quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Boletim 210.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
 
 
Férias.
 
O meu Galo Velho, que nasceu Cristino Gonçalves, nunca conheceu férias. Até mesmo ria quando lhe faziam a pergunta. Era um feliz, e estava em férias permanente fazendo o que gostava. Nunca conheceu outro rincão senão aquela costa de lagoa. Vai agora ficar sem tirar férias. Você se sentirá marginalizado. O Brasil está parado, e espero que o Mundo não esteja. Creio que até os ladrões estão em férias. Ao menos isto.
Então fui conferir meus boletins - seis boletins em janeiro, o que representa mais de um por semana, deve ser falta do que fazer. Vou entrar em férias, e certamente vocês gostarão de parar de abrir e fechar tanta porteiras, que no final dá canseira.
Até o mês que vem. Ah! Não esqueçam de tirar férias...
 
Deixo com vocês uma imagem de Colônia do Sacramento. Dias atuais é verdade, mas as paredes falam de um outro tempo. A foto é de Alex Haas.
 
 
Deixo também o final do poema, composto por 43 versos, intitulado "Colônia do Sacramento", uma verdadeira epopeia escrita por Balbino Marques da Rocha em 1965.
 
"...De tanto pisar o chão, a gente vai se adonando, e sem se notar vai se amando a terra a que se afeiçoa... A terra é como a criança, que só o carinho transforma, se abandonada é a norma, cria inço e desfigura... É assim como a criatura que vem a luz, ao calor, que só a ternura e o amor, são capazes de engendrar, desenvolve as exponências... pois são de vidro as essências onde o talento viceja...
 
Por isto que a nossa história tem um ponto sobre o Prata.. É um nó que ninguém desata. É um momento do passado que ficou cristalizado, na formação de um Império... É a área de um cemitério que nos chama na distância... É a catacumba da estância, que ficou no corredor, na esperança de um translado... Cinzas do nosso passado, pedaços de nossa História, estrelas da nossa glória, que brilham em céu distante sobre a Bacia do Prata... Há ossos que não descansam, se a compreensão não alcançam, no exílio da Pátria ingrata".
 



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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”