ABRINDO A PORTEIRA.
A VARIG.
Já tratei do assunto, quando contei a história do "Atlântico", primeiro hidroavião da Varig, ligando Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, voando sobre a Lagoa dos Patos. Otto Meyer foi o fundador da Varig, e junto com o primeiro funcionário dela, Rubem Berta, remavam o barco que levava os passageiros para o embarque lá na Ilha Grande dos Marinheiros. O primeiro voo foi em 3 de fevereiro de 1927, marcando o primeiro voo comercial no Brasil. Além dos dois pilotos tripulava um piloto-mecânico, que fazia reparos nos motores Roll Royce em pleno voo. O tempo de voo entre Porto Alegre e Pelotas era em torno de duas horas.
Certamente evoluímos muito.
Já tratei do assunto, quando contei a história do "Atlântico", primeiro hidroavião da Varig, ligando Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, voando sobre a Lagoa dos Patos. Otto Meyer foi o fundador da Varig, e junto com o primeiro funcionário dela, Rubem Berta, remavam o barco que levava os passageiros para o embarque lá na Ilha Grande dos Marinheiros. O primeiro voo foi em 3 de fevereiro de 1927, marcando o primeiro voo comercial no Brasil. Além dos dois pilotos tripulava um piloto-mecânico, que fazia reparos nos motores Roll Royce em pleno voo. O tempo de voo entre Porto Alegre e Pelotas era em torno de duas horas.
Certamente evoluímos muito.
GALPÃO
TEIMOSIA DE AZAMBUJA
– II
A
fazenda mãe da família Azambuja foi a Invernada, localizada às margens do Banhado do Colégio. Local de difícil acesso, por seus campos alagados inverno e verão. Ali nasceu a geração de meus avós, pai e
tios.
Um terrível Sol de verão fazia calar os pássaros, e tremer o horizonte sem fim da grande vázea. Na frente da estância, na sombra de um cinamomo, o chimarrão corria de mão em mão, na busca de aplacar a sede daquele velho Coronel Ney, e seus filhos, entre eles meu tio Neyzinho. O açude ali perto refletia o brilho forte do Sol, emoldurado pelos galhos caídos dos salsos chorões da pequena ilha. Contemplando o calmo das águas, o Cel. Ney disse:
- Olhem que grande jacaré boia ali no açude.
Um terrível Sol de verão fazia calar os pássaros, e tremer o horizonte sem fim da grande vázea. Na frente da estância, na sombra de um cinamomo, o chimarrão corria de mão em mão, na busca de aplacar a sede daquele velho Coronel Ney, e seus filhos, entre eles meu tio Neyzinho. O açude ali perto refletia o brilho forte do Sol, emoldurado pelos galhos caídos dos salsos chorões da pequena ilha. Contemplando o calmo das águas, o Cel. Ney disse:
- Olhem que grande jacaré boia ali no açude.
-
Aquilo não é jacaré, é toco Papai. Retrucou tio Neyzinho.
Não
é necessário dizer que se armava um circo. É toco. É jacaré. Não é
jacaré. É toco. Entrou mais parente na teima e ferveu o angu. A coisa
esquentava e já era um griteiro. No meio do rebuliço tio Neyzinho, desrespeitando o próprio calor, saiu de mansinho na direção do galpão retornando
encilhado no seu tordilho cabos negros, já com o laço armado. Foi um tiro
certeiro na “coisa”. Ninguém se animava a chegar pra beira do açude, pelo
desconforto do dia. Veio então de arrasto para a beira do aramado, onde se
incorporaram as noras, netos e empregados do severo caudilho, um grande e
lustroso toco, para a contemplação dos teimosos. Tio Neyzinho berrou:
-
Então Papai não disse que era toco!
Pondo
fim ao desconforto de tudo, o velho caudilho sacou do seu grande 44 descarregando-o,
sobre o “pobre e indefeso” toco, aos gritos:
- Tira este bicho daqui!.
(Não esqueçam que aí tem o "dedo" do meu tio Fay).
- Tira este bicho daqui!.
(Não esqueçam que aí tem o "dedo" do meu tio Fay).
HISTÓRIA QUE VOU CONTAR.
A autoridade.
Vou contar uma experiência de vida. Fui criado junto de fortes autoridades - Meu Pai e meu Avô Ney. Senti a dor dos relhaços, chicotadas, "cintaços", só não recebi "tamancaços". Naquele tempo tudo era na força do braço, e hoje o braço não necessita mais de força, pois a máquina chegou. Já meus filhos só apanharam bolos nas mãos, quando mentiam, as quais deveriam ser ofertadas, e ainda ouviam a frase "vai doer mais em mim do que em vocês". Hoje os filhos não apanham mais, e isto não quer dizer que não exista mais autoridade. A autoridade desenvolve respeito no outro, e por tal aprendi respeitar os meus ancestrais. Hoje os filhos apreendem o respeito pela conduta ética e moral de seus pais, que é transmitida em diálogos amorosos, na correção do comportamento de seus filhos.
Certamente estamos evoluindo.
(Destramelei... - o dicionário não aceita esta palavra, mas quer dizer: abri a tramela, 'tranca da porta', e abri o bico...)
(Destramelei... - o dicionário não aceita esta palavra, mas quer dizer: abri a tramela, 'tranca da porta', e abri o bico...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário