quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Boletim 155.

ABRINDO A PORTEIRA.
2014.
Ele está novíssimo, e logo será apenas novo mas, logo, logo, já será velho. A velocidade do tempo está nos assustando. Pertenço a um tempo que a gente abria os olhos e ficava imaginando o que fazer. Hoje ficamos imaginando o que deixar para fazer amanhã. Nos países de primeiro mundo os profissionais tiram férias curtas, bem ao contrário daqui, e descobri o por quê: eles descansam "todos os dias"! Em um determinado horário fecham seu negócio, e vão praticar o esporte preferido. Os que se sentirem velhos para os esportes físicos vão jogar xadrez. Se fizermos assim, nossos dias ficarão mais longos. Experimentem.

GALPÃO.
O mate.
Certamente já falei dele, mas nunca é demais relatar o hábito mais gaúcho de todos. Lembro que escrevi sobre as mateadas em público. Ora, mate é um momento de sociabilidade quando entre familiares ou amigos, e por tal deve ficar restrito ao lar, ao galpão e até mesmo nos locais de trabalho. Condeno as mateadas dentro dos automóveis, salvo em viagem longas, muito longas. A raiz da fraternidade gaúcha consiste na frase "Queres um mate?". Imagina na rua o mateador encontrar um monte de amigos - impossível a oferta! No meu NPHC (Núcleo de Pesquisas Históricas de Camaquã) estamos fazendo um trabalho sobre o mate. Não como se faz mate, pois isto varia de um local para outro, mas as suas Leis. Talvez a primeira delas será: "Mate não se pede". O mate deve ser ofertado, no simbolismo de nossa hospitalidade. Nas rodas do mate, ninguém deve ser excluído, entretanto, alguém pode se excluir agradecendo o mate. Relatarei as Leis, quando o NPHC concluir o trabalho, e desde já estamos solicitando a participação de vocês.


HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Ainda o mate.
Fica difícil reler o que escrevi, evitando as repetições, mas lá vai mais uma. Um amigo e irmão, que já partiu para a Invernada do Esquecimento, costumava receber a comadre dele em sua família, onde mateavam. Então a comadre "engrenava" primeira, segunda e até terceira em sua bomba de mate, o que mexia com os seus bofes, pois uma das leis do mate é que só o cevador pode mexer na bomba. Então certo dia meu amigo "palanqueou" a bomba na cuia, usando um arame fino. Foi uma risada coletiva quando a comadre se deu mal. 

FECHANDO A PORTEIRA.
O Sofrimento.
"Isso não é vida!". Quantas vezes já ouvimos essa frase? Prestem atenção no seu significado. Quem a pronuncia parece querer partir para outra. Normalmente seu sofrimento é por coisa insignificante, um fato desprezível, no qual colocou todo o conteúdo da existência. Sofrer é padecer com paciência, foi o que encontrei no dicionário de Silveira Bueno, mas quem consegue paciência nas dores? Nas físicas talvez consigamos, mas e nas dores morais? Aquele amor perdido, numa ofensas, ou uma injustiças? Parece intolerável, mas tudo seria fácil se "Amássemos a Deus sobre todas as coisas"! Quem se habilita?
Que o Senhor, Criador de todos os Mundos esteja conosco em 2014 e SEMPRE. 

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”