O Dinheiro.
Costumamos dar pouca importância àquilo que está presente. Só nos interrogamos com o que ocorre esporadicamente. Até mesmo aos nossos cônjuges damos pouca importância, e esse louco do dinheiro faz parte do nosso minuto à minuto. O mundo é consumista. Convido aqueles que viveram em um "outro mundo", como eu, para recordarem que nele não existia nem o dinheiro, nem os bancos, e não faziam falta alguma, já que não se tinha onde gastar. O valor das pessoas também era feito com outras medidas, muito diferente destas medidas materiais de hoje. Seriam as pessoas de lá, mais felizes que hoje? A mim parece, que o fator de desequilíbrio, é que naquele mundo não se conhecia o tal de estresse de agora, entretanto, se esse mundo cansa, ele é muito reluzente.
GALPÃO.
O centro dos acontecimentos.
Ele era o centro dos acontecimentos. Ao redor do fogo de chão se traçava os planos de guerra, os movimentos políticos, os segredos de estado, bem distante da tagalerice das mulheres. As coitadas na época, por serem desprezadas, sem terem o que fazer, tagaleravam. Hoje felizmente o quadro mudou, e elas se igualam, ou até mesmo ultrapassam os homens. Mas a grandeza daqueles galpões é retratada nos versos de Balbino Marques da Rocha "Meu santuário de fumaça, onde as vezes desencilho. Faço um altar de lombilhos, do fogo à reminiscência, e cultuo a dor da ausência no oratório do passado. Galpão onde eu fui fedelho tirando raspa de tacho, corpiando tala de relho. Templo de fogo vermelho, onde os avós se reuniram, e donde a cavalo partiram, numa cruzada de macho. Aqui me curvo, me agacho, me inclino e, às vezes, me ajoelho. Desato o breve, a oração, revendo de um lado e de outro, quando o Rio Grande era potro, e os que domaram meu chão."
Um galpão de hoje é isto aí embaixo, um fogo luzidio, uma cadela aleitando, uma calma infinita, e a simplicidade das coisas.
Como disse o poeta: "No fundo é simples ser feliz! O difícil é ser simples!" (Leoni).
FECHO A PORTEIRA, sem histórias e sem tramelas...