domingo, 7 de dezembro de 2014

Boletim 201.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
 
Uma prece ao vento.
Uma folha da palmeira invadiu minha sacada. Com o pensamento triste, vagando ao tempo, assustei-me com seu balouçar ao vento. Busco entender e tento rezar, mas algo me diz que não tenho direito de reclamar. Na verdade a vida não me pertence. Foi-me ofertada sem meu consentimento, com compromissos não contratados, entretanto, obrigados a serem cumpridos. O pensamento dispara na campina das existência, na busca dos muitos que partiram para a Invernada do Esquecimento, fazendo-me descobrir que deles nada mais existe. O que restou está dentro de mim, na construção dos exemplos, na imagem dos esforços, na resignação dos gestos, ou no amor que me dedicaram. Tudo um dia partirá comigo, e uma das minhas obrigações não contratadas, será deixar mais do que recebi. Persistirá a alegria de viver, e tudo estará acontecendo em algum lugar, na continuação da vida. Com as rédeas na mão, busco distinguir caminhos nesta trilha profunda, percorrida por tantos, percebendo que não existem trevas em meus olhos. Restará a linda tropilha dos familiares e amigos, buscando pela VERDADE, pedra angular da felicidade humana.  

(De um boletim do Rotary, em setembro de 2003).

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”