quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Boletim 198.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
 
A saudade.
 
Julgo que não devemos alimentar as saudades, crendo que elas é que nos alimentam. Talvez a frase seja controversa para muitos, mas é o meu pensar. Desde os quinze anos, quando perdi minha Mamãe, deixei que ela alimentasse o meu viver, e creio que tem dado certo. Sábado passado perdi muito mais do que uma prima, uma verdadeira irmã, Ivette Centeno Rodrigues. Ela ficou órfão da Mãe em tenra idade, e passou a ser criada por minha Mamãe, passando a ser minha irmã de criação.
Ivette deixou muitos escritos que guardo com carinho. Copio abaixo, um pequeno trecho, do que escreveu no dia 4 de abril de 2007:
"Fecho os olhos. Estão feridos. É o passado. É outro tempo, mas prossigo no labirinto de minhas lembranças que, com alegrias e sofrimentos, alicercei a minha maturidade. Se minhas mãos são fortes, e meu punho bate em sintonia com meu coração, tenho certeza que atingi a meta, que meu carinho e meu saber cresceram entre os vestígios do tempo, sabendo conduzir meus filhos para o bem. Às vezes me pergunto:
Será que eu sou a árvore cujas sementes os pássaros - meus filhos - pousam em seus ramos?
Será que na orquestra de minha vida, com mãos firmes, seguro a batuta para reger sinfonias diferentes?
Serei eu a peregrina que vai deixando rastros, e mudando de vereda conforme a idade?"
Ela conheceu a vida, por tê-la vivido intensamente. Gravo abaixo a minha despedida da minha irmã-prima Ivette, em seu apartamento em PAlegre, há poucos meses passado.
 
 
 


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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”