sábado, 25 de janeiro de 2014

Boletim 158.

ABRINDO A PORTEIRA.
Viver para comer, ou comer para viver?
A pergunta é cada vez mais atual, e muito devemos meditar nela. Somos tomados por pesadas propagandas da mídia,  induzindo o consumo das mais variadas e belas comidas. Nossos olhos não obedecem mais nossas mentes, ou nossas mentes estão seduzidas por nossos olhos. A coisa chegou a tal ponto, e pasmem, vi na TV, estão introduzindo bolas no estômago das criaturas, para que tenham a "sensação" de estarem alimentadas!!! O Silveira Bueno me diz que "sensação é a impressão produzida num órgão dos sentidos, pelos objetos exteriores, transmitida ao cérebro pelos nervos, e determinantes de um juízo ou conceito". Certamente perdemos o juízo, ou nossos conceitos de vida foram modificados, na busca do prazer momentâneo, esquecendo de nosso futuro.

GALPÃO.
A comida galponeira.
Aqui não nos reunimos para comer. Nos reunimos para trabalhar. De quando em quando o máximo é nos empanturrarmos com muita carne gorda, e o único carboidrato é um pouco de farinha de mandioca, que ajuda a "secar" a gordura. No mais é mate sobre o mate, no começo da churrascada até o seu fim. Não conheço galponeiro gordo, salvo os que se empanturram com arroz e feijão. Depois, a lida não deixa a gordura grudar no sangue. 

HISTÓRIAS QUE VOU CONTAR.
O guloso.
Não vou citar o nome deste saudoso e querido amigo, mas conto que muitas vezes estávamos almoçando, e ele projetando onde iríamos jantar. Verdadeiramente vivia para comer. Além de tudo era um exímio cozinheiro, e com um paladar apurado exigindo a perfeição dos temperos. Certa feita comíamos num restaurante no interior do Rio de Janeiro, carne na tábua. Era um, dois ou três bifes, cobertos com um, dois ou três ovos, e tudo abafado de muita, mas muita batata frita. Ele pediu uma tábua com três bifes só para ele. Ficamos em assustado silêncio, e dividimos nossas tábuas para que tocasse um bife para cada. Lá pelas tantas ele percebeu que estávamos no fim de nosso bife, e ele estava apenas no segundo, e foi quando disse: "aquele que avançar no meu terceiro bife vai levar uma garfada". Deus, isto é o prazer fora de qualquer juízo.

 FECHANDO A PORTEIRA.
É muita comida, vou é fechar a boca!

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”