ABRINDO A PORTEIRA.
A Reclamação.
Vamos primeiro identificar os propósitos destes boletins. Além da história de um tempo passado, princípios do meu NPHC, devemos pensar juntos nas coisas do nosso dia a dia. Hoje vamos refletir sobre RECLAMAÇÕES. Fico me questionando quantas faço por dia, e não consigo chegar numa conta, talvez vocês consigam. No trânsito então, quando estamos com o volante na mão, quantas fazemos? Será que estamos sempre com a razão? Então, com a esposa e os filhos, parece um desastre, onde muitas vezes não mostramos tolerância. Por falar em tolerância, quem admite opiniões divergentes? Depois de tantas interrogações vou fazer as minhas afirmações para não alongar, mas por favor, pensem nas de vocês. Só seremos educados, sábios, "velhos", quando aceitarmos as opiniões dos outros, mesmo que elas não nos convençam, sem tentar prevalecer as nossas. Até a opinião de nossos filhos que sabemos erradas, devem por vezes ser ouvidas em silêncio, para que possam refletir nos seus próprios erros, e mais tarde sim, tentarmos um diálogo amigável.
Confesso que uma de minhas práticas atuais (talvez das últimas) é não reclamar mais. Tudo aconteceu quando passei a ficar surdo, concordando com as pessoas e me tornando mais amável. Pensem nisto, o que só irá fazer bem ao nosso viver com Deus.
GALPÃO.
A reforma.
Vocês não irão acreditar. O Galpão do Galo Velho está "nos trinques", pois o Luis Mário se esmerou, superando a própria crise financeira. Um novo telhado de alumínio, leve, bonito e para sempre. Nova instalação elétrica, uma linda varanda, onde nos dias quentes teremos onde ficar, e no inverno servirá de estacionamente para nossos carros, descendo no seco quando das chuvas. A "alma" do galpão (pois quem não crê eu afirmo - galpão tem alma) continua a mesma na sua simplicidade, que é a essência das coisas verdadeiras. Faltam os cavaletes para os arreios, as cocheiras prontas para os cavalos do Ramiro e o pai Castiano, e por último a confecção de uma "parrilla", coisa de castelhano tchê.
HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
O Zé Grande.
Nunca ninguém soube ao certo o seu verdadeiro nome. Um José qualquer, mas um negro muito grande, de gestos calmos e seguro em suas atitudes e, um homem de confiança da Fazenda da Quinta. Ele construiu ao lado do Galpão do Galo Velho um rancho de leivas, coberto de santa-fé, onde criou uma grande família ao casar com Sia Antônia, tendo um filho que foi meu amigo de infância, o Pedro, dos muitos negros meus amigos, e ainda hoje tem duas de suas filhas morando na Vila da Santa Rita do Sul. Uma delas a Lilica ajudou muito a criar com carinho, meus filhos por muitos anos. Além da característica de bom atirador, primava pela maneira de falar por ser "meia língua" trocando o "r" pelo "l". Nos dias de marcação era ele que manejava o monte de marcas junto do fogo, e quando gritavam: "Olha a marca marqueiro". Ele respondia "Apelta manheiro". Nos dias de festa era o homem do churrasco, assando na vala de chão, e quando era hora de servir dizia: "Ta plonto. Mais clu come o tigue e véve goldo" .
FECHANDO A PORTEIRA.
Ainda as reclamações.
Elas se confundem com impaciências e irritações. Por tal lembro de meu sogro e amigo Raul de Freitas Lima, que foi chefe do Correio e Telégrafos, quando dirigia mais de mil empregados da empresa. Pois se aposentou de uma quinta para uma sexta feira, sem um preparo psicológico, e foi um desastre total. Ficou dentro de casa azucrinando a família inteira. Eu era namorado da filha dele, a Jane, hoje minha esposa de 52 anos, imaginem quanto tempo faz. Lembro de certa feita estando na sala de visitas, lógico que com a sogra do lado "fiscalizando" o namoro, ele passou todo empertigado, e olhando para mim disse: "Luiz vou sair, pois tenho que dar uma bronca em alguém, e o primeiro certamente será o cobrador do bonde". Um verdadeiro crime premeditado, como dirão os juristas, mas testemunho que estes fatos ocorrem ainda hoje, e com frequência. Digam se não estou com razão.
terça-feira, 20 de julho de 2010
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Galo Velho
- Galpão do Galo Velho
- Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
- Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”
Tu é demais vô, fiquei muito feliz com teu galpão nos triiinquessss!!! Não vejo a hora de ir tomar um mate por la na beira do fogo contigo!!!
ResponderExcluirSobre as reclamações...ichhh estou entre as top 10 do ranking!!!
Tu moras no meu coração te amo!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSabes minha Pichirica, eu tenho um amor lindo que será eterno, por tua Vó Jane, mas meu Deus, deito e levanto com as suas reclamações. Aprendi ao londo de todo este tempo, que isto não é falta de amor, nem mesmo de respeito. Já te disse - temos que amar as pessoas como elas são, e não como queremos que sejam. Não podemos permitir são outros defeitos graves.
ResponderExcluirBeijo teu coração, o Vô que te ama com todas tuas reclamações.