segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Boletim 245

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
A arte de concordar.
Depois de muitos anos com problemas auditivos, tinnitus, zoeiras, tonteiras, audição confusa, me dei conta que tenho concordado demais. Fica ruim pedir repetição daquilo que nos dizem, principalmente sentindo aquele olhar de desprezo: “o cara ainda é surdo!”.  Então o melhor é concordar.
         Tirei daí alguns ensinamentos. Tenho sido mais agradável às pessoas. Elas se sentem felizes com minhas concordâncias. Quando o assunto é política então, sinto-me o mais admirado dos cristãos. O outro fica pensando que estou do lado dele. No futebol e religião é a mesma coisa. Em família muito melhor, afinal os filhos e os netos já estão criados, e com eles a comunicação é com o coração.  
         Certa feita, depois de ouvir uma longa confidência de um grande amigo lhe respondi: “Olha, fui teu muro de lamentações, espero que tenha sido proveitoso o teu desabafo. O principal será refletires sobre tuas próprias palavras, pois a solução está dentro de ti mesmo. Eu não saberia agir por ti. E para tua segurança, saiba que guardarei sigilo”. Creio que minhas concordâncias surdas funcionam da mesma forma. As pessoas têm necessidade de expor seus pontos de vista, e ao fazê-lo já trazem suas razões formadas, que serão para elas muito melhores que as minhas. Contrariá-las resultaria em conflito. É pensando nisto que te sugiro não discutir. Se o cara estiver com a razão, dá para concordar, e se estiver errado, pouco ou nada irá adiantar tua discordância. O brabo é ficar surdo e concordando com o cara te ofendendo. 

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”