ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
A saudade.
Julgo que não devemos alimentar as saudades, crendo que elas é que nos alimentam. Talvez a frase seja controversa para muitos, mas é o meu pensar. Desde os quinze anos, quando perdi minha Mamãe, deixei que ela alimentasse o meu viver, e creio que tem dado certo. Sábado passado perdi muito mais do que uma prima, uma verdadeira irmã, Ivette Centeno Rodrigues. Ela ficou órfão da Mãe em tenra idade, e passou a ser criada por minha Mamãe, passando a ser minha irmã de criação.
Ivette deixou muitos escritos que guardo com carinho. Copio abaixo, um pequeno trecho, do que escreveu no dia 4 de abril de 2007:
"Fecho os olhos. Estão feridos. É o passado. É outro tempo, mas prossigo no labirinto de minhas lembranças que, com alegrias e sofrimentos, alicercei a minha maturidade. Se minhas mãos são fortes, e meu punho bate em sintonia com meu coração, tenho certeza que atingi a meta, que meu carinho e meu saber cresceram entre os vestígios do tempo, sabendo conduzir meus filhos para o bem. Às vezes me pergunto:
Será que eu sou a árvore cujas sementes os pássaros - meus filhos - pousam em seus ramos?
Será que na orquestra de minha vida, com mãos firmes, seguro a batuta para reger sinfonias diferentes?
Serei eu a peregrina que vai deixando rastros, e mudando de vereda conforme a idade?"
Ela conheceu a vida, por tê-la vivido intensamente. Gravo abaixo a minha despedida da minha irmã-prima Ivette, em seu apartamento em PAlegre, há poucos meses passado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário