domingo, 28 de fevereiro de 2010

Boletim 39

ABRINDO A PORTEIRA
Quaresma.
A Páscoa é estabelecida no Hemisfério Sul na 1ª Lua cheia do outono, e este ano incidirá no dia 4/4. Atenção e cuidado, o número quatro simboliza o universo material e aí nos temos dois quatro. Então vamos retroceder 40 dias (olha o quatro novamente) para estabelecer a Quaresma, claro o número só é alcançado com a exclusão dos domingos, para chegarmos na quarta feira de cinzas(mais um quatro). Aqueles que não são católicos ou religiosos, registrem os dados como elemento cultural, que foram extraídos de pesquisa no Google.
40 dias foi o dilúvio; 40 anos a peregrinação do povo judeu pelo deserto; 40 dias de Moisés na montanha; 40 dias que Jesus passou no deserto; 400 anos de estada do povo judeu no Egito. Peço o favor de não incluirem os 40 ladrões do Ali Babá, porque então estaremos entrando no Brasil.
O próprio Jesus comemorava a Páscoa! Aí fiquei cabreiro, pois eu julgava que Ele é que havia "inventado" a Páscoa. O nome se origina do hebraico, e se traduz por "passagem; passar por cima", simbolizando a passagem do povo judeu do Egito à Terra Prometida. Jesus deve ter escolhido a data da Páscoa para sua morte, na simbologia da "libertação do pecado, pelo homem".
A prática da Quaresma acontece desde o século IV, quando se pratica a penitência para renovação de toda a Igreja, com os católicos praticando o jejum e abstinência.

GALPÃO - 7ª Lei
Igualdade.
Falando em Galo Velho falemos em igualdade racial. Nosso Galo Velho era um negro, mas afirmo que ele pouco estava ligando para sua inferioridade social, que na época era tremendamente marcante. Ele conhecia o seu lugar, e assim agia por ser respeitado e até mesmo admirado pelos patrões, por sua candura, habilidade campeira e disciplina. Igualdade social só é conquistada com bom caráter.
Ele nasceu na escravatura e no meio rural, por tal convido vocês para uma viagem: “O negro chegando escravo nas fazendas do Rio Grande do Sul recebeu do patrão um cavalo arreado para montar, e uma faca carneadeira na cintura para courear, pois o couro era a grande riqueza na época. Como chicotear e tratar mal um homem assim? Como agrilhoar um homem sobre o cavalo? Ele era livre, dividindo com o patrão o suor da labuta campeira, se sentindo igual aos brancos, que forçosamente eram seus amigos. Hoje esta amizade acabou, com as leis sociais mal adaptadas ao campo.


HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM
O Compadre Macaco e a Grande Carreirada.
A imaginação do Compadre Macaco era muito grande, e ele sempre aprontava pra cima do Compadre Tigre. Certa feita inventou uma carreira entre os bichos, ofertando uma coroa de rei àquele que fosse o vencedor, o que passou a ser o assunto da bicharada.
Certo dia estando em cima de uma árvore viu o Compadre Tigre passando ali, e foi preparando a jogada: “Olha Compadre Tigre, o senhor é mais corredor dos bichos, e se correr vai ser o vencedor”, ao que o bicho ruim retrucou: “Claro que vou ganhar, pois sou o rei dos animais”. “Mas olha, disse o Compadre Macaco, para correr é obrigado ter um jóquei, e eu sou o melhor de todos, mas já me acertei com o Compadre Guaraxaim”, ao que o Compadre Tigre retrucou: “Pois tu vai ser é o meu jóquei, viu bicho moleque?” O Compadre Macaco fingiu aborrecimento, mas terminou concordando passando a acertar como seria a grande carreira.
No dia da corrida o Compadre Macaco pediu que a bicharada ficasse esperando junto ao rio, na Curva das Tartarugas, pois ali ele iria aparecer montado no Compadre Tigre e dando muito laço nele. Dito e feito, ele começou a preparar o bicho ruim dizendo que teria que colocar a sela de montar, o que foi um sufoco para ele aceitar. Depois tinha que colocar o freio, então a coisa esquentou mais ainda, mas terminou concordando. Quando o Compadre Macaco apareceu com o rebenque foi um griteiro danado, mas se convenceu na afirmação que os outros todos teriam jóquei e com rebenque. Montado no bicho ruim, o Compadre Macaco se firmou nos estribos e nas rédeas, ainda agarrando o seu rabo no rabo do Compadre Tigre. Não é preciso dizer que não haveria carreira nenhuma com os outros bichos. Foram ao tranco até a Curva das Tartarugas, mas ali chegando o Compadre Macaco passou a surrar o Compadre Tigre com seu rebenque, e por mais que ele corcoveasse não conseguia lhe derrubar, e na corrida chegaram à frente da bicharada, que morria de tanto rir, pela grande surra que o bicho ruim estava levando, e pelo fogo que ele botava pelas ventas.

FECHANDO A PORTEIRA.
Sexo.
Deixei para o final porque poucos de vocês chegam até aqui. Sei que vou me quebrar com a maioria, mas fui falar em Sodoma e Gomorra no outro boletim e o assunto ficou bailando. Assim, vou me referir a sexo, que desde milênios é atual e polêmico. Começo com uma sentença: tenho 52 anos de felicidade conjugal! Então aceitem meus erros e meus acertos, mas não deletem sem refletir.
Sexo é uma necessidade fisiológica. Nada mais. Além, lógico, da perpetuação da espécie. Não permitam que ele tome conta de vossas vidas. É como se de repente eu quisesse evacuar o dia inteiro. A vida moderna tem alterado nossos hábitos, com a tv e o computador enchendo espaço e mais espaço com sexo. Não entrem nessa. Façam equilíbrio das atividades sexuais, e principalmente não a exterminem, pois tudo que esgotamos – se acaba! Sei que a imaginação é infinita, mas também sei que ela acaba no trato da coisa física. Confesso que durante toda minha feliz vida conjugal só fiz “papai e mamãe” com minha esposa (só espero que ela não leia isto, e nem que vocês contem para ela, pois não gostará de eu revelar nossa intimidade). Muitos dirão: “Mas que idiota, não sabe o que perdeu”. Respondo: “Nunca esgotamos nossas imaginações, que só vivenciaram o amor, nas carícias de respeito, usando muito mais o coração do que o próprio corpo.
Na minha filosofia maçônica está escrito, que três são os vícios que destroem a alma humana: Orgulho, Ócio e Volúpia. Pensem nisso...

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”