segunda-feira, 8 de maio de 2017

Boletim 332.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
A janela dos fundos.
Sei, tem a janela da frente, onde muitas vezes me debruço para ver a banda passar, entretanto, é a janela dos fundos onde mais me entretenho por morar silêncios dentro dela. De quando em quando os latidos dos cães, que já me referi em boletim anterior, com suas conversas alegres, tristes, brabas, melancólicas, igualzinho aos suspiros humanos. Um limoeiro carregadinho de frutos, e abandonado aos cuidados do dono. Uma corda também carregadinha de panos, secando ao vento, enquanto os pardais satisfazem suas fomes, comendo alpistes derrubados das gaiolas dos canários, infelizes moradores no pátio do vizinho. Muito mais teria para ser descrito, mas me ponho a matutar - a vida agitada da janela da frente, e a vida silenciosa da janela dos fundos - aquele que eu mostro à sociedade vaidosa, e aquele que resguardo dentro do meu silêncio. 

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”