sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Boletim 38

ABRINDO A PORTEIRA
Férias.
Afinal ninguém é de ferro. Quem não tira férias está com algum problema. Trinta dias é muito tempo, termina dando canseira, e cansar nas férias é desagradável. Vejam nosso desgaste apreciando os dois meses de férias do Brasil. Burocraticamente falando, janeiro e fevereiro ninguém faz nada. Agora, tirar só uma semana também é pouco, mas na crise que vivemos não tem outra maneira. Falando em crise, vejam bem, nasci em 1934, logo após a grande crise de 1930, e por toda a vida sempre ouvi falar nela. Vezes mais, vezes menos, mas sempre em crise, parece que já nos acostumamos. Pois que assim seja, o importante é não perturbarmos nossas mentes, já que ela não nos pertence, pertence a Deus, e Ele não deve ser perturbado.

GALPÃO 6ª Lei
A verdade.
Quando criança apanhava de meu Pai ao mentir, e este ensinamento transmiti aos filhos, que transmitiram aos meus netos, lógico que hoje sem apanhar. Tal fato me fez buscar a VERDADE vida à fora. Creio que assim tenha nascido maçom, sem saber.
Essa virtude é a representação da Divindade, ou seja, o primeiro degrau para se conseguir um bom caráter, podendo com ela cultivar as demais virtudes. Afirmo: "Em todos os defeitos humanos a mentira está inserida". A VERDADE passou a ser uma das leis do Galo Velho, na representação do RESPEITO aos nossos semelhantes. Tanto que na “queima de campo”, ao contarem os causos campeiros, logo se busca pelo Livro, e ali ele é registrado com a assinatura do mentiroso e suas testemunhas. Uma é antológica: "O Sarará, tratador dos bichos da Praça Cel. Sylvio Luiz, certa feita foi pegar um tatu do cativeiro, com a intensão de comê-lo, pois estava bastante gordo. Quando agarrou o bicho ele gritou: 'mamãe'." Apresentou como testemunha o funcionário da justiça federal no Foro local, conhecido por Jardo, e ambos tiveram que assinar no livro.
Ocorre que ali estamos protegidos da maldade, por força da egrégora de luz que protege o ambiente, onde nossas consciências são envolvidas pela bondade e pela verdade.

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
O Grande Temporal.
O Compadre Macaco, o mais inteligente e esperto de todos os animais, espalhou a notícia que um Grande Temporal iria cair sobre a floresta, matando todos os bicho, o que aconteceria no dia seguinte pela manhã. Passou a ser o assunto da bicharada que só falava no tal temporal, com o medo tomando conta de todos. Aquela história do temporal fazia parte de um plano do Compadre Macaco, que queria dar uma surra no Compadre Tigre, porque no dia anterior ele havia comido o seu amiguinho o Compadre Coelho. Preparou tudo, convocando a bicharada para um encontro no outro dia, junto do pé da grande sequóia, que era a maior árvore da mata. Pegou de um cipó, e subindo nela passou a se amarrar com ele. Em pouco tempo apareceu o Compadre Tigre, que olhando a cena perguntou: "Mas Compadre Macaco o que está fazendo aí?" Ele então contou que haveria um grande temporal, arrancando todas as árvores, e matando a bicharada. "Ouvi esta história, mas porque tu te amarras nesta árvore?". "Ora, respondeu, esta será a única árvore que vai ficar de pé, e eu não quero morrer." O Compadre Tigre que além de mau era muito burro, não pensou duas vezes e foi logo dizendo: "Desce daí sem-vergonha, tu é que vai me amarrar nela, pois eu é que não vou morrer". O Compadre Macaco ainda fez manha, dizendo que não queria, porque não queria, mas depois de muita ofensa e ameaças do outro, terminou concordando, e passou a amarrar o Compadre Tigre na grande árvore. Depois de bem amarrado, ele ficou na frente do Compadre Tigre, e com aquela sua cara malandra disse: "Então bicho ruim estás bem amarrado? Não consegues te mexer?". O bicho malvado ficou quieto, já meio desconfiado, e foi quando o Compadre Macaco gritou para que a bicharada chegasse para perto, e foi dizendo ao Compadre Tigre: "Não vai haver temporal coisa nenhuma bicho ruim. Fiz isto para te dar uma lição. Tu comeste o meu amiguinho Compadre Coelho, e agora vais aprender a não fazer malvadezas, e vais levar a maior surra de tua vida". Com um outro cipó, que havia preparado lhe deu a maior surra do mundo, para alegria de toda a bicharada, enquanto o bicho ruim botava fogo pelas ventas.

FECHANDO A PORTEIRA
Agora é o carnaval. Aquela festa para jovens, pois lembro da minha juventude, e do quanto o apreciava. A idade avança e a gente vai ficando distante do carnaval, até mesmo não o entendendo, nem mesmo as mulheres bonitas que tanto adoçam as imaginações, que envelhecem, ou enfraquecem, e não damos mais importância aos belos e excitantes desfiles carnavalescos. De qualquer forma é um dos costumes brasileiros que mais chama a atenção do Mundo, atraindo grande leva de turistas estrangeiros com seus bolsos cheios de dólares, e são eles a mola mestra dos tempos atuais, que todos os dias nos mostram seus efeitos de alegrias e de desgraças. O Mundo se desequilibra, e se não fizermos alguma coisa, ele passará a se chamar "Sodoma e Gomorra". Fica outra prece, rogando a Deus que a humanidade não tenha muito, nem tão pouco.

Um comentário:

  1. Bom dia Sr.Luiz.
    Já faz algum tempo que acompanho seus ensinamentos e convivo com o amigo neste galpão.
    Sou funcionario da Technotag e tenho o previlegio de conviver com seu filho, ser humano maravilhoso pelo qual tenho muita admiração e respeito.
    Bem é como dizem "A fruta nunca cai longe do pé"
    Um abraço.
    George Oliveira

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”