sábado, 4 de fevereiro de 2012

Boletim 92

ABRINDO A PORTEIRA.
O tempo.

O tempo nos consome, ou nós consumimos o tempo? Já pedi para pensarem no assunto em boletim anterior. Julgo que quem for consumido pelo tempo não terá entendido sua vinda à Terra. Conheço muitos que não gostam do tempo, sentindo-se velhos, ou no fim do tempo. O tempo não tem fim, já que afirmo que o fim não existe. Outros tempos virão. Só resta entendermos este egoísmo de sermos donos de alguma coisa, que é o que nos prende ao tempo. Também já disse em boletim anterior, que nada nos pertence. Apreciemos o "bater das asas da borboleta" e vivamos o perfume das flores. Tenham certeza que estas não são palavras de quem se aproxima do fim da vida, mas de quem chega no seu princípio - ao encontro com Deus.



GALPÃO.

Ainda o mate.

Enquanto fico pensando na quinta lei do mate vou contando velhos ensinamentos. Meu tio José Olavo Fay era realmente meu amigo. Tanto, que quando eu caçava nos banhados de sua fazenda da Capoeira, ele interrompia minhas atiradas nos marrecões, para me levar um café com leite, pão e manteiga. Lindo de viver. Pois entre tantos ensinamentos que recebi dele, o de cevar o mate foi mais um. Coloquem a erva de pauzinhos no bojo da cuia, tapem a abertura com a palma da mão, virem de borco (ao contrário), sacudam bastante, depois retornem à posição inicial, armando e cevando o mate. Acontece que os pauzinhos foram parar o fundo da cuia, e o mate ficará mais "solto". Dica para que não usa "camisinha" no bojo da bomba...



HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.

A salinização da Lagoa dos Patos.

A segunda Grande Guerra Mundial quebrou o empresário Adriano Scherer, que plantava dois mil hectares de arroz na Fazenda da Quinta, então município de Camaquã, hoje Arambaré. O Banco do Brasil, grande credor, assumiu a administração da granja, sendo chamado o agrônomo Dr. Pasquieur para gerenciá-la. Ocorreu então a salinização da grande lagoa, como está querendo acontecer neste ano. As bombas de irrigação tomam água da Lagoa do Guaraxaim, que está ligada à Lagoa dos Patos por um canal chamado Barrinha. Adriano, já residindo no Rio de Janeiro, teve o nobre de gesto e fazer uma ligação telefônica à Pasquieur, pedindo que ele fizesse o fechamento da Barrinha, mas não foi atendido. A grande lavoura de arroz foi perdida



FECHANDO A PORTEIRA.

Eu me vi livre de ti!

Certamente esta é a mais dolorida das frases. Dói nas profundezes de quem ama aquele que a pronunciou. Algumas separações são sofridas, outras não, e as que mais nos fazem sofrer são aquelas em que há cobranças. Então cuidem, quando se separarem de alguém que amam, ou que amaram, não fazendo cobranças. Toda separação é um ponto final, e não há como corrigir os erros passados. Amor não tem preço, nem medida.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”