terça-feira, 28 de setembro de 2010

Boletim 53

ABRINDO A PORTEIRA.
Fazenda da Invernada - 5ª - "A periferia".
Para concluir a história da Invernada, que na verdade não teria fim, finalizo descrevendo sua periferia. Um verdadeiro banhadal, transitável só por carroças e principalmente por cavaleiros, que eram os grandes "andantes" da época, até chegarem na grande coxilha, onde ficava a sede da fazenda. Então a fauna e a flora estavam intocadas, e só aos olhos de quem assistiu, para ainda hoje se extasiar com aquelas distantes imagens. Bandos e mais bandos de tahãs, com seus gritos alucinantes, dia e noite. Depois todo o tipo de animal, que hoje estão quase extintos - veados, com suas galhadas, porcos do banhado, que eram caçados à laço pelos campeiros. Jacarés, "às pampas", assustando os banhistas do açude perto das casas. Não me lembro de cobras venenosas, pois parece que elas não gostam de terrenos úmidos. Bandos de colhereiros, com seus voos desengonçados, cor de rosas, silenciosos, mas majestosos. Maçarico Real, que hoje não se vê mais, mas costumavam pousar nas cabeças dos mourões dos aramados. Revoadas de Marrecões da Patagônia, marrecas de todos os tipos, aves abundantes, enfeitando terra e céu. Uma estrada formada por dois trilhos, alagados, no "chape-chape" do andar das cavalgaduras. Uma vida sem pressa. Um tempo lindo e comprido, que pertenceu a uma gente, que não temia pelo amanhã.

GALPÃO.
A varanda e a "parrilla"
Finalmente dia 26 passado foi inaugurada, lá no Galpão do Galo Velho, a varanda e a "parrilla", pelo meu filho Luis Mário, vulgo "Castiano". Por sugestão da Anamiss estou anexando as fotos, que ela diz, acertadamente, fazerem parte da história, e eu afirmo mais, "encurta o escrever". Além do escrevente e a sua Jane, de 52 anos de bela vida matrimonial, lá estavam o Rubem Carlos Serafini Machado com a sua "expedita" Eunice, além do Luis Mário com a sua amada esposa Majô, e o filho mais moço, o pescador e campeiro Ramiro. A filha mais velha deles, Roberta, a pianista e cantora, ficara em Camaquã, curtindo uma festa de aniversário, e já tomando conta da casa. Que coisa linda!
Grupo clicado pelo Rubem Machado




O grupo clicado pela Eunice Machado

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
A terapia do abraço.
Esta não é bem uma história, pois está aí na intenet, e me chegou às mãos pelo Irmão Eduardo Huber.
Pois é, durante muito tempo estivemos a procura de alguma coisa que nos rejuvenescesse, que prolongasse nosso bom humor, que nos protegesse contra as doenças, que curasse nossa depressão, e nos aliviasse do estresse.
E encontramos!... o remédio já havia sido descoberto e já estava a nossa disposição. E continua ao alcance de nossas mãos. E não custa nada.
É o abraço! O abraço é milagroso. É medicina realmente muito forte. O abraço, como sinal de afetividade e de carinho pode nos ajudar a viver mais tempo, proteger-nos contra doenças, curar depressões, fortificar os laços conjugais e familiares. O Abraço é um excelente tônico. Hoje sabemos que a pessoa deprimida é bem mais suscetível à doenças. O abraço diminui a depressão e revigora o sistema imunológico da pessoa.
O abraço injeta nova vida nos corpos cansados e fatigados, e a pessoa abraçada se sente muito mais jovem e vibrante. O uso regular do abraço prolonga a vida, sara a depressão e estimula a vontade de viver e crescer na vida. Não há como dá-lo, sem ganhá-lo de volta!
Recebam o Abraço do Galo Velho!


FECHANDO A PORTEIRA.
A Paciência.
Pois fiquei matutando nela. Paciência é uma qualidade de quem é bom. Digo mais, é o primeiro degrau da felicidade. O paciencioso é um ser esperançoso, pois não conheço nenhum que seja pessimista. Ele tem a propriedade da resignação, ou seja, aceita os reveses da vida, na paciência de que tudo passará. Nada melhor que um dia depois do outro. Pensem nos velhos ditados: "A pressa é inimiga da perfeição" e, "De vagar se vai ao longe". Certamente ninguém lhes dá mais os devidos valores, só os velhos como eu. Assim fico assistindo os apressados de hoje, ou impacientes de hoje, correrem adoidados, na busca de alguma coisa, que nunca perderam. Não perderam em lugar algum, e o pior, não sabem, que tudo está dentro deles mesmos, bem ali, onde mora o Criador de Todas as Coisas. Pensem mais - nas mortes dos apressados no trânsito, e nos apressados no acelerar os batimentos cardíacos. Vamos ficar calmos, pacientes, esperançosos, resignados. Parece ser muito difícil, mas não é. Afirmo, até mesmo, que é muito fácil. É só "matutar".

5 comentários:

  1. Então, querido Vo "Caleca", que vá de cá um abraço beeeeeeeem apertado nessa família querida, que é quase a nossa! Um ótimo final de semana! A benção!Beijocas!

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  2. Querida Anamiss.
    Valeu o teu abraço, mesmo que distante. Ainda chego naquela cabana e faço uma pescaria de peixe grande, ja que meu Irmão Gilberto não pesca mais. Valeu te "ver", e leva minhas bênçãos a linda Isadora.
    Vô "Caleca".

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  3. Luis, sobre o Galpão, a parrilla, a família, etc... mais pena me dá não ter tido a oportunidade de papear com Luis Mário & Cia - do que a parrilla ainda estar em construção na nossa viagem por esses pagos. Mas vejo com alegria essa inauguração. Parabéns a todos e um grande abraço a Jane.

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  4. Obre a tua paciência: sem dúvida tens razão, e me lembra uma história. Quando cheguei a Floripa, vindo de Poa, o contraste era gritante. POA uma capital já adulta e veloz (impaciente) e a bucólica Floripa de 1979 - hoje já não é mais assim - tbém ficou impaciente. Então vinha eu correndo pela Felipe Shimidt, no passo habitual de POA, e um manezinho da Ilha, meu conhecido, me dá um encontrão, sorrindo e me pergunta: "onde vais com tanta pressa" - e eu fiquei tentando explicar... e ele: "se tu fizeres as coisas assim com toda essa pressa, vais fazer o que, depois?" - e eu caí na real. De fato o cara tinha razão, Diminuí o passo imediatamente. As vezes tenho recaídas portoalegrenses. Áh, estou devorando o livro que me deste sobre a vida do grande guerreiro Sepé Tiarajú. Abraços.

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  5. Irmão-primo JVitor.
    Com toda minha "quilometragem" tenho que me render ao "modernismo", pois a internet nos mantém ligados, num tempo em que ninguém tem tempo para visitar alguém. Quando escreves te sinto próximo, o que é bom. Valeu.
    Beijo e abençoo teu coração e da Helena.
    LFernando

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”