quinta-feira, 5 de abril de 2012

Boletim 96

ABRINDO A PORTEIRA.
A oferta sem a procura.

Interessante como existem pessoas que não sabem se ofertar. Não estou me referindo à oferta material, e sim à solidariedade. Posso afirmar, pela quilometragem percorrida, que só é feliz quem tem, ou adquiriu a capacidade de ofertar solidariedade. Ela pode ser traduzida por servir, ofertar, tolerar, suportar, auxiliar, enfim: amar. Participo de um clube de serviço chamado Rotary, e lógico que nosso lema é SERVIR, onde cantamos: "Mais se beneficia, quem melhor serve", e queremos chegar na PAZ MUNDIAL. Todos são felizes naqueles clubes de SERVIÇOS.



GALPÃO

O Cavalo.

Certamente o gaúcho não existiria, se não existisse o cavalo. "Aqui ele chegou em 1536 trazidos pelos espanhóis, tornando-se selvagem no pampa gaúcho (Rio Grande Uruguai e Argentina), somando 40 milhões de cabeças". (dados do Portal Gaúcho, assinado por Evaldo Muñoz Braz).

Devemos uma reverência aos nossos índios charruas e minuanos, os primeiros cavaleiros que logo se identificaram com o cavalo, que é o maior símbolo da liberdade.

Balbino Marques da Rocha escreveu: "No teu tranco soberano, na espuma dos teus ardores, compassaste o sonho humano, de estandartes e tambores. Nos teus ímpetos violentos, tuas patas como metralhas, escreveram nas batalhas, a sinfonia dos ventos, e a epopéia da vitória... Marcando de cicatrizes, as mais profundas raízes dos velhos troncos da história".



HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.

O escravo cavaleiro.

Imaginem agora o negro escravo, chegando no Rio Grande e sendo vendido para as grandes fazendas. A riqueza da época, antes da entrada do charque, era o couro vacum, pois tudo que se possa imaginar feito com plástico, era feito de couro, naquela época. Matava-se o vacum apenas para tirar seu couro, deixando a carne aos abutres. Foi necessário colocar o negro escravo no lombo de um cavalo, (símbolo da liberdade) e colocar na cintura deste homem uma faca, ferramenta indispensável para aquela operação. Poderia ser ele inimigo de Patrão? Poderia ser agrilhoado sobre o animal? Poderia apanhar? Daí a proximidade, a amizade e o respeito entre um e outro. Esta amizade só foi quebrada com as atuais leis sociais, não adaptadas ao campo, jogando o empregado contra o patrão.



FECHANDO A PORTEIRA.

O Espírito de Luta.

Quantas vezes estivemos na lona? Quantas vezes nos levantamos? O Sol continuou o mesmo, nossas famílias e amigos, os mesmos. Se restou algum arranhão foi porque nossas vaidades foram feridas. A vaidade nada constrói, só a humildade nos eleva. O espírito de luta é a representação da FÉ. Na Páscoa é momento de meditarmos naquilo que representa a maior de todas as humildades - "se ofertar na cruz por seus irmãos". Mas o espírito de luta fez com que três dias depois Ele renascesse!

Um comentário:

  1. Precioso Amigo, como detalhar com toda sensibilidade que existe a relação do homem e o seu cavalo! A empatia que cresce estreitando os sentimentos começados pelos sentidos básicos se estrapolam sem se aperceberem. E quando menos se dão conta, quando estão juntos na labuta, são um só. A respiração ofegante,a visão, a audição, o coração batendo fortemente...tudo sincroniza. Amizade, respeito, dedicação.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”