quarta-feira, 2 de maio de 2018

Boletim 414.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Os Lusíadas.
Lembranças ruins também fazem parte do passado, pois os Lusíadas, com seus "sujeitos" ocultos foram um tormento para mim. Meu professor de português, Godofredo Fay de Macedo, era um zarro professor, e apaixonado pelos "sujeitos" escondidos em 8.816 versos da grande odisseia atormentava os alunos na sua busca. Era uma terrível odisseia. Até que encontrei a triste história:
Quando sua nau naufragou na costa de Goa, no retorno das Índias, Luis Vaz de Camões viu sua escrava Dinamine, ela seu grande amor, morrer ante seus olhos por ter escolhido salvar os Lusíadas, abandonando a linda amada. Vejam como era bom ser machista naquele tempo - escrava, amante, empregada, companheira - uma barbada (hoje virou, elas estão nos escravizando). Então ele escreveu belos versos, com o "sujeito" bem presente:


Alma minha gentil que partiste, tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no céu eternamente, e viva eu cá na Terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo onde partiste, memória desta vida se consente,
não esqueças daquele amor ardente, que tão puro nos meus olhos viste.

E se vires que pode merecer-te, alguma coisa da mágoa infinda de perder-te, roga a Deus que teus anos encurtou, que tão cedo de cá me leve a ver-te, quão cedo dos meus olhos te levou.


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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”