segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Boletim 65


ABRINDO A PORTEIRA.
Fazenda da Santa Tereza nº 2 - A sede.
Lauro Azambuja, pouco antes da 2ª Grande Guerra Mundial, construiu a atual sede da Fazenda Santa Tereza, beneficiado pela parceria agrícola com Adriano Scherer, e a firma Luiz & Azambuja, da qual detinha 1/3 de suas cotas. Foi seu construtor André Lempek, contando com o trabalho de dois amigos, Sady Scherer, e um alemão, que só lembro ser chamado de Becker. Enquanto a obra evoluía, morou com a esposa Maria, na "casinha", que ainda hoje existe, no mesmo alinhamento da Casa Grande. Lauro caracterizava-se por ser um homem sensato. Tanto, que o pai, Cel. Ney, deixou com ele a administração da grande fazenda. Era um exímio cavaleiro, como todo o Azambuja, principalmente no "pealo", arte campeira de grande utilidade, pois não havendo bretes, era nele que se imobilizavam os animais nas saídas das mangueiras. Minha formação moral deve muito a este homem, com quem convivi por muitos anos, lado a lado, e seus ensinamentos foram riquezas muito maior, do que toda herança que me aquinhoou.

Esta é a sede da Fazenda Santa Tereza, única que possuo, quando de uma reunião do Cite 9 - Cel. Dário Silva Azambuja, em 2001.


GALPÃO.
A visita do "Dono do chão".
Assim ele foi apelidado por não arredar pé do Galpão do Galo Velho, e amá-lo tanto quanto eu - João da Silva Vigano, meu capataz por 30 anos, e meu amigo pra vida inteira. Pois "veraneou" por lá, abrigado na casa do Ercílio, que agora passou a se chamar casa do João e Noeli. No seu costado a companheira amiga de sempre, Dona Noeli Rocha Vigano, acarinhados pelos netos - João Vitor, Jéssica e Bruna. Faltaram as crianças grandes - Jones, Liandra, Jussara e José Luiz, mas ficaram de voltar. João virou num engenheiro, inventando um banco desarticulado, que presenteou o galpão, e mais um queimador de incenso, verdadeiro presépio do Menino Jesus.
- João, o Galo Velho te abençoa, junto de teus familiares.

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Férias.
Pois me contaram, que a maior incapacidade do homem é não descansar. Isto quer dizer não tirar férias. E agora José? Como tirar férias numa "roseta" dessas? Ainda não podemos nos queixar, pois as chuvas têm sido razoavelmente distribuídas, e nossas lavouras, mesmo com alguns problemas, ainda nos dão esperanças. "Só se perde tudo, quando se perde a esperança". Então, vamos tirar férias, mas o problema é que não se descansa "em cima" do serviço, temos que sair para o mais longe possível. Distante dos problemas, certo? Que seja! O resto que se dane, em primeiro lugar a saúde e a família.

FECHANDO A PORTEIRA.
Não vou reclamar!
Ultimamente esta tem sido minha mais difícil missão. Não vou reclamar de mais nada! Dei-me conta, que as minhas reclamações faziam mal apenas para mim. Meu interior sofria, sem produzir resultado algum em meus contendores. Vou fazer algumas considerações:
1- Com minha esposa, de 53 anos de felicidade conjugal. "As minhas reclamações produziam fortes argumentos por parte dela, acabando sempre em discussão".
2- Com meus filhos de forte amizade, de mais de cinquenta anos. "Por estar velho e considerado fora do tempo, minhas reclamações não têm fundamentos, pois os filhos estão sempre com a razão".
3- Com meus netos. "Aí não existe nenhuma reclamação. Não entendo como tudo é tão fácil"!
4- Com meus amigos de velhas amizades. "Perdi alguns por minhas reclamações fortes, e alguns também me perderam pelo mesmo motivo".
5- Com os gerentes de bancos. "Minhas reclamações nunca surtiram efeito,nunca surtem e nem nunca surtirão. Nunca resolvi, e eles nunca terão soluções".
6- No trânsito com uma carteira de mais de cinquenta anos. "Só ouvi desaforo, e ainda agradeço não ter recebido nenhum tapa, ou tiro".
Agora objetivamente:
Fiz um trato com minha esposa - Os erros serão por culpa de nós dois. Um irá assumir o erro do outro. Não façam perguntas, estamos nas preliminares...

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Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”