quarta-feira, 1 de junho de 2016

Boletim 277.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Ainda o Rio de Janeiro - 1984.
Impossível deixar de reconhecer as belezas do Rio de Janeiro. E não é só a sua capital, basta conhecer o seu interior, principalmente suas praias de mar, e região dos lagos. Até mesmo suas pedras são bonitas! O que eu fui fazer mesmo lá no Rio? Trabalhar? Lá é local de se aposentar, descansar, passear, se divertir, nunca de trabalhar. Depois aquele calor danado inverno e verão, não dá vontade de pegar na pá! Mas meu princípio é não me arrepender do que faço, principalmente dos meus erros, pois foi com eles que aprendi a vida. Imaginem o que eu aprendi durante minha estada no Rio, por cinco longos anos. 
Os cariocas costumavam nos dizer: "Vocês gaúchos são realmente diferentes". Eu então respondia, com a devida desculpa dos cariocas: "Claro que somos diferentes de vocês, pois lá no Sul a Natureza nos seleciona. Quem não trabalha morre de frio ou de doenças no inverno, e vocês aqui com uma bermuda, uma camisa física e um chinelo de dedos, sobrevivem".
Pois só vou falar da vida, não de negócios, onde sucumbi. 
É hábito de gaúcho apertar a mão de empregados. Lá no Rio o patrão não costuma sequer falar com o empregado, o capataz que o faça. Um certo dia, um empregado bem mais velho que eu (na época!) me disse: "O senhor é o primeiro patrão que me aperta a mão!". Eu respondi: "Meu amigo, o gaúcho além de educado é esperto, ele aperta a mão do empregado para ver se ele tem calos nas mãos". Foi um silêncio danado. 

Tirei a foto abaixo (claro que ao lado da minha Jane) em 1985 num dos meus raros descansos, lá no Rio de Janeiro. O que eu fui fazer lá?


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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”