sábado, 16 de abril de 2011

Boletim 71

ABRINDO A PORTEIRA.
Feliz Páscoa.
Desde os tempos que não se perdem na minha memória, a Páscoa era uma das melhores festas do ano. Claro, eu era criança, e inocente, ainda não contaminado com as mazelas do mundo profano. Sabíamos, crianças, que os ninhos estavam escondidos no grande jardim. Era só eu e minha mana, e os ninhos deveriam ser iguais, pois aquele que achasse o primeiro, não tinha como trocar com o outro. Uma festa, linda festa, por sermos crianças, quando sabíamos alimentar sonhos. Depois de achado o ninho, apreciado sua imensidão, navegávamos na contemplação do grande ovo do coelho, olhando por um vidrinho, e lá dentro extasiávamos com as mais lindas figuras do mundo. Eu custava a comer os chocolates, mas minha mana devorava os seus rapidamente, quando partia para cima dos meus. Quase uma luta corporal.
Bem, eu voltei às minhas distantes Páscoas, e certamente os mais velhos me acompanharam.

GALPÃO.
A fazenda Sant´Anna.
Como já disse lá atrás, a Fazenda Sant´Anna foi desmembrada da Fazenda da Quinta em 1930. Naquela primeira metade do século XX o arroz irrigado tomava conta das atividades rurais. A pecuária camaquense sofria com a tuberculose de seus rebanhos, pelo fato de nossos campos passarem inverno e verão encharcados, pela falta de drenagem. Fato que só foi solucionado na segunda metade do século, com a drenagem do DNOS. Meu pai Mário partiu então para o plantio do arroz, construindo uma taipa e represando bom volume d´água, mas infelizmente não possuía boa bacia de captação. Suas lavouras sofreram com a falta d´água. Minha mana Maria de Lourdes nasceu em 1930 e sete anos após necessitou de escola. As Irmãs Bernardinas inauguravam sua escola São João Batista, e lá ela foi internada. Eu logo segui atrás, e foi impossível minha mãe se separar dos dois filhos. Meu velho que iniciava suas atividades de fazendeiro, foi obrigado a arrendar a Sant´Anna para o irmão Adolfo, comprando uma chácara na periferia da cidade, hoje chamada de Vila Dona Thereza, cuja sede abriga agora o prédio da Survel Veículos. Mais uma vez meu Pai não foi feliz, ao optar por construir um matadouro de bovinos na referida chácara. Era o que ele mais conhecia, como homem campeiro, mas estava muito longe de ser um industrialista. Piorou com a fiscalização do Ministério da Agricultura, condenando uma barbaridade de gado, por tuberculose.


HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
O coelhinho.


Ainda a velha Páscoa. A história contada para as crianças daquele tempo, não tem nada com a história real da ressurreição de Cristo. Era puramente a história do coelhinho que botava ovinhos de chocolate. Pode? Claro que pode, na cabeça de inocentes crianças. Hoje as crianças não são mais inocentes, parecendo mesmo que já nascem sabendo, principalmente de computadores. Então, não são mais crianças, já nascem com os olhos abertos. Eu nasci e fui enrolado nos "cueiros", ficando sete dias num quarto escuro. Pode? Querem saber o que é melhor? Ontem ou hoje? Respondo sem medo de errar - hoje, pois a humanidade está evoluindo, só restando evoluir espiritualmente.




FECHANDO A PORTEIRA.

Alegria. Alegria
Aleluia. Aleluia.
Esta é a mensagem de Páscoa. Alegria, alegria, alegria. Cristo renasceu, alimentando em nossos corações a imagem da vida eterna. Nossos corpos poderão morrer, mas nossas almas renascerão para uma vida divina, cumprida as leis de Deus. Esta é a mensagem verdadeira da Páscoa.

2 comentários:

  1. "...a humanidade está evoluindo, só restando evoluir espiritualmente."...aqui te peguei...isso é fruto de nossas discussões passadas.....agora tu concordas comigo....estamos involuindo espiritualmente ! o mundo anda de marcha-ré ou os meios de comunicação estão mais sensacionalistas e o podre chega primeiro...ou os dois? Quando dizemos "só se vê violência..." nos referimos à TV com certeza....um desastre!....até o Jornal Nacional, abandonei....a TV me retira energia...to fora !...sem falar nas outras babaquice$ televisívei$ de venda fácil ! Os canais abertos estão cada vez mais voltado aos incipientes (aqui também pode se escrever com "s"). Bom, voltemos: tenho uma dúvida e fica aqui minha questão aos Kardexistas!...de onde vieram tantas almas pra terra, ultimamente? Hoje já somos 6,911 bilhões de habitantes...Por minuto, nascem 267 e 108 morrem, todos com uma alma cada. O saldo é positivo....será que estamos "importando" as almas corretas? Ou estão vindo só almas de "segunda". Como é feito este controle de qualidade? Sim, porque deve haver uma importação. Em 1900 éramos 1,6 bilhões...em 1950 era 2,5 bilhões..deve estar havendo uma verdadeira invasão extraterreste aqui no planeta....alguém ta estimulando isso? Tiraram as alícotas, a sobre-taxa, o câmbio caíu ou ta entrando pelo Paraguai? Será que o Lula ta por trás disso? Se alguém conhece o tema, por favor me ajude. Energia boa a todos ! Magrinho.

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  2. Putzgrila! Tema complicado! Talvez os budistas estejam certos... transmigração para os animais também. Ou Einstein com sua teoria espaço-tempo, quantos mundos existem afinal?!! Se pensarmos em termos de valores, aí já se acha alguma explicação da violência crescente. Parece que os bons valores foram enterrados com nossos avós. E nós ficamos "sem tempo" para ensinar nossos filhos. Credo! Que isso mude rápido. Mas, para garantir, também deixei de ver TV a muito tempo. Prefiro um bom livro! Abraço primo véio! Tudo de bom pra nós! Mauro.

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”