Os aborrecimentos.
O que seria do açúcar se não houvesse o sal. O que seria da vida se não houvesse aborrecimentos. Não posso entender pessoas reclamarem de seus aborrecimentos. Primeiro porque eles existiram, existem e existirão. O que dizer daqueles por um simples pires quebrado, um café derramado, uma mancha na calça! O dicionário diz que resignação é "coragem para enfrentar a desgraça", ora, aborrecimento não é desgraça, mas exige certa dose dela. Vamos medir as coisas, e termos consciência de só usarmos resignação, quando o teto começar a cair. Só há crescimento nas vicissitudes.
GALPÃO.
A mística.
Sempre gosto de consultar o dicionário. Ele sabe mais que a gente. Assim Silveira Bueno descreve Místico - "o que procura, pela contemplação espiritual, atingir o estado extático de união direta com a divindade". Gostei, pois é assim que busco construir o Galpão do Galo Velho, cultuando ali meus antepassados, e a eles ofertando minhas preces de Paz e Respeito. Abaixo uma visão dele, destacando meu velho Pai, Mário Silva Azambuja, encimado pelo glorioso barrete libertador, a prece, e a Nossa Senhora da Conceição, iluminada pela chama divina.
HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
A Colônia do Sacramento.
Esta história foi contada por Balbino Marques da Rocha, descrevendo a luta de nossos ancestrais portugueses, buscando firmar raízes nas margens do Rio da Prata. Prestem atenção, o nosso Núcleo de Pesquisas Históricas de Camaquã (nucleodepesquisashitoricas@yahoo.com.br) em agosto fará uma excursão para lá, com guia histórico. Extraímos três versos, dos mais de quarenta do Balbino, de sua poesia intitulada Colônia do Sacramento, de 1965:
"A terra é como a criança, que só o carinho transforma. Se abandonada é norma, cria inço e desfigura... É assim como a criatura que vem a luz, ao calor, que só a ternura e o amor, são capazes de engendrar. Desenvolve as exponências... pois são de vidro as essências, onde o talento viceja. Só vence o que mais almeja, mas quando existe plasmada, têmpera cristalizada, ao calor de mil anseios... são os pilares da glória, ternura e zelo na história, e o mais é burla e floreio".
"Sem amor não se constrói, e a coragem multiplica. Quando um morre e outro fica, guardando a gleba sagrada, a história é linha quebrada, onde os mortos se agigantam, as renúncias se levantam, mais alto do que os anseios... Quem morre não tem mais freios, porque é um gesto sublimado. Há mais força no passado, que no presente e futuro. A morte é um porto seguro em que a opinião valoriza. O vivo segue um conselho, e a morte é como um espelho, onde a imagem se eterniza".
"Por isto, que a nossa história tem um ponto sobre o Prata... É um nó que ninguém desata, é um momento do passado, que ficou cristalizado, na formação de um Império... É a área de um cemitério, que nos chama na distância... É a a catacumba da estância, que ficou no corredor, na esperança de um translado... Cinzas do nosso passado, pedaço da nossa História, estrelas da nossa glória, que brilham em céu distante, sobre a Bacia do Prata... Há ossos que não descansam, se a compreensão não alcançam, no exílio da Pátria ingrata."
FECHANDO A PORTEIRA.
Ficará aberta para entrar mais luz...
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