os curiosos que cliquem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Galena . Nossa música era o cantar dos pássaros, o escorrer das águas, e a melodia do vento. Hoje muita coisa se acabou, mas há evolução, pois estamos nos deslocando e assistindo a vida, coisa que minha geração não conseguiu. Há evolução e desafio os céticos provarem o contrário. A vida continua bela, florida e cantante, basta cuidar da saúde, buscar segurança e absorver cultura. Vivamos! Dando o devido valor ao dinheiro.
GALPÃO.
Um encontro.
Outro dia me encontrei com um amigo e irmão lá de São Lourenço do Sul, terra de encanto e poesia. Ele se chama Pandiá Cardoso, a quem o Grande Criador ofertou o dom de uma bela voz, grave e melodiosa. Sou ligado em vozes graves, no destaque à Andéa Bocelli.
Com a devida autorização do Pandiá publico abaixo a música que ele canta, a letra de Léo Ribeiro e musicada por Adão Quevedo da Silva. O disco será lançado no dia 30 de abril próximo, em São Lourenço do Sul.
Apreciem a bela letra da poesia de Léo Ribeiro:
Com a devida autorização do Pandiá publico abaixo a música que ele canta, a letra de Léo Ribeiro e musicada por Adão Quevedo da Silva. O disco será lançado no dia 30 de abril próximo, em São Lourenço do Sul.
Apreciem a bela letra da poesia de Léo Ribeiro:
Sorvo do estribo o último mate deste domingo
que foi bem lindo, de prosas brandas e sem alarde.
O sol se pondo, as curucacas vindo pras casas,
tropéis de asas sonorizando um fim de tarde.
O teu silêncio é quase um grito pra que eu não vá
e vem de lá da estrada longa rojões de ventos.
Tudo se aninha pra que eu apeie e solte o pingo.
porque um domingo pra tanto amor é pouco tempo.
Mate do estribo (mate do adeus) é o mais amargo,
em tragos largos eu vou sorvendo bem aos pouquinhos.
Tal qual a seiva que agora mata a minha sede
teus olhos verdes eu vou levar pelos caminhos.
Mate do estribo (mate do adeus) é o mais amargo,
em tragos largos eu vou sorvendo bem aos pouquinhos.
Tal qual a seiva que agora mata a minha sede
teus olhos verdes eu vou levar pelos caminhos.
Por estes dias só vou beber mates de espera,
pelas tigüeras, pelos varzedos, pelos galpões,
e um mate doce com a vó bugra, só por lembrança,
da minha infância que foi embora com as ilusões.
E quando a noite se vier pro rancho com seu negrume
tendo por lume um fogo grande que sobe a esmo
na solitude que me arrincona onde nasci
pensando em ti vou chimarrear comigo mesmo.
Mates do estribo... já sorvi muitos por toda a vida
as despedidas andam comigo desde menino
porém agora que encontrei a
flor-do-campo
os seus encantos hão de mudar o meu destino.
Que passe logo esta semana cá nestes fundos
onde meu mundo não vai além deste horizonte
porque o domingo é o dia santo que me acalma
bebendo a água mais
clara e pura de tua fonte.