terça-feira, 24 de outubro de 2017

Boletim 379.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Rio de Janeiro.
Já me referi anteriormente à minha estada de cinco anos trabalhando como agricultor no Rio de Janeiro, quando contei algumas histórias. Tive um arrendador, proprietário de uma fazenda em Cabo Frio, que era suíço, chamado Hans, que certa feita recebeu um irmão que não falava uma só palavra em português, e eu idem da língua dele. Entretanto, ficamos amigos. Aquela coisa de bater no olho e firmar uma amizade. Dois dias depois ele se despedia indo embora, e me dava de presente um belo canivete suíço. Na mesma hora coloquei a mão no bolso, busquei por uma moeda e estendi a ele, que saiu disparado porta à fora, certamente ofendido. Passei a explicar ao seu irmão Hans, que era um hábito entre os gaúchos, simbolicamente ofertar um pagamento àquele objeto contundente, anulando assim sua agressividade para com o presenteado. O Hans foi atrás do irmão, explicando o meu gesto, o que fez ele retornar à minha presença, emocionado quase chorando, e me abraçando disse que iria levar aquele simbolismo para a Suíça. Tomara que os gaúchos ensinem alguma coisa aos suíços.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”