segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Boletim 112

ABRINDO A PORTEIRA.
Gilberto dos Santos.
Filho do Seu Oswaldo e da Dona Nair, casado com a Marli, pai do Ricardo, da Ana e da Bela, avô da Isadora, nascido em Porto Alegre, no dia 24 de dezembro de 1934, comerciante, agricultor, corretor, industrialista, inventor, pescador, caçador, matemático e amigo, morreu no dia 25 de outubro, no Hospital Moinhos de Vento, cercado do carinho da família, dos amigos, e com a consciência em paz.
Leal, sincero, alegre, sem nunca falar mal das pessoas, principalmente de seus amigos. Sempre esqueceu as injustiças recebidas, sem crer que alguém pudesse lhe fazer mal, já que nunca fizera mal a qualquer pessoa.
Não façam como eu, digam em vida, o que pensam de seus amigos.
Vamos guardar sua lembrança, pescando e comendo, seus grandes prazeres. Ele pacholento, sorri, ao centro.


GALPÃO.
O cusco e o fogo.



Não pode haver um galpão sem um cachorro, e um amigo certa vez disse, que de tanto amar galpão, em outra encarnação ele foi cachorro. Esta cadela aí de cima ama tanto o fogo, que chega a namorá-lo, ou porque sente o cheiro da morcilha, ou morcela como queiram, assando naquela grelha. A verdade é que eu rezava ao pé do fogo à memória do meu amigo Gilberto, que partira para o além.
 
HISTÓRIA QUE ME CONTARAM.
Ainda o Gilberto.
Certa feita ele foi para o Rio de Janeiro, e de lá me telefonou, perguntando onde havia descoberto a mais linda das lavouras para arroz irrigado. Respondi: na Guanabara certamente, ao que me retrucou: quase acertaste, foi em Búzios. Estava se referindo ao município de Cabo Frio, onde fica localizada a famosa praia de Búzios. Meu pai me ensinou que zebú e louco, a gente nunca ataca pela frente (e ele era um zebú louco, em se tratando de negócios). Fui lá para "paleteá-lo" mudando o rumo do negócio, e terminei me apaixonando também. Não deu certo, mas foi uma luta bonita, e isto é o que vale na vida.
 
FECHANDO A PORTEIRA.
O maverik do Gilberto.
Era vermelho, flamante, e certo dia ele o deu de presente para o nosso capataz de campo, João da Silva Vigano, encantado com sua dedicação ao trabalho. Daquele dia em diante ele passou a ser chamado de Dinho, pelo João. A verdade é que o consumo de gasolina do João foi tanto, que tive de aumentar seu salário várias vezes.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”