domingo, 24 de agosto de 2014

Boletim 186.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
 
O poder do livro.
Assisti hoje no programa Esquenta, Regina Cazé entrevistar um homem, que quando criança buscava alimentos nos lixões da cidade do Distrito Federal, para ele e outros dez irmãos.  Regina sempre nos traz uma lição de vida, e essa foi profunda, num momento em que grande parte de nossa população busca um novo rumo para sua vida. Aquele menino num certo dia encontrou um livro, que não gravei o título, mas que mudou o destino de sua vida. Ali ele entendeu que todos nós temos direito a um outro espaço, que deve ser conquistado com sacrifícios. Ele passou então a juntar mais livros, mesmo os molhados com chorume, gastando seu tempo na leitura dos mesmos. Incrível, que no final da entrevista, Regina pergunta ao homem o que ele havia conquistado na vida, obtendo como resposta, que ele já estava formado em medicina, e a nova meta de uma pós-graduação. Emocionante.
Dou meu próprio testemunho, de quando fui para Porto Alegre concluir meu curso secundário, no Colégio Farroupilha. Contava com a idade de quinze anos, e minha Mamãe recém havia falecido. Tinha muito medo, e chorava muito, morando sozinho num quarto de pensão. Foi quando entrei numa livraria fazendo amizade com o livreiro, que me indicou livros. Creiam, tinha exame no dia seguinte, mas não interrompia as leituras dos meus romances. Não me formei em nada, e mesmo sem invejar aquele homem dos lixões, confirmo que foi nos livros que encontrei a paz, que ainda hoje me habita. Não sei passar sem os meus livros, que são o alimento de minha alma. O poder dos livros!

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”