domingo, 7 de setembro de 2014

Boletim 188.

ABRINDO  FECHANDO A PORTEIRA.
 

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA

         Em fins do século XVIII o mundo havia passado por forte transformação social, com o iluminismo, que somente na primeira metade do século XIX chegaria à nossa incipiente América do Sul. A Revolução Francesa com sua bandeira: Liberdade, Igualdade e Fraternidade inspirou o lema da Revolução Farroupilha: Liberdade, Igualdade e Humanidade, fazendo com que os gaúchos entendessem os novos princípios éticos e morais, iluminando o mundo de esperanças. Assim, o Gal. Antônio de Souza Netto gritou pela nossa República Riograndense, cinquenta anos antes de Mal. Deodoro da Fonseca.
Esta nova forma de governo, chamada de República, já havia se instalado em diversos países, difundida pela Maçonaria Universal, que ainda hoje propugna pelo combate à tirania e o fanatismo. Assim, o líder farroupilha e maçom, Gal. Bento Gonçalves da Silva, envolveu muitos outros irmãos da nossa Ordem, como o italiano Giuseppe Garibaldi, e trinta outros conterrâneos, todos maçons, que aqui vieram defender o ideal da liberdade.
A História Farroupilha e suas causa é do conhecimento de todos, o que desejo fixar aqui é o amor de nossos ancestrais, alimentado em nosso sangue pela seiva da terra, onde nossos antepassados derramaram seu sangue. Com lanças em riste, e muitos corações vibrantes de idealismo, seguiram seus líderes, que na frente de combate mostravam o caminho da vitória. No nosso solo ainda hoje frutifica a têmpera gaúcha, desfraldando a honra da palavra dada, a hospitalidade do respeito a um lar, e a valentia de um povo, que aprendeu no campo da batalha a desconhecer o perigo, pelo respeito herdado dos ancestrais.
 Foi no campo de batalha que despertou o atavismo gaúcho de amor ao solo pampa, no apego aos ideais, no desvelo à família e na devoção ao seu cavalo, o mais forte dos amores. Ele o companheiro nas horas difíceis da vida e da morte, sempre com as rédeas na mão, e atento ao perigo eminente.  Na sua agilidade e destreza era o salvador da própria vida, ao obedecer a caimba do freio, ao firmar patas em solo escorregadio, ao retesar músculos no entrechoque das lanças. E, se resistimos por dez anos de guerra cruel, foi pelo ímpeto e a força do cavalo crioulo, assustando inimigos pela destreza e valentia do soldado farroupilha.
Que nossa têmpera gaúcha continue mostrando ao povo, os ideais cívicos conquistados nos campos de batalhas: LIBERDADE, IGUALDADE e HUMANIDADE.

Nas lutas da humanidade...        
Nos planaltos e nas matas,         
o desenho das tuas patas             
foi o selo da verdade,                 
sobre governos e ideias...          
Os povos foram plateias                        
das tuas soberbas jornadas.         

Sombra de sol e lua,
numa amplidão meridiana.
Disparaste na savana...
E em noite medonha e crua,
espicaçando em cruzadas,
caraguatás e alecrins,
teus cascos como estopins,
estremeceram chapadas,
nas distantes alvoradas,
retinidas de clarins!

(Balbino Marques da Rocha).

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”