O gaúcho guerreiro.
Não sou historiador, e minhas pesquisas são poucas, entretanto, vou abordar um assunto histórico, relacionado com a formação do Rio Grande do Sul. Nosso Estado era conhecido como Terra de Ninguém, devido as disputas entre Portugal e Espanha. Realmente estávamos fora do Tratado de Tordesilhas, mas enquanto os tratados se sucediam, as grandes sesmarias eram doadas aos primitivos gaúchos. Era uma terra selvagem, com índios guerreiros, além dos ataques dos vizinhos espanhóis, o que forçou os fazendeiros montarem grandes piquetes guerreiros, armados de lança e "ferro branco", treinados para a luta. Parece que o Estado deveria construir uma estátua homenageando os fazendeiros, e não aquela para homenagear o Lula...
GALPÃO.
O espírito guerreiro.
Daí que a gauchada aprendeu a não ter medo. Na formação da Pátria Gaúcha, nossos ancestrais "passaram aos nossos tutanos" o espírito de aventura, pois toda guerra não passa de aventura para os soldados, que são alimentadas pelos ideais dos comandantes. Não havia o impossível para o gaúcho, ele buscava, e ainda busca, vencer desafios. Foi o que aconteceu com o Belarmino, personagem criada por meu amigo, irmão e companheiro, João Moacir Ferreira, e que será publicada em capítulos, nas Histórias Que Me Contaram.
HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
O Taura Belarmino.
O Taura Belarmino.
1º Capítulo.
"Existia, "entonces", um índio, lá em cima da serra, chamado Belarmino. Taura, daqueles que ao se ver, diziam: não aparenta a idade que tem! Até porque a idade não existe, a natureza não conta o tempo, quem conta os dias, são os homens.
"Existia, "entonces", um índio, lá em cima da serra, chamado Belarmino. Taura, daqueles que ao se ver, diziam: não aparenta a idade que tem! Até porque a idade não existe, a natureza não conta o tempo, quem conta os dias, são os homens.
Bueno. Belarmino era cabra que não se laçava com sovéu curto. Atrevido e metido como "pinto em quirera". Homem, segundo diziam, de muitas revoluções. Dado a tomar partido, nunca ficavam em cima do muro.
Perguntado, certa feita, da origem de um grande talho sobre o seu rosto, arrumou a faca na cintura, olhou prô cuera perguntador e lascou: a origem está na tumba à esquerda, na entrada do cemitério, a sete palmos de fundura!
Belarmino era assim, não perguntava duas vezes, não contava o mesmo causo e, quando chegava num bolicho, cumprimentava a todos de mão em mão, e quando saía, sumia, parecia que ninguém o tinha visto chegar.
Mas, um dia, aliás um certo dia, Belarmino, homem dado ao perfume e aos afagos das muitas mulheres belas e crinudas, misterioso como ele só, coisa que mulher adora, resolveu achegar-se lá prás bandas dos costados da Picada do Fão, ali, no Salão dos Demencianos.
O velho João Demenciano, dono do salão, taura mais enfezado que guri em porteira, também era mestre num 'vanerão rasgado' e, em todo baile, saia um concurso de danças, o prêmio, bem o prêmio, para o gaúcho mais dançador, era por demais valioso... O prêmio, era a licença do 'dono da casa' em dançar com sua filha única, uma mulher-menina-moça, sei lá, mais linda que laranja de amostra..."
Continua no 2º Capítulo.
FECHANDO A PORTEIRA.
Origem do termo "gaúcho".
Em um artigo assinado por José Outerial encontrei: "Várias são as origens do termo gaúcho, mas prefiro a "quéchua", de origem indígena, que deu a forma "gaúcho", que na língua indígena quer dizer órfão - criado "solito" - sozinho".
Realmente, ele foi um 'sozinho', tanto que era chamado de ladrão, por roubar as mulheres dos acampamentos, e quando estas engravidavam as soltavam, para continuar 'sozinho', sem perder o único amor - o pingo, andejando pelo ermo, e basteriando a aventura de cavalagar o pampa gaúcho. Ele nasceu órfão.
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ResponderExcluirA história gaúcha é linda ! É uma pena que o espírito ufanista distante. Uma espécie de memória genética, sem dar a enegia necessária à continuidade da nossa epopéia diária, tão necessária pra enfrentarmos a ganância e logro dos agraciados mais do norte. Gauchada, "ta na hora de agarrar as lanças de aço branco" de novo e parar de se vangloriar com as medalhas do passado ! Já tão nos chamando de "tolinhos", novamente ! Magrinho - azambuja@hotmail.com
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