sexta-feira, 13 de julho de 2012

Boletim 104

ABRINDO A PORTEIRA.
O Partido Libertador.
Meu Companheiro, Amigo e Correligionário Luiz Carlos Félix de Oliveira, libertador das essências, que como nossos ancestrais aprendeu a lutar pelos verdadeiros ideais políticos, e não pelos atuais interesses políticos particulares, mandou-me o texto abaixo, que publico com a sua devida permissão. Ele faz parte da história gloriosa da política do Rio Grande do Sul.


Este é o distintivo do Partido Libertador, com o Barrete Vermelho, simbolizando no gorro ajustado a cabeça, as idéias libertárias que levam na mente.
Foi fundado na cidade de Bagé, em 1928, por um grupo de dissidentes do Partido Republicano Riograndense. Sempre lutou pela democracia e defendeu o sistema Parlamentarista de Governo. No Rio Grande do Sul, combateu sem trégua o Governo Chimango de Julio de Castilhos, e depois Borges de Medeiros. Considerado por eles um Governicho, assim perpetuado no livro "Poemeto Campestre" do satírico Antônio Chimango (Ramiro Barcellos). Arregimentava voluntários, lutava contra o poder e muitas vezes foram massacrados. Mas gritavam, "idéias não são metais que se fundem" e voltavam aos campos de batalha. Assis Brasil foi Ministro da República, Embaixador, destacado político, e grande estancieiro, deixando ainda uma formidável obra literária. Foi introdutor de muitas inovações no campo e introdutor de raças nobres importadas da Inglaterra. Foi um visionário. Suas estâncias em Alegrete, Bagé e São Gabriel eram modelares. Os inimigos diziam que era o responsável, pelas pragas dos pardais, pombas urbanas e lebres, que trouxera da Europa. Criou porteiras fáceis de abrir, mata-burros, para estradas movimentadas, Introduziu a lareira nos galpões e nas salas das moradias, e foi o precursor de muitas técnicas na agricultura e pecuária. Deixou sua biblioteca no Castela de Pedras Altas, hoje aberto a visitação pública. Criou a frase. "Enquanto houver um Libertador, o partido existirá"

GALPÃO.
Uma visita ilustre.
Vou contrariar o dicionário, que diz ser ilustre, o intelectual, o famoso, o célebre. João da Silva Vigano não é nada destas coisas, mas é um ilustre. Ilustre cidadão de respeito, de honra, de família, de princípios de moral e ética. Foi capataz da Sant´Anna por mais de trinta anos, quando mostrou RESPEITO, e hoje goza da merecida PAZ de uma consciência tranquila, desfrutando do meu carinho, e de toda minha família. O que dirá então a sua Companheira Noeli de tantos anos, o seu filho Jones, a nora Jussara e tantos lindos netos. Pois dia sete passado comungamos, junto com uma indiada perdida da Estância Grande de Cima, de um dia galponeiro, juntando nossos abraços no aperto de nossos corações emocionados, rogando a Deus que nossos encontros sejam mais frequentes. Abaixo a nora Liandra, filha de outro saudoso empregado o Hercílio de Castro, o neto João Pedro, o filho Jones no violão, a esposa Noeli, e ele, João Vigano, como o "cerra fila".


HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Um baile na Pacheca.
Pacheca, Distrito de Camaquã, no início do Século XX era muito mais desenvolvida, que a própria sede do Município, então chamada Vila de Camaquã. Além da extração de madeira, da mataria do Rio Camaquã, única fonte de energia na época, e da riqueza das fazendas, o senhor Hildebrando José Centeno construiu uma grande charqueada ali, que chegou a contar com 500 empregados. Então aquela rica sociedade mandou buscar de Pelotas uma orquestra (típica e jazz), para um baile de fim de ano. O salão repleto, com os casais dançando animadamente, de repente, calou-se a orquestra, na constatação que um dos músicos sofrera um ataque cardíaco fulminante. Inicialmente armou-se aquela confusão, até que os ânimos serenassem, na constatação que nada poderiam fazer, para transladar de imediato o corpo para Pelotas. Colocaram então o morto sobre uma mesa, cruzaram suas mãos no peito, acenderam quatro velas, e o baile virou em velório. Como não era conhecido, até mesmo de seus colegas de profissão, pois havia se incorporado na orquestra no último momento, não houve nenhum lamento, e enquanto transcorria a solenidade fúnebre, aqueles que permaneceram no salão, sentaram e se recostaram, adormecendo profundamente em suas cadeiras. Nestas horas sempre surge um ou dois gaiatos, que aproveitando a dormida geral, sentaram o morto, recostando-o numa cadeira, colocando até um chapéu em sua cabeça, óculos escuros, um cigarro acesso "nos queixos", e após sentaram entre os presentes, cutucando aqueles do lado, e apontando para o morto. Contam que até hoje tem gente disparando lá pela Pacheca.
Esta história me foi contada por meu Pai, que jurou ser verdadeira.

FECHANDOA PORTEIRA.
Ainda vai ficando aberta...

Um comentário:

Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”