quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Boletim 88

ABRINDO A PORTEIRA.

Eu não existo.

Parece estranho, e mesmo difícil meditar nesta afirmativa. Mas será que esta existência me pertence? Quanto mais deixamos Deus tomar conta do nosso íntimo, mais espaço se criará em nosso interior, e mais espaços se fechará para a matéria, compreendendo que tudo que aqui adquirirmos não nos pertencerá. Não iremos levar nada conosco. Apenas o AMOR. Assim é que toda a humanidade, ao se aproximar o Natal, passa a valorizar o AMOR, como se ele só existisse no Natal. O Menino Jesus nos habita 365 dias por ano. Um feliz 365 dias a vocês.



GALPÃO.

Sempre o mate.

Claro que ele faz parte do nosso dia a dia. É o primeiro gesto, e muitas vezes o último. Ele é nossa alegria, e por vezes a tristeza, principalmente quando é mate do "solito", no descambar do Sol no horizonte distante, lembrando o ocaso da vida, na contemplação de um passado lá muito atrás. Mas vamos para as Leis do Mate. Assim como não se pede o mate, ele não pode ser negado, quando na "roda do mate". Seja para quem for, até para um "mal lavado", cabendo, entretanto, agradecer o mate, e se excluir da roda. Esta é a terceira Lei do Mate.



HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.


O Posteiro Galo Velho.

Convivi com o Galo Velho até meus trinta anos, quando ofertei a ele uma chácara na cidade de Camaquã, onde morreu, já "destronilhado" (não mais certo do juízo). Meu Pai costumava contar sua história. Posteiro era mais do que um empregado da fazenda, era um "guardador das fronteiras dos campos", numa época em que não existiam aramados, e os campos eram demarcados pelos "marcos de sesmarias". Assim o posteiro recebia casa, uma lavoura cercada, um rancho mensal, podendo criar, junto do gado do patrão, possuindo sua própria marca de fogo. Seu maior trabalho era cuidar que o gado do fazendeiro não saísse para o campo do vizinho, permitindo, entretanto, que o gado do vizinho entrasse na sua área de serviço, já que havia uma lei na época, que o animal nascido na fazenda, e recebido marca, era de propriedade daquele fazendeiro. Quando das recolutas, que era a busca de animais alheios, o fazendeiro permitia que levassem aqueles que não tivessem a sua marca, ficando, entretanto, a vaca que amamentasse o terneiro marcado, que só seria retirada na próxima recolutada.



FECHANDO A PORTEIRA.

Tu reclamas?

Conheço muitas pessoas, que passam o dia reclamando. Quando não é o calor é o frio, quando não e a falta de luz é de água, ou quando não é o barulho é o silêncio profundo. Parece que as reclamações lhes alimentam. Certamente estas pessoas foram privilegiadas por Deus, que nunca lhes deu uma doença grave, um acidente forte, a perda de um ente querido, nenhum sofrimento. Deus aqui nos colocou para desenvolvermos o AMOR em nossos corações, e cumprirmos com nossos destinos, sem reclamações.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”