segunda-feira, 4 de junho de 2012

Boletim 101

ABRINDO A PORTEIRA.
O amor.
Nada é mais fácil do que falar do amor. Ele está aí no nosso dia à dia, hora à hora, minuto à minuto, na maioria das vezes, sem nos darmos conta dele. Habita em todas as criaturas humanas, e também em todos os animais. Amamos os que estão perto, como também amamos os que já partiram. Mas se sabemos o que é o amor, deixo a pergunta: "como amar?". Ele se porta das maneiras mais diversas, pois muitos já mataram por amor. Julgo que minha consideração poderá dar origem a contradições - "O amor não nos pertence. É um sentimento além de nós. Devemos amar o outro, para o outro, não para nós. Ele pertence a 'alguém' muito além de nós, a quem devemos ofertar o amor que produzirmos".

GALPÃO.
Procurando um estribo. (um texto encontrado...)

 O cavalo já está encilhado, e nem apertei a cincha no peito, já que a jornada vai ser ao tranco, apreciando a noite calma, e buscando pela boieira que guiará meu rumo. Vou procurando por um estribo para a última recorrida, e mal vislumbro a estrada, pois o Sol se esconde, e a bruma escura vai tapando o meu horizonte distante. Sei que um luar irá surgir, e as estrelas brilharão, descortinando uma estrada comprida, florida e desconhecida. De rumo feito vou reboleando o rebenque pelo dever de casa cumprido, sabendo que nada mais resta fazer, por estar tudo justo e perfeito.
Recolutando o tempo me dou conta que parei um belo rodeio. Não por grande, mas por bem trabalhado. Escolhi uma boa coxilha da minha existência, e nela não dei descanso pro pingo, sem esconder as rodadas e os bons tiros de laço. Quebrei muita geada fria, e não escondi a cara dos minuanos brabos. Por solto nos bastos consegui estender pelego, para muito índio xucro e necessitado. Bebi café de cambona, e sorvi a fumaça pura dos cernes das plantas, que beberam a seiva do chão dos meus ancestrais. Ergui tetos de abrigos, e levei curativos de amor aos ranchos sofridos. Engraxei a cara com costela gorda, e bebi o líquido alegre da vida, ou da morte se não souber ser bebido. Dancei “arroz com feijão” ajudando a levantar poeira, na felicidade dos entreveros de paz, e acompanhei jornadas ao último palanque do pingo, fincado 7 palmos do chão, dividindo lágrimas com a peonada.
Assim me “prancho” no estendido do chão, olhando as estrelas vivas, buscando novos espaços no etéreo divino, e no esparramar amor e respeito a quem amei e fui amado.

FECHANDO A PORTEIRA.
Vai continuar aberta...

Um comentário:

  1. Nesse tranquito no más, o primo ainda vai palmilhar muito chão e territórios que valerão a pena caminhar. De surpresas é feito este mundão de Deus - e o comando é Dele, somente - quem duvida; mesmo nós em nosso livre arbítrio, no que Dele herdamos de semelhante, por Dádiva e Amor do Próprio, penso que muito pouco podemos ainda, nesse estágio de humanos com agarros de animalidade ainda. É longo e misterioso o eterno caminhar de um simples "princípio inteligente" (criaturas meras criadas) até a Luz. Dar o grande passo de escolhermos definitivamente as Forças do Bem, já é um baita diploma - e que difícil! Haja luita! Ontem, me pergunto, pois não sei porque, chorei feito criança pequena vendo o filme NETO PERDEU SUA ALMA - já tinha lido o livro, do Tabajara Ruas. Tudo se passa nos campos nossos bem conhecidos, cujo pano de fundo foi a Revolução Farroupilha e depois outras Revoluções mais adiante. Bem, já estou na tergiversação, competindo com o verdadeiro escritor deste Blog dos buenos, que é o nosso Luis Fernando Azambuja, meu padrinho por representação, a quem sempre peço a benção. Adiós.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”