sábado, 12 de fevereiro de 2011

Boletim 68

ABRINDO A POREIRA.
Fazenda Sant´Anna - 1
Mesmo antes de falar da minha Fazenda Sant´Anna quero fazer um "mapa", da situação atual daquela área, que foi a Fazenda da Quinta. Os irmãos Bezerra, Luiz Antônio, José Augusto e Ana Maria, são proprietários da sede antiga, e deteem aproximadamente 800 hectares de terra no entorno da mesma. A Fazenda Sant´Anna, com sua sede e as duas casas dos filhos, mantém aproximadamente 400 hectares. A fazenda Santa Tereza, do primo Ney Artur Azambuja, com sua sede, possui cerca de 2.500 hectares de campo. A Fazenda do Posto, do primo Cesar Augusto Luiz Pereira da Silva, com sua sede, tem aproximadamente 800 hectares de terra. A prima Rosa Maria Carmona, ex-esposa do falecido primo, Marco Antônio Luiz Pereira da Silva, possui uma área de campo de aproximadamente 300 hectares, e o primo Luiz Alberto Azambuja possui uma sede, com a área de 100 hectares aproximadamente. Somando os herdeiros da Quinta temos mais ou menos 3.200 ha, pouco menos de 1/3 daquela área de dez mil hectares. Os outros 2/3 estão com a Pontal Agropecuária, Eduardo Corbeta, Evandro Verza, Leopoldo Bartz, Adão Cláudio da Silveira e outros. Estes dados forneço de "ouvido", e espero contestações.

GALPÃO.
Pois o tempo passou, ou melhor, as férias passaram, quando os netos retornaram às suas atividades normais. Não é normal a Sant´Anna ficar sem as suas presenças. Não posso me queixar, pois até eu mesmo pouco ali parei. Verdade que por motivo de uma cirurgia de hérnia inguinal. Vamos considerar que as sedes das fazendas tendem a desaparecer, salvo se o fazendeiro não tiver residência na cidade, e morar definitivamente no campo. Lembro de meu avô Ney dizer: "Gaúcho tem de ter apenas uma cama". Sei que a referência era para não terem "filiais", mas pergunto: Quantas camas vocês teem? Só a renda do campo comporta isso? Atrevo-me a responder que não.

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Meu Tio Lauro era um homem muito alegre, antes de adoecer, e me contavas as brincadeiras que fazia com os amigos, pregando "peças" à eles. Sady Scherer, por seu espírito também alegre, era o que mais sofria. O "guasqueiro" das fazendas era um parente nosso, Ato Azambuja Barbosa, surdo-mudo, que "parava" em um quarto da "casinha", aquela anexa à sede principal da Fazenda Santa Tereza, e o Sady, assim como outros convidados, parava no quarto maior dela. Certa noite, Tio Lauro pediu ao Sady que fizesse cócegas nos pés do Ato. Brincalhão, ele topou, e chegando na cama do Ato, procurando por seus pés, disse - Lauro, o surdo não está na cama, não acho os pés dele. Acontece que Tio Lauro o havia avisado, que Sady iria lhe coçar os pés, no que o surdo pegou de um "rabo-de-tatu", encolhendo os pés, e ficando na espera. Tio Lauro insistiu com o Sady, para que continuasse, pois o Ato estava na cama. Não deu outra, o Ato sabendo da coisa esperou o momento certo para aplicar uma chicotada nas suas costas. Sady nem gritou, e muito quieto retornou ao quarto. Tudo estava no lusco-fusco, pois não havia luz elétrica, e tateando no escuro, no ardido de suas costas, ele encontrou a cama, mas ao deitar nela, uma bacia cheia d´água esperava por ele.
Naquele "tempo" havia tempo até para se brincar...

FECHANDO A PORTEIRA.
As perguntas...
Sou um homem mal informado. Ponto final. Não costumo fazer perguntas, e quando as faço, tenho o máximo de cuidado. Considero que perguntando estou me intrometendo na intimidade do outro. Quanto maior a amizade, maior o respeito com a intimidade do outro. Claro, que se um amigo me confidenciar algum problema, serei atento e sigiloso. Na maioria das vezes, quando alguém nos confidencia um problema, é no éco de suas próprias palavras, que encontrará a sua solução. Dificilmente o confidente dará o conselho acertado, pois, por mais amigo que seja não conhece o "íntimo" do outro. Agindo assim, serei mais "eu", deixando o outro mais "tu".

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”