ABRINDO A PORTEIRA.
As suposições.
Outro dia prestei atenção no diálogo de dois amigos, quando por mais de dez minutos de conversa, só fizeram suposições. Nossa imaginação é fantástica, capaz de nos levar ao infinito dos pensamentos. Nossas mentes são incomensuráveis, e é fácil supor o que se passa com quem está envolvido em problemas. Os dois amigos ficaram "novelando" a vida de um outro conhecido, apenas fazendo suposições. Não chegaram em lugar algum, perdendo tempo e na maioria das vezes fazendo injustiças, com aquele que não conseguia resolver seu problema. Assim acontece com as criaturas, que nada tendo o que fazer, ficam "falando da vila alheia", sem embasamento algum, e sem nada de concreto no pensamento, apenas supondo... Vamos fixar nossas mentes nas coisas positivas, reais, e vamos buscar a verdade a cada instante, no encontro final com Deus.
GALPÃO.
Sexta feira treze de agosto!
Pois foi nesta bela noite, que o Galpão do Galo Velho enfeitou seu "etéreo", com as boas emanações das mentes sadias de meu irmão, primo José Vitor Centeno Rodrigues e sua esposa Helena Maria. Ao som da afinada corda prima de seu violão, ele cantou e encantou duas horas daquela noite fria, iluminada pelas labaredas do forte fogo, alimentado pela Helena Maria. O galpão ainda no osso de uma grande reforma, que o meu Castiano promove, já relatada no boletim anterior, se alegrou e despertou os negros velhos, que ali dormem a noite grande da Invernada do Esquecimento. Momentos como este são os que gosto de gravar, para aqueles que virão depois, no registro de uma história que ali não terá fim.
Que o Grande Arquiteto do Universo ilumine o caminho destes meus dois primos, não permitindo que se percam nas encruzilhadas da vida, e que tenham Saúde, Saúde, Saúde.
São as preces do Galpão do Galo Velho.
HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Uma conversa com o Galo Velho, muito tempo atrás.
-Galo Velho tu és feliz?
-Sou feliz. Tenho uma boa companheira, um rancho limpo e honesto e não me falta comida.
-Mas não te falta mais nada?
-A felicidade nunca será completa. Sei que me falta muito, como sei que para o Patrão também falta. Primeiro tenho que reconhecer o muito que Deus me deu, principalmente a saúde. Sei que me falta um colchão novo, destes de mola que recém inventaram, mas tenho que me contentar com aquele de crina, feitio da Dona Selvina. Nem gosto de pensar no tal de rádio, com aquela voz linda, saindo de dentro daquela caixinha.
-Então estás feliz.
-Sim, e minha maior felicidade é apreciar a natureza sorrindo, ao nascer de cada madrugada, me sentindo solto no lombo do picaço campo à fora, quando me sinto dono de alguma coisa deste mundo grande. Não sei fazer conta menino, nem medir o tamanho das coisas, mas sei que dentro de mim existe um espaço imenso, como se um Construtor ali fizesse a sua morada. Sou feliz sim, principalmente por saber viver em paz com as outras pessoas, e se fosse um solitário, sem minha china, meu cavalo e meus amigos, seria então um homem muito infeliz.
FECHANDO A PORTEIRA.
Inverno brabo.
Em outro boletim do ano passado creio que fiz a mesmo consideração - que inverno brabo! Estamos com frio desde maio, e que frio! Até uma ceroula minha Jane comprou para me aquentar por baixo, e minha prima Ivette confeccionou na lã do tricot, umas polainas para aquecer minhas canelas. A bicharada anda quieta, e até o Atropelo, "cuiúdo" da manada do Luis Mário, anda relinchando baixo. Ainda não vi a geada, pois "larguei" das madrugadas, mas fico feliz ao relembrar de um tempo, que se cangava boi nas noites escuras delas, quando se quebrava geada nas poças d´água, e até no sereno da grama. Será que está voltando aquele outro tempo? Difícil, pois o tempo não dá volta, mas resta a alegria de que o Rio Grande do Sul desperta, "selecionando" os fortes e os bons, preparando ainda o terreno para a "sêmea" de uma lavoura livre das pragas e das doenças. "Inverno forte = lavoura forte", já diziam os nossos ancestrais.
domingo, 15 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Galo Velho
- Galpão do Galo Velho
- Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
- Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”
Caro irmão e primo, primeiro o comentário da Helena: que manda um beijão, que gostou muito, e diz a eles que venham nos visitar em Florianópolis.
ResponderExcluirDopo o meu: sem muitas palavras. O Galpão do Galo Velho é exatamente como eu pensava que era. Como te disse, também tive um Galo Velho, de nome José Gandaia, e para ele escrevi aquela proza poética que te mostrei. Aceito a ta sugestão e vou tratar de por em prática. Acabamos de chegar em casa e estamos bem.
teste2
ResponderExcluir