domingo, 10 de maio de 2015

Boletim 222.

ABRINDO A PORTEIRA.
Mamães.
Fica fácil escrever sobre elas, principalmente quem a perdeu criança como eu, numa saudade que não é mais doída. Mamães vocês são abençoadas pela Virgem Maria, na concepção perene do amor, onde não há sacrifícios, na superação da própria dor. Vocês serão para sempre amadas, mesmo que por vezes não sejam respeitadas. Não há como rasgar o teu gesto da maternidade, que deu origem a nossa própria vida. Mulher, tu que ainda poucos anos, vivias só para a maternidade e criação de teus filhos, hoje projetas o respeito, na busca de uma vida digna, e na difícil conquista da igualdade. Nós homens, que te olhamos mais como uma conquista sensual, respeitamos o teu olhar, que nos vê como companheiro e pai de teus futuros filhos. És verdadeiramente o equilíbrio do lar.
  
GALPÃO.
Balbino Marques da Rocha escreve assim:
... e hoje esta moçada culta traz a marca do progresso, mas no fundo, no recesso, da alma da nossa gente, a ausência dói de repente, e a gente volta ao passado, num GALPÃO enfumaçado, entre gaitas e floreios, no compasso de payadas, volta o ruído dos arreios e o tropel de cavalhadas...

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
As marcações II.
Agora realmente a história que meu Papai me contava das marcações campo à fora, ou de rodeios. Primeiro é necessário focar a época. Os campos não tinham aramados que os cercassem. Conforme o tamanho das fazendas havia vários rodeios, todos com suas designações. Na Invernada lembro: Rodeio da Carniça; na Quinta lembro: Rodeio da Figueira Caída, e assim muitos outros. O gado era verdadeiramente "alçado" (selvagem), pois havia pouco, e um mau contato com o ser humano, tudo era na força do cavalo e do braço. Já falei em boletins anteriores, que em cada rodeio destes havia um Posteiro, homem de confiança, residente no local com a família, e que evitava a saída do gado de patrão para o campo do vizinho, recorrendo seu rodeio e conferindo se estava tudo bem. Era tudo ermo, sem outro acesso que não fosse à cavalo ou de carroça, pois não havia estradas.
Como prometi não escrever muito, vou deixar o "exercício" do rodeio, para o próximo boletim.
FECHANDO A PORTEIRA.
Um beijo no coração da minha Jane, Mamãe de meus dois queridos filhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”