"Terra a gente não queima".
Lá pelo ano de 1964 aconteceu um fato com
Selvina, esposa do nosso Galo Velho, que desejo registrar para a posteridade.
Selvina apareceu na Sant´Anna, e sabendo que eu tinha uma olaria, pediu alguns
tijolos para calçar uma cacimba em sua chácara. Fomos até a olaria que ficava
próximo, onde escolhemos os tijolos mais requeimados, que seriam ideais para o
seu poço. Na saída disse ao Seu Carlos Krüger, meu oleiro, que mais tarde
mandaria um reboque levantá-los, e foi quando nos retirávamos ao longo do
galpão de palha taboa, que Selvina sentenciou: “Menino, terra a gente não
queima”. Parei estarrecido. Já andava inconformado com a tal olaria, que só me
trazia aborrecimentos. Então gritei ao Seu Carlos Krüger: “Seu Carlos fecha a
olaria. Está todo mundo demitido”. Selvina se assustando me retrucou: “Menino,
o que houve?”. Respondi: “Tu tens toda a razão, terra a gente não
queima, ela é sagrada, a natureza nos deu para dela tirarmos o nosso sustento,
e um dia ser nosso berço, para o descanso eterno.”
Minha mensagem:– “Não se metam com olaria!”
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