sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Boletim 242.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
A chuva.
Certamente eu não poderia viver na "caatinga" nordestina, que sempre me soou como um lugar fedorento, além de seco. Então viva o nosso Rio Grande do Sul molhado, mesmo que por certas vezes fique molhado demais. A chuva sempre me encantou. Eu que vivi na várzea de Camaquã, quando não havia os drenos do DNOS, estradas e quem dirá, pontes nos arroios, ficávamos ilhados dois ou três meses na fazenda. Costumava apreciar a chuva batendo nos vidros da janela, correndo no pátio, onde sonhava em construir meus açudes de brinquedo. Até mesmo semeava lavouras imaginárias de arroz, acompanhando o sonho fugaz de meu Papai. Na casa grande a lida continuava a mesma, na preocupação de alimentar tantas bocas, enquanto no galpão a peonada se acotovelava ao redor do fogo de chão, mateando e contando causos de pencas campo à fora, e gineteadas brabas e enfeitadas. Mas, aqui para nós, essa chuva não tem dado tréguas! Não tem respeitado nem mesmo a "estiada do meio dia", além de chover por quase uma semana. Nossa oração para que Deus proteja os pobres ribeirinhos.
Mas lembrem, nascerá um novo dia, o mesmo Sol irá nos acalentar.
(fotografia do meu Irmão Alex Haas).
Observação - Tenho recebido reprimendas por dizer que "caatinga" lembra um lugar fedorento. Quem diz é o dicionário Aurélio - "catinga = bodum (fedor de bode)". Disseram-me que lá tem muito bode, talvez seja por isso. Jamais irei conferir.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”