quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Boletim 150.

ABRINDO A PORTEIRA.
O amor.
Certamente é uma das palavras mais usadas no nosso linguajar diário. Amamos tanto, que o termo odiar está se apagando. Tomara. Assim vou me atrever a falar sobre o amor, escrevendo aqui como o pratico. Inicialmente afirmo que o amor é um sentimento que não nos pertence. Pertence ao Ser Divino que nos criou, a quem devemos fazer oferta. Ao amar devemos amar, para o outro, sem pedir nada em troca. É um sentimento tão soberano, que dele não podemos fazer negociações. Muitas vezes ao ofertar meu gesto de amor, sinto que ele foi desprezado, ou na melhor das hipóteses, despercebido. De outras feitas foi tão enaltecido, que buscaram fazer retribuições. Só ama com desprendimento, quem ama a Deus. 

GALPÃO.
O cavalo crioulo.
Vou chamar de amor, pois paixão é um sentimento excessivo, podendo tanto ser "amor ardente", como "martírio", lembrando o sofrimento de Cristo. Como os sentimentos dos gaúchos são "ardentes", vamos deixar passar como "paixão", essa estrema dedicação ao cavalo crioulo, que já se estende pelo resto do País. Dou testemunho, que nos fundos de muitas casas da minha cidade de Camaquã, existe uma cocheira acolhendo um cavalo crioulo. É com ele que se participa dos rodeios, desfiles, cavalgadas pelo interior, e até mesmo visitas aos amigos distantes. Necessário entender que 90% de nossa população citadina é oriunda do campo, trazendo dai o amor pelo cavalo. O cavalo crioulo é obediente, manso, bonito e resistente. Meu filho Luis Mário ama tanto o cavalo crioulo, que guarda numa parede do Galpão do Galo Velho a caveira das suas duas primeiras éguas. Só está faltando os crioulistas inventarem enterro de suas cavalgaduras. Olhem só a saudosa imagem que o Luis Mário guarda. 




HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Ainda o amor ao cavalo.
O cavalo sempre fez, e ainda faz parte da vida do gaúcho. Nos tempos primitivos, quando aqui era chamado Terra de Ninguém, ele só tinha amor pelo cavalo. Até mesmo a mulher, que ele roubava nos povoados (daí a alcunha de ladrão), abandonava logo adiante, com medo de formar família, perdendo aquela existência nômade. O único torrão pátrio, conquistado com lança e pata de cavalo, foi o nosso Rio Grande do Sul, e foi o cavalo crioulo, nosso "tanque de guerra", peça indispensável para aquela conquista. A imagem abaixo mostra bem o quanto cavalo-gaúcho era amor - O guerreiro morto - assinatura de Marenco.

FECHANDO A PORTEIRA.
Mais cavalos...
Vejam como estamos evoluindo! Sou do tempo em que as domas nas fazendas era uma verdadeira barbaridade. Era o "bicho" homem versus bicho cavalo. Claro, vencíamos, mas pobre daqueles animais. Agora, abram o link abaixo e apreciem a evolução.




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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”