sexta-feira, 13 de maio de 2011

Boletim 73

ABRINDO A PORTEIRA.
O "bem-estar".
Olhem, depois de me deparar com o termo "bem-estar", lembrando do outro tempo criança ao ouvir seguidamente sua pronúncia, fui no Google e fiquei confuso. Psicologia é um negócio complicado. Li tudo e não entendi nada, faltou "massa cefálica". Bem-estar para mim é aquilo que me faz feliz. É estar de bem com a vida. Não que eu não tenha problemas. Muito pelo contrário estou repleto deles, mas estou de "bem-estar" comigo. Lógico é tudo comigo mesmo, e vou repetindo: tudo é de dentro para fora. Ser feliz ou ser infeliz está dentro de mim, não está lá fora, nas outras pessoas, ou nos problemas que me rodeiam. Então nestes momentos difíceis que estamos passando é necessário meditarmos, mas principalmente acreditarmos nAquele que nos fez à sua semelhança. Que o bem-estar habite em todos nós. Amém.

GALPÃO.
A Fazenda Sant´Anna. III
Enquanto a Fazenda Sant`Anna continuava arrendada ao Tio Adolfo, a vida corria plácida na Chácara da Vila Thereza, ou no casarão, como passou a ser chamada sua sede. Minha mana Maria de Lourdes e eu estudávamos no Colégio São João Batista, das Irmãs Bernardinas, recebendo a boa continuação da educação de nosso lar. Minha Mana, para quem a conheceu, era uma "flor de mulher", pois era além de linda, muito inteligente, culta e educada. Meus Pais eram adorados na sociedade local, por suas simplicidades, e solidariedades. Por quatro legislaturas meu Velho Mário foi vereador, e por duas vezes Presidente da Câmara Municipal de Vereadores, quando não recebiam "salários", apenas o esforço por seus ideais políticos - velhos e bons tempos! Minha Mamãe que era "homeopata" distribuía sua benemerência na população carente, e como na época não havia nenhuma "entidade beneficente", além da Igreja Católica, ali ela se fazia presente a serviço de Deus. Pois Ele necessitou de seus serviços junto de si, chamando-a em 1948, com a idade de apenas 45 anos. Começava então um novo capítulo, para mim com 14 anos, e minha Mana com 18.


HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
O grande arvoredo.
Esta aconteceu comigo.
A chácara possuía um grande e bom arvoredo, e as formigas já eram inimigas naquele tempo. A gente as combatia com uma geringonça de máquina, que era um cubo de ferro terminado em cone, com um furo na ponta, onde se colocava brasa viva, e sobre a mesma se despejava algumas gramas de "arsênico", um veneno terrível. Sobre este cone havia um fole, que soprava dentro dele, levando a fumaça para o miolo do formigueiro. Eu era o ajudante de meu Papai. Até aí tudo bem, mas minha Mamãe sempre controlando as coisas, como todas as mamães, "me pegou" chupando uma laranja após o serviço. Foi um Deus nos acuda. "Estás envenenado, e tens que vomitar imediatamente". Quebrou o primeiro ovo, separou a gema e me fez engolir a clara. Claro que a clara não desceu. Veio a segunda, e com aquela autoridade suprema e gritada fez ela descer. Que coisa terrível! Veio a terceira, a quarta e a quinta, tudo "escorregando lentamente guela abaixo", mas o vômito não veio. Claro, que não morri nem do arsênico, nem da clara, mas até hoje me arrepia ao comer até ovo frito.

FECHANDO A PORTEIRA.
Aquele "outro tempo".
Aquele meu amigo que me perdoe, mas vou "decantar" o outro tempo. Aí atrás disse que lá não havia entidades beneficentes. Vocês serão capazes de contar quantas existem hoje? Até de proteção de animais! Meu amigo, naquele tempo a gente conseguia se defender. Hoje é guerra e estamos desarmados. Só o Estado, que nos toma, nos toma, tem arma e munição para distribuir, distribuir, enquanto nos enterram vivos. Perdoem os outros, estou falando dos agricultores. Um amigo me disse certa vez, "como vamos competir com os americanos, que só têm o imposto de renda. Um produtor de lá quando colhe 100 sacos de arroz por hectare, que é o custo, não paga imposto algum, enquanto aqui se colhermos apenas um, teremos todo o imposto embutido". Perdoem, estou fechando a porteira, e debruçado no mestre, chorando...

ATENÇÃO.
No boletim 71 recebi um COMENTÁRIO do Magrinho, que esperei contestações. Peço a atenção de vocês, já que darei a minha oportunamente.

Um comentário:

  1. Caro primo:
    Quando,há muitos anos,estudei os escritos de Freud,aprendí que a essência da psicanálise é a crença de que estamos em paz "interior". Assim, o homem feliz, realizado,é construido de dentro para fora ! Nenhuma vicissitude abala um ser em paz consigo mesmo.
    Com admiração
    Ney Artur

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”