Fazenda Sant´Anna - Formação.
Com a morte de minha avó materna, Anna América Centeno Pereira da Silva, no ano de 1929, viúva de Adolfo Luiz Pereira da Silva, a Fazenda da Quinta foi dividida entre seus quatro filhos - Thereza, minha mãe já casada com meu pai Mário, Sylvio Luiz, Maria e Francisco Luiz. Minha avó paterna, Faustina Pereira da Silva Azambuja, e irmã de Adolfo Luiz, recebeu a metade, ou seja, cinco mil hectares, que compuseram a Fazenda da Santa Tereza. Meu Pai separou a sua parte de aproximadamente um mil e duzentos hectares, iniciando suas atividades rurais, justamente no ano de 1930, no auge da grande crise econômica mundial, com o "crack" da bolsa americana.
GALPÃO.
Cópia antiga - Reverência ao passado.
"Sala grande chão batido, onde passei minha infância. Querido Galpão de Estância, que foste um dia meu lar. Hoje aqui venho rezar, saudoso do teu afago, catedral xucra do pago, de joelhos em teu altar". Assim poetizou o grande Jayme Caetano Braum. Assim me justifico na reverência ao Galpão do Galo Velho, como um templo de RESPEITO, onde acendo lumes para clarear a bruma do tempo, perfumando espaços, no deleite e descanso dos que partiram, ofertando orações na busca de aplainar o longo caminho do ocaso eterno. O gesto final de depositar flores do campo, junto à foto da Mamãe é símbolo da natureza, expressão do Criador dos Mundos, e a imensidão da várzea que a criou, junto da família Centeno Pereira da Silva, da Fazenda da Quinta.
"Sala grande chão batido, onde passei minha infância. Querido Galpão de Estância, que foste um dia meu lar. Hoje aqui venho rezar, saudoso do teu afago, catedral xucra do pago, de joelhos em teu altar". Assim poetizou o grande Jayme Caetano Braum. Assim me justifico na reverência ao Galpão do Galo Velho, como um templo de RESPEITO, onde acendo lumes para clarear a bruma do tempo, perfumando espaços, no deleite e descanso dos que partiram, ofertando orações na busca de aplainar o longo caminho do ocaso eterno. O gesto final de depositar flores do campo, junto à foto da Mamãe é símbolo da natureza, expressão do Criador dos Mundos, e a imensidão da várzea que a criou, junto da família Centeno Pereira da Silva, da Fazenda da Quinta.
HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Ainda meu alegre tio Lauro.
O guasqueiro surdo mudo, Ato Azambuja Barbosa, costumava passar vários dias na Santa Tereza, trabalhando as cordas dos campeiros, mas também os "correames" das jardineiras, carroças e carroções de granja. Era muito serviço. Certo dia meu tio preparou uma brincadeira. Sabendo do quarto onde ele dormia, com a cama junto da parede da casinha, que era então de tábua, mediu exatamente a posição do rosto do mudo, e fez um furo com a pua na parede, preparando ainda um tampão da mesma cor da madeira. Quando o guasqueiro deitou após o almoço para a sesta (ela era tão sagrada naquele tempo, que alguns usavam até pijama para o ato) tio Lauro espiou a cara do mudo dormindo e se utilizando de um canudo, encheu a boca d´água, e esborrifou na sua cara, tampando o buraco. Foi um "deus nos acuda", com o Ato correndo porta à fora, e pronunciando a única palavra que conseguira aprender na vida: "ivigonha", ou seja, sem vergonha. Mas o que mais lhe aturdia era saber como fora molhado. Meu tio nunca contou da sua "engenharia".
Sou testemunha do fato.
FECHANDO A PORTEIRA.
A alegria do "outro tempo".
Quem viveu os "dois tempos" pode fazer uma comparação. A mim parece que o mundo de hoje perdeu a alegria. Poderia me atrever dizendo que perdeu o conteúdo de vida. Materializamos demais. O desenvolvimento da tecnologia fez o homem se fechar em casa, além de procurar abrigo da violência das ruas. Não temos tempo para visitar os amigos, e até mesmo os parentes. Escrevo relembrando as brincadeiras do meu Tio Lauro, e tantas outras, naquela tranquilidade de antanho. Costumo receber críticas verbais de um amigo, que não permite comparar as coisas, dizendo que hoje é muito melhor. Concordo. Hoje se vive melhor, mas só materialmente. Antigamente tínhamos muito pouco, mas muito mais de calor humano. Espiritualmente as igrejas de hoje estão vazias, comparando com o outro tempo, quando tínhamos 20% da população de agora. Sim, eu sei que as igrejas dos gritões desesperados estão repletas, mas aquilo não é fé, é desespero por um milagre, que jamais acontecerá. Só fará milagre no bolso dos seus "donos". Cada um cuida só de sí, ou do seu dinheiro. Deixamos de amar o próximo, enquanto nossos próximos irmãos de São Lourenço do Sul estão necessitando de muito calor humano.
Quem viveu os "dois tempos" pode fazer uma comparação. A mim parece que o mundo de hoje perdeu a alegria. Poderia me atrever dizendo que perdeu o conteúdo de vida. Materializamos demais. O desenvolvimento da tecnologia fez o homem se fechar em casa, além de procurar abrigo da violência das ruas. Não temos tempo para visitar os amigos, e até mesmo os parentes. Escrevo relembrando as brincadeiras do meu Tio Lauro, e tantas outras, naquela tranquilidade de antanho. Costumo receber críticas verbais de um amigo, que não permite comparar as coisas, dizendo que hoje é muito melhor. Concordo. Hoje se vive melhor, mas só materialmente. Antigamente tínhamos muito pouco, mas muito mais de calor humano. Espiritualmente as igrejas de hoje estão vazias, comparando com o outro tempo, quando tínhamos 20% da população de agora. Sim, eu sei que as igrejas dos gritões desesperados estão repletas, mas aquilo não é fé, é desespero por um milagre, que jamais acontecerá. Só fará milagre no bolso dos seus "donos". Cada um cuida só de sí, ou do seu dinheiro. Deixamos de amar o próximo, enquanto nossos próximos irmãos de São Lourenço do Sul estão necessitando de muito calor humano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário