quarta-feira, 20 de julho de 2016

Boletim 284.

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Marieta.
Vocês perdoem, mas vou falar de minha gente, por uma simples razão - o texto está muito bem escrito. Lá no boletim nº 10, que não transcrevi para o blog, ele consta límpido e alegre. Uma querida tia, irmã de meu Papai, cujos dados foram fornecidos por uma filha, que por professora, e de coração limpo e puro, assim escreveu:


 Marieta Azambuja Fay.
Segunda filha do Cel. Ney nasceu no último ano do século XIX, em 14 de abril de 1899, na fazenda da Invernada. Era chamada por quase todos os sobrinhos de Dinda. Alfabetizada na fazenda foi criada naquele bucolismo rural, até que adolescente, o pai a mandou para junto de sua irmã Amália, em Rio Grande, onde passou os melhores momentos de sua juventude. Passados alguns anos foi transferida para Porto Alegre, residindo com a outra tia, Sinhá, também irmã de seu pai, e casada com o professor Sampaio, do Colégio Militar. Ali ela passou muito trabalho, pois encontrou um verdadeiro “quartel”, lamentando a perda do contato com as primas de Rio Grande, com quem estabelecera forte amizade. A oportunidade junto da tia Sinhá foi a técnica de bordado, chamado “pintura de agulha”, no qual se especializou, deixando bons trabalhos. Terminou retornando à Invernada já mocinha, e foi no Hotel São João, na vila do Duro, que estando a almoçar com a família, um jovem e esbelto moço, chamado José Olavo Fay, almoçando ao lado perguntou ao garçom Bino, quem era aquela bela morena de olhos tão lindos. Recebeu a resposta que era filha do Cel. Ney Azambuja, ao que ele retrucou: “Vou casar com ela”. O garçom corrigiu: “Vai ser difícil seu moço, o velho é exigente, e não creio que concorde em dar a mão da filha, a um simples caixeiro-viajante”. Não se sabe que caminhos o teimoso Fay percorreu, para chegar no coração da bela morena, mas o certo é que em 9 de abril de 1921 casavam na Fazenda da Quinta. Contam que a festa tendo terminado muito tarde tiveram que pernoitar na mesma, mas em camas separadas. Imaginem uma cena desta nos dias de hoje!
                        Como todo o Azambuja, Marieta era extremamente devotada ao lar, acompanhando os filhos e netos, por quem foi muito amada e respeitada. Escreveu: “O dia mais feliz de minha vida, foi quando recebi minha primeira comunhão, já com 42 anos de idade”. Então, no dia 14 de abril de 1974, ao completar 75 anos de existência, na sua bela chácara da Glória, junto aos filhos e netos, seu coração parou de bater, encaminhando-se ao encontro de sua eterna ressurreição.
                                              Dados de sua filha Marila.

Concluo: Ela se chama Marila Azambuja de Azambuja, pois casou com meu Amigo e Companheiro de Rotary, Ruy Rodrigo Azambuja. Ela vive, e também extremamente devotada ao lar. Conta com a pouca idade de 93 anos, para sua bela estrutura física. Tanto que ano passado quebrou uma perna e anda lépida e faceira.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”