ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Uma prece ao vento.
Uma folha da palmeira invadiu minha sacada. Com o pensamento triste, vagando ao tempo, assustei-me com seu balouçar ao vento. Busco entender e tento rezar, mas algo me diz que não tenho direito de reclamar. Na verdade a vida não me pertence. Foi-me ofertada sem meu consentimento, com compromissos não contratados, entretanto, obrigados a serem cumpridos. O pensamento dispara na campina das existência, na busca dos muitos que partiram para a Invernada do Esquecimento, fazendo-me descobrir que deles nada mais existe. O que restou está dentro de mim, na construção dos exemplos, na imagem dos esforços, na resignação dos gestos, ou no amor que me dedicaram. Tudo um dia partirá comigo, e uma das minhas obrigações não contratadas, será deixar mais do que recebi. Persistirá a alegria de viver, e tudo estará acontecendo em algum lugar, na continuação da vida. Com as rédeas na mão, busco distinguir caminhos nesta trilha profunda, percorrida por tantos, percebendo que não existem trevas em meus olhos. Restará a linda tropilha dos familiares e amigos, buscando pela VERDADE, pedra angular da felicidade humana.
(De um boletim do Rotary, em setembro de 2003).
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