Simplicidade gaúcha.
Em uma charla galponeira, no NPHC com meu Irmão Alaor Rodrigues recordamos vivências de um tempo criança, lá por 1950. Encontramos em um jornal, que o gaúcho é um homem que prima pela simplicidade. Então lembramos de nossos ancestrais, que se vestiam com simplicidade, e seus arreios, cuias e bombas não tinham os enfeites de prata e ouro, como se vê comumente no gaúcho fronteirista. Concluímos que lá, ou eles eram mais ricos que os da nossa região Centro Sul, ou sofriam influência da grande quantidade de prata que descia de Patovi, pelo rio Paraná. Cheguei a lembrar ao meu parceiro, que fui criado em Camaquã numa fazenda muito rica, a Invernada, de meu avô Ney Xavier de Azambuja, que costumava guardar o dinheiro sob o colchão, pois graças a Deus, ainda não chegara por aqui os tais de bancos. Mesmo não se tinha onde gastá-lo, salvo nas carreiradas, ou nas poucas pulperias já que a vila ficava distante. A gente vivia a família. A aproximação entre seus membros era imprescindível, e o encontro ocorria não só nas refeições, mas durante todo o dia. O respeito era pela ordem hierárquica: O velho Avô, que nem era tão velho assim, só para nós crianças, a esposa, os filhos, filhas, noras e genros, e até mesmo as velhas empregadas a gente respeitava. Se tudo aquilo era bom caberá estudo em outro capítulo, mas posso afirmar que se vivia em harmonia. Havia respeito, um dos lemas do Galpão do Galo Velho. Alguns “mascavam o freio”, mas para mim serviu como exemplo de dignidade.
GALPÃO.
Uma ata...
Todos sabem que o Galpão tem um livro, já no nº 6, onde se registra os causos quando das suas reuniões. Pois transcrevo uma “ata” das minhas netas: “Numa tarde de inverno, no domingo, viemos ao galpão, mas sentimos falta de alguém que tinha ficado em Camaquã com dor de cabeça. A minha Vó também ficou para acompanhá-lo. Fizemos um bolinho frito maravilhoso feitio da Tia Nice, para inaugurar a cabanha, com o Inácio vindo de Camaquã, para morar aqui. Vô espero te encontrar aqui no Galo Velho. Ficou maravilhoso. Te amo muito. Beijos. Beta (Roberta Chagas Azambuja).” “Sentimos muito tua falta Vô, tu é a alegria do Galpão. Fizemos um bolinho de chuva, que a tia Eunice fez. Um beijo da Lulu (Luisa Lahude Azambuja).”
São estas coisas que nos dão tranqüilidade para “descansar”.
HISTÓRIAS QUE ME CONTARA.
Teimosia dos Azambuja.Todos sabem que o Galpão tem um livro, já no nº 6, onde se registra os causos quando das suas reuniões. Pois transcrevo uma “ata” das minhas netas: “Numa tarde de inverno, no domingo, viemos ao galpão, mas sentimos falta de alguém que tinha ficado em Camaquã com dor de cabeça. A minha Vó também ficou para acompanhá-lo. Fizemos um bolinho frito maravilhoso feitio da Tia Nice, para inaugurar a cabanha, com o Inácio vindo de Camaquã, para morar aqui. Vô espero te encontrar aqui no Galo Velho. Ficou maravilhoso. Te amo muito. Beijos. Beta (Roberta Chagas Azambuja).” “Sentimos muito tua falta Vô, tu é a alegria do Galpão. Fizemos um bolinho de chuva, que a tia Eunice fez. Um beijo da Lulu (Luisa Lahude Azambuja).”
São estas coisas que nos dão tranqüilidade para “descansar”.
HISTÓRIAS QUE ME CONTARA.
Creio que esta já saiu em um boletim anterior, mas como os velhos estão sempre repetindo as coisas, não vai fazer mal. O causo me foi contado pelo Tio Fay (José Olavo, casado com a filha mais velha de meu Avô Ney, chamada Marieta), que era muito criativo, e gostava de descrever as teimosias dos Azambuja.
A fazenda mãe dos Azambuja foi a Invernada, junto às margens do Banhado do Colégio, com os seus campos alagados, permanentemente inverno e verão, estabelecendo a grama boiadeira nos banhados, alimentando o gado inverno e verão. Daí terem gado gordo no inverno, originando assim o nome da Fazenda da Invernada.
Era um dia quente de verão, que fazia silenciar os pássaros, e tremer o horizonte da grande várzea. Na fazenda junto à sombra de um cinamomo, corria o mate de mão em mão, na esperança de aplacar a seda daquela gente. O açude refletia o brilho do Sol forte, moldado pelos muitos galhos dos salsos chorões, plantados em uma pequena ilha. O Cel. Ney depois de contemplar o calmo das águas, disse.
- Olhem que grande jacaré bóia ali no açude.
- Aquilo não é jacaré é toco, Papai. Retrucou o filho Neyzinho.
Armou-se o grande circo. É toco, não é toco. É jacaré, não é jacaré, é toco. Entrou mais gente na teima e ferveu a panela. A coisa já estava virando num griteiro. Tio Neyzinho desrespeitando o calor, de mansinho foi ao galpão vindo montado no seu tordilho, já com o laço armado, dando um certeiro tiro de laço na “coisa”. Tal o calor que ninguém chegava para perto do açude. De arrasto para a beira do aramado, veio o toco para admiração e espanto dos muitos parentes que se incorporaram ao “angu”.
Tio Neyzinho berrou.
- Então Papai não disse que era toco!
Empilhando mais desconforto na roda, o velho caudilho sacou do seu nagão 44 descarregando-o, sobre o “pobre e indefeso” toco, aos gritos.
- Tira este bicho daqui.”
A
FECHANDO A PORTEIRA

No boletim passado falei em tristezas, na despedida de minha Mana Dinha, agora quero “equilibrar” com alegria, contando do irmão dela e os dois sobrinhos – o de óculos é o “Magrinho”, que nasceu Luiz Fernando Azambuja Júnior (1958), e o de bigode é o “Castiano”, que nasceu Luis Mário Azambuja (1961). Já falei deles lá atrás, mas agora estou fazendo a apresentação ao vivo. Outra hora mostrarei meus netos. Desculpem, mas não há nada mais lindo em minha vida, e sei que na de vocês também ocorre o mesmo, mas como eu é que estou com “a pena” na mão, peço que me entendam. Os dois se declararam meus “colegas”, um agrônomo e o outro veterinário, pela ordem, e isto aconteceu quando disse que fazendeiro não é profissão, pois perdida a terra eles não sabem o que fazer na vida. Ainda não perdi a terra toda, resta um bom “naco”, então os meninos se “viram” em suas profissões, sabendo o que fazer na vida.
Oi vô, tuas netas estão orgulhosas do vô moderno que tem!!!
ResponderExcluirBeijos Fer, beta e Lulu
adorei o blog, super divertido. bonito bom de se ver. bem gaucho. nao sabia que o galpao era por causa de um cabanheiro da sant' anna. meus parabéns.
ResponderExcluirass: Eduardo Gauss Griebeler
Olá! São divertidas as histórias. Conheço o filho do seu Olavo que está com 78 anos.Ele também se divertiu. Abraço à família!Pedro Moacir 'pedromoacir@pop.com.br'
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