ABRINDO A PORTEIRA.
2014.
Ele está novíssimo, e logo será apenas novo mas, logo, logo, já será velho. A velocidade do tempo está nos assustando. Pertenço a um tempo que a gente abria os olhos e ficava imaginando o que fazer. Hoje ficamos imaginando o que deixar para fazer amanhã. Nos países de primeiro mundo os profissionais tiram férias curtas, bem ao contrário daqui, e descobri o por quê: eles descansam "todos os dias"! Em um determinado horário fecham seu negócio, e vão praticar o esporte preferido. Os que se sentirem velhos para os esportes físicos vão jogar xadrez. Se fizermos assim, nossos dias ficarão mais longos. Experimentem.
GALPÃO.
O mate.
Certamente já falei dele, mas nunca é demais relatar o hábito mais gaúcho de todos. Lembro que escrevi sobre as mateadas em público. Ora, mate é um momento de sociabilidade quando entre familiares ou amigos, e por tal deve ficar restrito ao lar, ao galpão e até mesmo nos locais de trabalho. Condeno as mateadas dentro dos automóveis, salvo em viagem longas, muito longas. A raiz da fraternidade gaúcha consiste na frase "Queres um mate?". Imagina na rua o mateador encontrar um monte de amigos - impossível a oferta! No meu NPHC (Núcleo de Pesquisas Históricas de Camaquã) estamos fazendo um trabalho sobre o mate. Não como se faz mate, pois isto varia de um local para outro, mas as suas Leis. Talvez a primeira delas será: "Mate não se pede". O mate deve ser ofertado, no simbolismo de nossa hospitalidade. Nas rodas do mate, ninguém deve ser excluído, entretanto, alguém pode se excluir agradecendo o mate. Relatarei as Leis, quando o NPHC concluir o trabalho, e desde já estamos solicitando a participação de vocês.
HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Ainda o mate.
Fica difícil reler o que escrevi, evitando as repetições, mas lá vai mais uma. Um amigo e irmão, que já partiu para a Invernada do Esquecimento, costumava receber a comadre dele em sua família, onde mateavam. Então a comadre "engrenava" primeira, segunda e até terceira em sua bomba de mate, o que mexia com os seus bofes, pois uma das leis do mate é que só o cevador pode mexer na bomba. Então certo dia meu amigo "palanqueou" a bomba na cuia, usando um arame fino. Foi uma risada coletiva quando a comadre se deu mal.
FECHANDO A PORTEIRA.
O Sofrimento.
"Isso não é vida!". Quantas vezes já ouvimos essa frase? Prestem atenção no seu significado. Quem a pronuncia parece querer partir para outra. Normalmente seu sofrimento é por coisa insignificante, um fato desprezível, no qual colocou todo o conteúdo da existência. Sofrer é padecer com paciência, foi o que encontrei no dicionário de Silveira Bueno, mas quem consegue paciência nas dores? Nas físicas talvez consigamos, mas e nas dores morais? Aquele amor perdido, numa ofensas, ou uma injustiças? Parece intolerável, mas tudo seria fácil se "Amássemos a Deus sobre todas as coisas"! Quem se habilita?
Que o Senhor, Criador de todos os Mundos esteja conosco em 2014 e SEMPRE.