sexta-feira, 3 de junho de 2011

Boletim 74

ABRINDO A PORTEIRA.
O computador.

Não adianta você ser bom piloto, se o carro é ruim. Não sou dos melhores, mas como lido desde muito com essa máquina, já devia entender do seu interior. Mas não entendo nada. Fiquei mais de mês sem escrever no blog do Galo Velho, porque não conseguia "desblogar". Pode? Pois tanto pode que aconteceu. Assim perdi a "embocadura", e terei de recomeçar. Tenho certeza que o Paulo Santana tem aquela facilidade, porque escreve todo santo dia. Vocês perdoem o principiante.

GALPÃO.
Um entardecer frio.

Foi o que aconteceu outro dia, no Galpão do Galo Velho. Era o nosso Minuano assoprando gelado, enrijecendo meus dedos, penetrando as roupas, e fazendo me aproximar do fogo forte. Um "pai de fogo" crepitava, como num grito ao se transformar em cinzas. Um velho pé de eucalipto, se transformava em cinzas, plantado que fora, pelas mãos de meu velho Pai, e alimentado pela seiva da terra, que também me criou. Tudo será cinza um dia. As Torres Gêmeas viraram cinzas, a própria terra é cinza, expelida pelo fogo dos vulcões. Só na velhice entenderemos o significado da vida, que passou despercebido por toda nossa existência. A lei diz que na natureza tudo se transforma, e nada se perde. Nós nos transformaremos, mas não nos perderemos, estando com Deus em nossos corações.

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Esta eu conto.

Termino me transformando em contador de histórias. Godofredo Fay de Macedo foi meu professor de português, nos idos de 1950, quando o Colégio Farroupilha se localizava na Av. Alberto Bins, em Porto Alegre, onde hoje está o Hotel Plazza São Rafael. Eu saíra formado no ginasial, no Colégio São João Batista, aqui em Camaquã, com o segundo lugar da turma, e ainda orador. Lembro o quanto me senti importante, ainda mais que foi de toga e beca, me fazendo crer que não precisava me formar em mais nada, tanto que daí, só consegui o diploma de datilógrafo. Voltando ao Godô, em uma aula ele passou uma redação, que esqueci o título. Quando distribuiu as provas com as notas, a minha nota foi 3, em 10. Ela só tinha duas correções. Olhei para meu colega do lado, pois as classes eram de dois lugares, e ele tinha a prova vermelha de tantos erros, mas sua nota fora 8. Godô perguntou se havia reclamações. Timidamente levantei o dedo, e ele me fez passar à frente da classe. Disse: "Eu sabia desta reclamação. Essa redação só tem dois erros de ortografia, mas pergunto se vocês já comeram uma laranja chocha, daquelas que a gente chupa e não sai nada. Pois esta redação é assim. Creio que minha nota foi muito alta." Por tal, faço força para dar conteúdo no que escrevo para vocês.



FECHANDO A PORTEIRA.

Corpus Cristi.

Esta expressão se traduz por "Corpo de Cristo", e é celebrado na quinta feira, após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. Ela foi instituída em 1264, pelo Papa Urbano IV. Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, vivia angustiado por dúvidas da presença de Cristo na Eucaristia. Fez então uma peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, mas ao passar por Bolsena, na Itália, enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida, mas na hora da Consagração recebeu a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sangüineos e as toalhas do altar, sem manchar as mãos do sacerdote, e a parte da Hóstia que estava em suas mãos conservou as características de pão ázimo. (Pesquisa no Google - Wikipedia)

Conto esta história por não entender, como nossa cidade de Camaquã, suprimiu este importante feriado de Corpus Cristis.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”