domingo, 14 de junho de 2015

Boletim 226.

ABRINDO A PORTEIRA.

 Café Aquários - Pelotas.
Deveria ser chamado "O coração de Pelotas". A foto foi tirada a esmo, sem outra pretensão, além de guardar o momento, onde tomei do seu excelente café, que me fez lembrar daqueles de minha Mamãe, passado no saco de café. Nada de modernismo, eles mantém a tradição. Depois foi ouvir a conversa de três velhos pelotenses falando de tempos passados, contando das carruagens, e riquezas da época, pois Pelotas foi sem sombra de dúvidas, a cidade mais rica do nosso Rio Grande do Sul. Seus filhos estudavam em Paris, e ao retornarem trajavam diferente, com elegância requintada e primorosa educação. Não podia dar outra, seus conterrâneos invejosos lhes deram o pior dos apelidos. Prestem atenção na foto tirada a esmo, e notem que ainda hoje eles portam certa elegância. Adoro Pelotas, hoje morada de meus netos, que ali aprimoram seus estudos.
 
GALPÃO.
 
Posto da Fazenda da Quinta, num ano que perdi, mas foi na década de 70. Sentado o meu saudoso e querido tio Adolfo Azambuja, irmão do meu Papai. Ele havia me pedido a foto, para guardar a lembrança dos dois velhos que lhe rodeiam, o da sua esquerda meu Galo Velho, de onde recortei a foto que enfeita meu blog. Pois os dois velhos guardaram a sua lembrança, vindo ele a falecer pouco tempo depois.  
  
HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
 
Marcações V.
Se navegar é preciso vou dar uma navegada. Vamos usar a imaginação, onde projeto 20 ou 30 peões naqueles momentos de marcação na Fazenda da Quinta. Digo isso por conhecer as instalações que ainda hoje existem, em ruínas é verdade, as quais abrigavam os campeiros. Vários quartos, salão de fogo de chão e de chão batido, muito grande, onde facilmente poderiam dormir nos pelegos. Além deles tinha os da Casa Grande, patrão, capataz (que era o filho mais velho) e outros filhos e amigos, pois todos encilhavam e dividiam parelho o trabalho com a peonada. Estou navegando nos primórdios do século XX, quando o arroz ainda não havia amanhecido. Tudo era pecuária. Uma pecuária insipiente onde os urubus viviam em bandos, tamanho eram os seus banquetes nas várias carniças. A cavalhada era a grande riqueza, naquele tempo de revoluções e guerras entre irmãos. A Fazenda da Quinta tinha tanto cavalo, que foi necessário matar grande parte à tiros (fato já relatado em boletins anteriores), quando após 1932, última revolução à cavalo, os bovinos passaram a ter valor, com os campos sendo drenados para a lavoura de arroz, transformando os banhados em verdadeiras pradarias.
Já vou soltando das redes, com a promessa de voltar ao tema. 
 
FECHANDO A PORTEIRA.
Já falei que meu cavalo anda solto das patas, e pouco atende das rédeas.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”