terça-feira, 14 de agosto de 2012

Boletim 106

ABRINDO A PORTEIRA.
O perdão.
Outro dia tentando perdoar alguém encontrei dificuldade. Quanto tempo levei? Não consigo precisar, mas custei, e isto me fez mal. A vida é uma longa e bela trilha, onde alguns atiram pedras dificultando nossos passos. Só nos cabe afastar as pedras, limpando o caminho para os que virão atrás. Odiar é estragar a nossa trilha. Claro que nenhum vivente conseguirá proceder como aquele Cidadão, que levando um tapa na cara, ofertou o outro lado! Isto é perdão imediato, que a minha mente vil não consegue entender.

O GALPÃO.
Ainda os Scherer.
Um deles, graças a Deus ainda vivo, é o Negro Velho, que nasceu Wilson Scherer Dias. Todos os Scherer que conheci e conheço, nasceram com ternura nos corações. A melhor coisa que existe é alemão com ternura na alma, como também a pior coisa é alemão ruim! Convivi com o Dadá (Dilson) e com o Hilson, ambos irmãos do Negro Velho, que peço bênçãos às nossas velhas amizades. Não sou de lamentar coisas boas que passaram, pois a vida me ensinou que elas são o alimento para minha alma.  

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Ainda o Sady Scherer.
Ele foi como um irmão de meu Papai e do meu tio Lauro Azambuja, e construtor de suas fazendas, como já contei em outro boletim. Também foi meu vizinho de lavoura de arroz, quando a firma Luiz & Azambuja possuía cerca de 30 parceiros. Sady tinha um trator marca Ursus, de fabricação russa. Uma verdadeira tralha. Um só cilindro, e para "pegar" era na manivela. Um sofrimento. Sady quando conseguia fazer a tralha funcionar, jogava o chapéu na frente do radiador. Se grudasse era porque estava certo, mas se caísse era porque havia "pegado" ao contrário. Tinha que desligar e começar tudo novamente. Vejam como as coisas hoje andam fáceis, e mesmo assim, a turma não para de se queixar.

FECHANDO A PORTEIRA.
Podem entrar, ela não está fechada...

3 comentários:

  1. Pelo jeito ainda não conseguiste perdoar, pois o Hilson ainda é vivo também.

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    Respostas
    1. Concordo que digitei mal a frase. O Hilson continua bem vivo, graças a Deus, mas que o perdoei, perdoei. Não gostaria que houvesse dúvidas disso.
      Agradeço a correção.
      LFernando

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    2. Prezado Galo Velho:
      Com relação ao Hilson, meu Pai, posso afirmar que o seu maior sofrimento na vida, ocorreu quando ele não pôde perdoar, nem aos seus supostos inimigos, nem a si mesmo.

      Hoje, graças a Deus, tenho certeza de que o tempo lhe curou todas as feridas, trouxe-lhe o perdão, demonstrando que todos os homens igualam-se na velhice, espreitando o fim inevitável.

      Deus e a natureza são suficientemente sábios, para mostrar que a única ferida que não cura, é a própria vida, no seu caminho sem volta através do tempo implacável, transformando qualquer coisa ou pensamento que temos, em poeira, se comparados com a grandiosidade da existência de cada um.

      Um abraço, Fábio Dias.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”