quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Boletim 155.

ABRINDO A PORTEIRA.
2014.
Ele está novíssimo, e logo será apenas novo mas, logo, logo, já será velho. A velocidade do tempo está nos assustando. Pertenço a um tempo que a gente abria os olhos e ficava imaginando o que fazer. Hoje ficamos imaginando o que deixar para fazer amanhã. Nos países de primeiro mundo os profissionais tiram férias curtas, bem ao contrário daqui, e descobri o por quê: eles descansam "todos os dias"! Em um determinado horário fecham seu negócio, e vão praticar o esporte preferido. Os que se sentirem velhos para os esportes físicos vão jogar xadrez. Se fizermos assim, nossos dias ficarão mais longos. Experimentem.

GALPÃO.
O mate.
Certamente já falei dele, mas nunca é demais relatar o hábito mais gaúcho de todos. Lembro que escrevi sobre as mateadas em público. Ora, mate é um momento de sociabilidade quando entre familiares ou amigos, e por tal deve ficar restrito ao lar, ao galpão e até mesmo nos locais de trabalho. Condeno as mateadas dentro dos automóveis, salvo em viagem longas, muito longas. A raiz da fraternidade gaúcha consiste na frase "Queres um mate?". Imagina na rua o mateador encontrar um monte de amigos - impossível a oferta! No meu NPHC (Núcleo de Pesquisas Históricas de Camaquã) estamos fazendo um trabalho sobre o mate. Não como se faz mate, pois isto varia de um local para outro, mas as suas Leis. Talvez a primeira delas será: "Mate não se pede". O mate deve ser ofertado, no simbolismo de nossa hospitalidade. Nas rodas do mate, ninguém deve ser excluído, entretanto, alguém pode se excluir agradecendo o mate. Relatarei as Leis, quando o NPHC concluir o trabalho, e desde já estamos solicitando a participação de vocês.


HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Ainda o mate.
Fica difícil reler o que escrevi, evitando as repetições, mas lá vai mais uma. Um amigo e irmão, que já partiu para a Invernada do Esquecimento, costumava receber a comadre dele em sua família, onde mateavam. Então a comadre "engrenava" primeira, segunda e até terceira em sua bomba de mate, o que mexia com os seus bofes, pois uma das leis do mate é que só o cevador pode mexer na bomba. Então certo dia meu amigo "palanqueou" a bomba na cuia, usando um arame fino. Foi uma risada coletiva quando a comadre se deu mal. 

FECHANDO A PORTEIRA.
O Sofrimento.
"Isso não é vida!". Quantas vezes já ouvimos essa frase? Prestem atenção no seu significado. Quem a pronuncia parece querer partir para outra. Normalmente seu sofrimento é por coisa insignificante, um fato desprezível, no qual colocou todo o conteúdo da existência. Sofrer é padecer com paciência, foi o que encontrei no dicionário de Silveira Bueno, mas quem consegue paciência nas dores? Nas físicas talvez consigamos, mas e nas dores morais? Aquele amor perdido, numa ofensas, ou uma injustiças? Parece intolerável, mas tudo seria fácil se "Amássemos a Deus sobre todas as coisas"! Quem se habilita?
Que o Senhor, Criador de todos os Mundos esteja conosco em 2014 e SEMPRE. 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Boletim 154.

ABRINDO A PORTEIRA.
Punta del Leste.
O nome por si já é expressão de riqueza. Uma linda e rica cidade incrustada numa belíssima península, mas contradizendo com um país longe de ser rico. Eu ali também fui uma contradição por cinco dias, e é importante quando se conhece os "dois lados da moeda", ou como diz meu Pavimento de Mosaico: "os dois opostos da vida". Necessitei de um amigo para me emprestar o apartamento, onde comemorei a "cura" da minha Jane, alheio às minhas incapacidades materiais. O sabor da felicidade deve ser sorvido sem as preocupações do que nos falta, mas usufruída com o muito que Deus nos brindou de graça. O Grande Criador me permitiu ser feliz, diploma que ostento alegremente ao longo de meus oitenta anos de vida. Gostaria que vocês me entendessem - ser feliz não é medir o muito ou o pouco que possuímos, mas reconhecer e agradecer ao Deus que acreditamos, pela boa saúde que nos deu, e pela família que desfrutamos. O resto será sempre um resto, que não nos pertencerá nunca.
Obrigado Senhor!

GALPÃO.
O Deus Cósmico.
Sei, vocês irão dizer que isso não é conversa de galpão, mas vou fazê-la porque estarei protegido por seu manto de luz. Estou lendo um livro com este título, assinado pelo meu já amigo Dr. Valnei Tavares, nascido na terra pura e limpa de Canguçu. Daí que ainda não tendo terminado de lê-lo já me empolgo, para dizer que mesmo não sendo uma nova religião, bem poderia ser, e seria a mais velha de todas, visto que nos projeta ao Cosmos. Somente lendo "O Deus Cósmico" será possível tirar conclusões, já que o autor nos deixa à vontade para raciocinar. Insiro um trecho do livro:
"Para a fé cósmica, o pecado, no sentido de "ofensa" a Deus, não existe! Pela simples razão de que não é possível Deus se ofender com algum tipo de comportamento humano. Se isso acontecesse, ele não seria Deus!... Mas atenção: não existe pecado, mas existe, sim o erro! Jamais qualquer comportamento ou ato humano pode fazer com que Deus se ofenda, porém todo o ato ou comportamento voluntário que fizer sofrer, ofender, constranger ou humilhar outro ser humano (ou animal ou a própria natureza) é uma dívida que contraímos e que terá, cedo ou tarde, de ser resgatada".
Deixo uma oração do Deus Cósmico: "Obrigado Senhor por tudo que me deste. Obrigado Senhor pelo que estás me dando. Obrigado Senhor pelo que me darás".

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Papai Noel.
Claro, essa história é muito velha, mas por acontecer todos os anos vou focá-la novamente. Nunca gostei do Papai Noel. Ele sabia de todas as minhas artes, e me cobrava com forte autoridade. Creio que era um ignorante aquele homem "gordo, vestido de vermelho e derramando suor", que cobrava meu mau comportamento. Eu o escutava atentamente, mas a distância, e foi bom não me colocar em seu colo, como hoje os Papais Noéis fazem com as crianças, o que considero uma evolução social. Estou aplaudindo. Pena que esse "bom velhinho", como diz a mídia, anda botando a mão no meu bolso, fazendo com que mais uma vez eu me desgaste com ele. É presente para todo o mundo, e isso não acontecia naquele tempo, quando se desconhecia a tal de mídia. Presente era coisa muito rara. A gente rezava bastante (coisa que não se faz mais), indo a Missa do Galo. Não consigo lembrar dos enfeites de presépios, e nossas árvores de Natal eram naturais. O que mais valia eram os banquetes dos churrascos gordos. 
Hoje é um "Papai" nos acuda !

FECHANDO A PORTEIRA.
Feliz Natal!!!
É Feliz Natal pelo nascer daquEle que nos redimiu dos pecados! Foi Ele que pagou nossa grande conta, e portanto, não devemos mais nada. Se estamos fazendo outras contas, elas serão pagas de acordo com a Lei de Causa e Efeito. É difícil, mas envio votos para que vocês não errem, e UM FELIZ NATAL.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Boletim 153.

ABRINDO A PORTEIRA.
O Galo Velho.
O artista camaquense, Mauro Rocha, realizou uma bela pintura, extraída da imagem do Galo Velho que estampa a lateral dos boletins, obra esta que foi comprada pela Câmara de Vereadores da cidade de Tapes, e que enfeita uma de suas paredes. Recebi a ligação de um vereador de lá, pedindo título para a obra, quando disse que meu Galo Velho simboliza o trabalho na pecuária gaúcha. Como queriam saber detalhes daquele campeiro, relatei:
Cristino era filho de um paraguaio, tanto que para muitos o seu apelido era "paraguaio". Seu pai foi aprisionado quando da Guerra do Paraguai, na tomada de Uruguaiana pelos brasileiros, e veio para a Fazenda do Cristal, dos filhos do General Bento Gonçalves, como escravo, onde casou e constituiu família. Ainda jovem, Cristino foi comprado pelo meu bisavô, Ignácio Xavier Azambuja, vindo para a sua fazenda da Invernada. Posteriormente ele veio para a Fazenda da Quinta, onde trabalhou como posteiro, recebendo casa, lavoura fechada, cavalos e seus arreios, um rancho mensal das primeiras necessidades (*), podendo ainda criar junto como o gado do patrão. Era desta criação que tirava o seu sustento, já que não recebia salários. Aliás, naquele tempo ninguém recebia salário, todos se alimentavam fartamente da cozinha da fazenda, recebiam roupas dos patrões, e viviam livres sem escravaturas. Jamais existiu escravos em nossas fazendas, eles foram amigos dos fazendeiros, mesmo porque estavam armados de uma faca para courearem, e cavalo campo à fora, fácil de fugirem! O trabalho do posteiro consistia, além da lida campeira, em cuidar para que o gado do patrão não passasse para o campo do vizinho (não havia aramados), mas não se importando que o gado do vizinho passasse para o seu campo. Isto porque havia uma lei, que consistia em ser do proprietário, todo o animal que ali nascesse e recebesse marca. Quando das reculutas (consistia na busca dos animais alheios à propriedade) as vacas que ainda alimentavam os terneiros marcados, só seriam recolhidas na próxima, com seus terneiros já desmamados.  
(*) - Naquela época se plantava na sede da fazenda café e algodão.
Eram de pouca produção e má qualidade, mas servia para o sustento, principalmente o algodão na confecção de roupas. Ainda não criavam ovelhas nos nossos campos, por serem dominados pelos banhados. Como o alimento principal era a carne, e havia uma pequena produção de arroz no início do século XX, buscavam na foz do Rio Camaquã, num local chamado Pacheca, os demais gêneros que vinham de Pelotas. Os barcos ali aportavam para carregar a lenha (o único combustível da época), oriunda da grande mataria do Rio Camaquã. Lembro-me das "bolachas éguas" embaladas em barricas de madeira, certamente para não molharem no transporte.

Desculpe a extensão da escrita, o que não é meu costume. Inflamei-me com a beleza de um passado puro e limpo. Não vou galponear, nem contar histórias, deixando tudo aberto para um até breve.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Boletim 152.

ABRINDO A PORTEIRA.
A consciência.
Também já me referi a ela anteriormente, mas é um assunto inesgotável. Tão inesgotável que muitos dizem que ela é o Criador que habita em nós. Eu digo que ela é a "internet" que nos comunica com Ele. Então vou trazer um outro elemento, que é indispensável em nossas vidas - o equilíbrio. Não afirmo, mas penso que devemos desenvolver nossas consciências (elas se desenvolvem de acordo com a moral com que pensamos), de tal maneira, que consigamos o seu equilíbrio. Parece que assim não sofreriam tanto, certas pessoas que conheço, e que se machucam tanto por seus pequenos erros. Machucam a si próprios. Sofrem por uma consciência exagerada, na análise de seus pequenos erros que podem ser considerados normais. Afirmo que só cresce, aquele que aceita seus erros, e busca por suas correções.

Nossos filhos.
Não costumo fazer transcrições aqui, mas esta parece ser verdadeira. Devemos meditar. Recebi do meu Irmão Negro Velho, que nasceu Wilson Dias.

Falando sobre conflitos de gerações, o médico inglês Ronald Gibson começou uma conferência citando quatro frases: 
1. "A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus."
2. "Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque esta juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível."
3. "O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais os pais. O fim do mundo não pode estar muito longe."
4. "Esta juventude está estragada até ao fundo do coração. Os jovens são maus e preguiçosos. Eles nunca serão como a juventude de antigamente... A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura."
Após ter lido as quatro citações, ficou muito satisfeito com a aprovação que os espectadores davam às frases.
Então, revelou a origem delas:


A primeira é de Sócrates (470-399 a.C.); 
A segunda é de Hesíodo (720 a.C.);
A terceira é de um sacerdote do ano 2000 a.C.
A quarta estava escrita em um vaso de argila descoberto nas ruínas da Babilônia e tem mais de 4000 anos de existência.


Fantástico! Infelizmente nada mudou! 


Não galponeio, nem conto histórias, mas estou feliz, pois minha Jane largou dos "cueiros".



sábado, 23 de novembro de 2013

Boletim 151

ABRINDO A PORTEIRA.
Resignação.
Creio que já me referi anteriormente, que toda a virtude é de difícil aprendizado. Não nascemos virtuosos, salvo os eleito do Senhor. A resignação, que o dicionário define como "coragem para enfrentar a desgraça", é sem dúvida uma das mais difíceis. Como não esbravejar ante a desgraça, contemplando a morte de um ente querido, ante um acidente fatal, um desastre da natureza? Apenas sei que esbravejar não irá nos dar solução alguma, como sei o quanto é difícil manter a serenidade numa hora destas. Quando perco alguma coisa, costumo meditar "Quem me dá, tem o direito de me tirar". 

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Saci Pererê.

Não é por ser colorado, pois antes de ser, nasci gaúcho, torcendo hoje para o Grêmio nos representar na Libertadores. Essa história do Saci foi despertada com um artigo do Vianey Carlet na Zero Hora, enaltecendo o Inter, 5º colocado entre os 10 mais destacados das três Américas em artigo da Revista Forbes (o Grêmio não aparece ali). Então pesquisei na Wikipédia.
Saci Pererê é um personagem do nosso folclore, e tem sua origem entre os índios da região das Missões no nosso Rio Grande. É um negro jovem, quase criança, de uma perna só, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe concede poderes mágicos, fazendo pequenas travessuras. Lembro de meu tempo criança, quando as cozinheiras diziam: "Olha, o Saci passou por aqui e fez queimar o arroz", e outros pequenos acidentes domésticos a ele atribuídos. Monteiro Lobato foi o primeiro escritor a lhe dedicar atenção, e em 1917 publicou o seu primeiro livro "O Saci Pererê: resultado de um inquérito". Ziraldo também o colocou em suas histórias de quadrinho. Vamos ver se os poderes do nosso Saci despertam os pernas-de-pau do meu Inter.


FECHANDO A PORTEIRA.
Nem vou entrar no Galpão do Galo Velho, mesmo porque ando muito distante dele. Minha Jane agora "anda largando dos cueiros", e em breve retornaremos, se Deus quiser. Afinal foram sete longos meses...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Boletim 150.

ABRINDO A PORTEIRA.
O amor.
Certamente é uma das palavras mais usadas no nosso linguajar diário. Amamos tanto, que o termo odiar está se apagando. Tomara. Assim vou me atrever a falar sobre o amor, escrevendo aqui como o pratico. Inicialmente afirmo que o amor é um sentimento que não nos pertence. Pertence ao Ser Divino que nos criou, a quem devemos fazer oferta. Ao amar devemos amar, para o outro, sem pedir nada em troca. É um sentimento tão soberano, que dele não podemos fazer negociações. Muitas vezes ao ofertar meu gesto de amor, sinto que ele foi desprezado, ou na melhor das hipóteses, despercebido. De outras feitas foi tão enaltecido, que buscaram fazer retribuições. Só ama com desprendimento, quem ama a Deus. 

GALPÃO.
O cavalo crioulo.
Vou chamar de amor, pois paixão é um sentimento excessivo, podendo tanto ser "amor ardente", como "martírio", lembrando o sofrimento de Cristo. Como os sentimentos dos gaúchos são "ardentes", vamos deixar passar como "paixão", essa estrema dedicação ao cavalo crioulo, que já se estende pelo resto do País. Dou testemunho, que nos fundos de muitas casas da minha cidade de Camaquã, existe uma cocheira acolhendo um cavalo crioulo. É com ele que se participa dos rodeios, desfiles, cavalgadas pelo interior, e até mesmo visitas aos amigos distantes. Necessário entender que 90% de nossa população citadina é oriunda do campo, trazendo dai o amor pelo cavalo. O cavalo crioulo é obediente, manso, bonito e resistente. Meu filho Luis Mário ama tanto o cavalo crioulo, que guarda numa parede do Galpão do Galo Velho a caveira das suas duas primeiras éguas. Só está faltando os crioulistas inventarem enterro de suas cavalgaduras. Olhem só a saudosa imagem que o Luis Mário guarda. 




HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Ainda o amor ao cavalo.
O cavalo sempre fez, e ainda faz parte da vida do gaúcho. Nos tempos primitivos, quando aqui era chamado Terra de Ninguém, ele só tinha amor pelo cavalo. Até mesmo a mulher, que ele roubava nos povoados (daí a alcunha de ladrão), abandonava logo adiante, com medo de formar família, perdendo aquela existência nômade. O único torrão pátrio, conquistado com lança e pata de cavalo, foi o nosso Rio Grande do Sul, e foi o cavalo crioulo, nosso "tanque de guerra", peça indispensável para aquela conquista. A imagem abaixo mostra bem o quanto cavalo-gaúcho era amor - O guerreiro morto - assinatura de Marenco.

FECHANDO A PORTEIRA.
Mais cavalos...
Vejam como estamos evoluindo! Sou do tempo em que as domas nas fazendas era uma verdadeira barbaridade. Era o "bicho" homem versus bicho cavalo. Claro, vencíamos, mas pobre daqueles animais. Agora, abram o link abaixo e apreciem a evolução.




segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Boletim 149

ABRINDO A PORTEIRA.
O sentido da vida.
Quando se percorre um longo caminho da existência, dificilmente deixamos de perceber qual o sentido da vida. Quando se percorreu a metade dela é normal uma vacilação. Ele poderá ter interpretações diferentes, de pessoas para pessoas. Tudo irá depender de suas constituições morais. A filosofia diz que moral é o nosso domínio espiritual. Aqueles que julgarem que a vida é constituída apenas de matéria, jamais terão um bom sentido da vida. 
Em breve, todos nós não estaremos mais aqui. Por mais que tentem alongar nossas vidas aos 100 anos, ela é passageira. Temos de crer nisto, assim como temos de crer que aqui não viemos inutilmente, para gastarmos nosso tempo com vaidades e orgulhos. Qual então o verdadeiro sentido da vida? Atrevo-me em afirmar que estará nas obras que aqui praticarmos. Certamente haverá o juízo de uma consciência maior, e não aceito que esse juízo pertença ao ser humano. Afirmaremos, nem que seja no momento final, que nossa existência não foi inútil, e que soubemos construir para o bem de nossos semelhantes. 
Os primeiros habitantes de nossa Pátria não tiveram consciência do sentido de suas vidas. Nem souberam que viveram em um paraíso, mesmo vivendo em contato com a natureza pura, imagem divina de um Deus Criador. Não conheceram vaidades, nem orgulhos fúteis, até que o homem branco aqui chegou, com suas doenças e outras tantas mazelas. Continuo afirmando que a humanidade está evoluindo, e creio que em breve também encontraremos a paz interior, complemento indispensável para entendermos o verdadeiro sentido da vida. Amém.
PS- De tanto que escrevi, nem vou chegar no Galpão, contar Histórias ou mesmo cerrar a Porteira.   

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Boletim 148

ABRINDO A PORTEIRA.
Nossa Casa.
Hoje retornei à nossa casa, com a minha operada Jane ainda toda "ponteada". Fiquei matutando no significado da gente retornar ao lar. Não são os móveis, os enfeites, o computador, os tapetes, mas, o significado espiritual da família. Quando saímos à passeio, retornamos sem esta emoção. Quando saímos por doenças, sofrendo hospitalizações, ao retornarmos é que sentimos a razão de nossas felicidades, dentro de nossos lares. Cheguei a imaginar aqueles que retornam a um simples rancho de sapé, sabendo que suas emoções serão idênticas à minha. Que Deus abençoe nossos lares.

GALPÃO.
Saudade.
Sei que teu fogo estará aceso, mesmo que a "pretinha" não esteja se aquentando no teu lume. Tu é que não sabes a saudade que doe em meu peito. Mando-te um chasque, dizendo que retornei, e que: "Tu foste um dia meu lar, e hoje aqui venho rezar, saudoso do teu afago, catedral xucra do pago, de joelhos no teu altar" (Apparício Silva Rillo).

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
O cérebro e a mente.
Estou lendo Deepak Chopra e Rudolph Tanzi, ficando emaranhado no intrincado mundo de nossos cérebros. Em certo momento ele interroga: "Quem manda? O cérebro ou a mente?" A história é longa, não cabendo nos meus sucintos textos. Não creio que seja uma conclusão, mas entendi que o cérebro não deve mandar em nosso corpo. Nós é que devemos, através da mente, mandar em nosso cérebro. O cérebro é matéria, e a mente é abstrata. Até creio que ainda não descobriram onde ela se encontra. O cérebro obedecendo a mente irá mandar mensagens sadias ao corpo, desde que a mente seja "pura e limpa".

FECHANDO A PORTEIRA.
Vou deixar esta porteira entre-aberta, pois a história aí de cima está fundindo meu cérebro. Sei, entretanto, que trilho um belo caminho, e como a última porteira se aproxima, quero chegar lá com minha cuca "pura e limpa". 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Boletim 147

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
A Partícula de Deus.
A zero hora do dia nove de outubro publicou artigo intitulado "Descobridores da Partícula de Deus levam o Nobel de Física". Seus nomes: Peter Higgs e Francois Englert, que identificaram há cinquenta anos, partículas que explicam a formação do Universo. Em matéria de ciência meus recursos são escassos, e não poderei fazer comentários técnicos, mas copio o texto da Zero Hora, página 41: 
"A teoria - conhecida como Modelo Padrão e que explica o comportamento das forças na natureza - indica que essa seria a partícula que garante massa a todas as demais e, portanto, central na explicação do Universo. Conhecida como Partícula de Deus, tratava-se de uma importante fronteira não resolvida pela Física. Nos anos 1960, o cientista Peterr Higgs desenvolveu a teoria e indicou que uma 'energia invisível' (o grifo é meu) preencheria um vácuo no espaço." 
Certamente vocês que me leem, não necessitam desta demonstração, pois Ele não é matéria para crermos em sua existência, que habita em cada um de nós. Amém.

Observação:
Novamente no Hospital São Lucas da PUC, onde entramos pela porta da frente desta vez. A cirurgia de reversão da minha Jane está sendo protelada, pois estão priorizando os casos graves. Nada nos preocupa. Estamos sendo bem tratados, e o principal é que ela está ótima de saúde. Darei noticias.
PS - Onze horas acabou a cirurgia. Tudo legal, e com Deus.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Boletim 146

ABRINDO A PORTEIRA.
Posso fazer alguma coisa?
Volto ao tema, porque alguma coisa mais deve ser corrigida. Havia me referido, que não devemos nos intrometer naquilo onde não somos chamados. Pois bem, essa máxima deve ser mantida, entretanto, não devemos ficar alheios ao que se passa aos nossos olhos. O que peço é que se afastem das grotescas cenas da nossa televisão. Minha repulsa é o sangue que exploram. Certamente havia muito mais sangue derramado em tempos passados, o que nos leva a crer que estamos evoluindo, mas que esta verdade não nos deixe estressados. Busquemos uma boa música, que fará bem ao espírito.


GALPÃO.
Igualdade.
Este é o sétimo mandamento do Galpão do Galo Velho, afirmando que ali acaba o patrão e o empregado, o negro e o branco, o culto e o ignorante, o rico e o pobre. Acontece que não consigo estender sua sombra para o mundo lá fora, pois o que se nota é que estamos cada vez mais em desigualdade. Como muitos de vocês, sou do tempo que havia poucos modelos de vestidos, dois ou três modelos de automóveis, os rádios eram de uma só marca, e por aí à fora. E hoje? Nem se consegue contar. Daí, haja dinheiro, trazendo mais desequilíbrio social.


HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
A carochinha.
As histórias que nos contavam! Histórias da "carochinha"! Histórias de invenções para criança, como define o dicionário. Ora! Vai agora fazer invenções para as criancinhas, para ver a "xingação" que irás receber. As crianças parecem nascer adultas, já desenvolvendo a massa cefálica no ventre materno, quando das conversas com elas. Quando nasci, me enrolaram nos cueiros e me socaram sete dias num quarto escuro. Daí concluirmos que a humanidade está evoluindo. Muito rápido, o que parece ser o único problema.

FECHANDO A PORTEIRA.
Já é outro dia, com o mesmo Sol, e novas esperanças. Não vamos fechar nada. Vamos então abrir nossas consciências.

domingo, 29 de setembro de 2013

Boletim 145.

ABRINDO A PORTEIRA.
O que eu tenho com isto? (2ª parte)
No boletim anterior abordei esse assunto, permitindo que um irmão e amigo se manifestasse sobre o tema.  Não discordou do que eu havia escrito, mas oportunizou que eu meditasse. 
Penitencio-me. Temos tudo a ver com tudo. Jamais poderemos ser omissos, que é o maior dos pecados sociais. Concluo, que o título deveria ter sido: Posso fazer alguma coisa?

GALPÃO.
Poucos entenderão o conteúdo da simplicidade. Primeiro - não há sujeira! Segundo - há respeito! Terceiro - muita Paz! Detalho a cena: Uma caveira de cabeça de jacaré. Um casco de tatu. Correames dependurados. Bancos servindo de mesas. Uma gamela grande onde a carne é cortada, depois gamelas pequenas de onde é servida com a mão, para depois ser sorvida com farinha. Claro, muitas latas de cerveja, que servem para alegrar. Por vários motivos estamos nos distanciando disso aí, e a cena não se repete.

HISTÓRIAS QUE EU CONTO.

AS LEIS MORAIS.
A educação de nosso espírito é feita pela liberdade de nossas ações, e é do conhecimento de todos que isto se deve ao maior poder que recebemos de Deus: O Livre Arbítrio. Nascemos com ele, e ao morrermos ele nos acompanhará na busca da perfeição, dominando nossa natureza terrena.
Existe uma pergunta de difícil resposta: "Qual a nossa verdadeira herança?" Será que serão nossos bens materiais e o desfrute dos prazeres mundanos? Encontramos a resposta no Livro Sagrado: "nós mesmos, ou aquele fruto que iremos colher".  Podemos afirmar que a grande luta do homem é contra sua própria natureza, ao conviver com a Natureza de Deus, preservando e encontrando nela o real sentido da vida humana - a felicidade.
 As Leis Morais são os seis mandamentos da segunda Pedra:
- Honrarás Pai e Mãe.
- Não matarás.
- Não pecarás contra a castidade.
- Não cobiçarás as coisas alheias.
5 - Não levantarás falso testemunho.
- Não desejarás a mulher do próximo.
Vejam quão difícil é nos aproximarmos de Deus, quanto mais sentarmos ao seu lado.
A pesquisa ainda nos leva ao Livro Sagrado das Escrituras, onde diz que todo o ato por nós praticado está inserido na "Lei de Causa e Efeito" - o que representa assumir RESPONSABILIDADES e, aqui nos referimos à CONSCIÊNCIA, elemento que distingue o ser humano. Cabe a cada um de nós o APRIMORAMENTO DA CONSCIÊNCIA, que será a chave do crescimento ético e moral da humanidade.

FECHANDO A PORTEIRA.
O nascer da primavera será sempre um novo renascer.




segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Boletim 144

ABRINDO A PORTEIRA.
O que eu tenho com isto?
Desde muitos anos faço esta pergunta, sempre que encontro um fato que me chame a atenção. Uma discussão, um diálogo, uma fofoca, um simples necessitado, enfim, tudo que se passa ante meus olhos. A pergunta tem evitado que me intrometa onde não sou chamado. Ocorre que agora, temos um vídeo aceso aos nossos olhos dia e noite - a bendita e maldita televisão. Nela corre mais sangue do que beijos, além das fofocas e a tal de política. Estou sempre corrigindo minha Jane - o que tu tens com isto? Não adianta. Ela quer corrigir o mundo! Creiam, eu desvio minha atenção. Não tenho nada com aquilo...

GALPÃO.
Eu tenho tudo com isto.
Dou-me conta que na sua simplicidade, nada acontece demais, salvo alguma estercada de corujão de orelha, que ali chega para limpar os ratos do galpão, o que também foi corrigido ao telar as suas aberturas. Aos ratos, os gatos. No mais é a conversa das labaredas e o silêncio de mim mesmo.


HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Dr. Ruy Rodrigo Azambuja.
Essa história assisti em uma reunião de Rotary, em Porto Alegre. O Ruy além de meu primo, casado com a prima Marila Fay Azambuja, era meu Companheiro de Rotary. Ele deu uma palestra no Rotary Club Porto Alegre, lá no Edifício do Clube do Comércio, na Rua da Praia, onde atirou a televisão nos confins do inferno, e olha, isto se passou há mais de vinte anos. Se vivo ele fosse hoje, certamente morreria outra vez, pois as coisas se multiplicaram em violências, sangue, desastres, tumultos, roubalheira, assassinatos, novelas briguentas, famílias desestruturadas, pois é só o que eles colocam naquele vídeo. Amigos, aquela palestra me afastou da televisão. Liguem um bom som, com uma boa música, se afastando do estresse, e vendo a família mais unida. Ao menos conversarão, pois "quem não se comunica se trumbica", já dizia meu Avô...

FECHANDO A PORTEIRA.
Vou poupar a paciência de vocês, não falando nos celulares modernos, que possuem diversos nomes. Já perceberam que os jovens, e até mesmo algum mais velho mal educado, não conversam mais com vocês? Estão "ligados" 24 horas do dia...

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Boletim 143.

ABRINDO A PORTEIRA.
As virtudes cristãs.
O que todos nós sabemos é que nenhuma virtude é fácil de ser praticada. Meditem nas sete virtudes cristãs: Fé - Esperança - Caridade - Força - Temperança - Justiça e Prudência. Num primeiro momento parece ser fácil, mas para não me alongar, meditemos apenas na caridade. Parece ser fácil estender a mão com algumas moedas, não é mesmo? Pois talvez a caridade seja a mais difícil de todas, já que considero caridade = "amar ao meu próximo como a mim mesmo". 

GALPÃO.
Força.

Claro que no Galpão do Galo Velho se exerce muita força, mas não é esta a força da virtude cristã. Não é a força física, e sim a força moral. O dicionário diz que moral trata dos costumes e deveres do homem. Pois devemos nos fixar nos deveres do homem para com Deus. Daí encontraremos a paz, a amizade, o amor, o respeito, a elevação espiritual, e também a "força" para praticar as sete virtudes cristãs.

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Nanã.
Sou casado com uma Freitas Lima, cujo atavismo da raça é de serem pessoas impetuosas. Seus ímpetos por vezes chegam à exasperação. Contou-me o meu sogro, Raul de Freitas Lima, que uma parenta sua, apelidada de Nanã (o nome verdadeiro esqueci), descobriu que seu marido mantinha um "caso" com determinada senhora da cidade, cuja característica eram duas lindas tranças negras. As refeições naquele tempo eram dotadas de pesado ritual, e foi numa delas que o seu marido destampando uma das terrinas da mesa, surpreendeu-se com o conteúdo de duas lindas tranças negras. Houve profundo silêncio, e creio mesmo que não caberiam maiores comentários. A terrina permaneceu na mesa por alguns dias, até que o marido (naquele tempo tínhamos grande autoridade) falou que não queria mais aquele prato na mesa. Não comentou o fato, mas certamente não comeu mais do seu indigesto conteúdo. 
Por tudo isto, somado a busca das virtudes cristãs, sou um homem casto à minha Jane Freitas Lima, por 56 anos de fidelidade conjugal.


FECHANDO A PORTEIRA.
Vou me firmando nos estribos, suportando os corcovos da vida, e aprendendo que crescemos nas dificuldades.

domingo, 8 de setembro de 2013

Boletim 142

ABRINDO A PORTEIRA.
A pescaria.
Há quem diga, que quando estamos nervosos, devemos ir pescar. Certamente a estas horas, a humanidade de hoje estaria na beira d`água aprendendo a pescar. Sempre pesquei, mesmo não estando nervoso. Nosso grupo é chamado de "Os fisgados", e o título não se deve ao fato de termos fisgado algum peixe, e sim porque fomos fisgados pela Natureza. Pouco importa o tamanho do peixe, ou sua quantidade, o que importa é o contato com ela, e a convivência com os amigos. Ali nos elevamos, sentindo o poder do Criador, que nos extasia ante um simples cantar dos pássaros, ou o murmúrio do escorrer de uma água límpida e cristalina. 
O lindo dourado não morreu. Ele retornou às águas do seu formoso Rio Paraná. Ao centro meu saudoso amigo Gilberto dos Santos, com quem ainda pesco, no meu rio imaginário.

GALPÃO.
O dourado assado.
Ali ao redor do fogo de chão já se comeu muito peixe, mas aquele que permanece na memória foi um dourado assado pelo lombo, recheado por minha filha Márcia, e saboreado pelo casal amigo, Cláudio Ribeiro e sua esposa Míriam, quando um "boné foi jogado ao chão", oportunizando um giro aos EUA, em um congresso de criadores de Gado Devon. Ao chegarmos naquele lindo ano de 1984, nascia nossa primeira neta, a Fernanda Lahude Azambuja. 

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Histórias de pescadores.
A gente conhece várias, e quase todas são mentirosas, mas essa recebeu o juramento de meu tio e padrinho, Francisco Luiz Pereira da Silva, um dos homens mais probos que conheci. Pescava no açude da sua centenária Fazenda da Quinta, quando puxou quatro peixes, fisgados num só anzol. Uma traíra muito grande, que havia engolido uma menor, e dentro desta, a cabeça de outra pequenina traíra, que trazia o quarto peixe, o lambari, que servira de isca. Sei que vocês não irão crer, mas eu cri. 

FECHANDO A PORTEIRA.
Pescaria x Vicissitudes.
As pescarias nos levam a mudar de hábitos, percorrendo os mais diversos locais, com diferentes climas. As dificuldades muitas vezes nos surpreendem, e devem ser vencidas em conjunto, fortalecendo nossas amizades, pois não é na bonança que iremos crescer. 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Boletim 141

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Baruch Espinoza. (2ª parte e última)
Vamos naquele seriado, complicado e mais embrulhado que a cabeça do Espinoza.

"Deus falando com vocês":

5- "Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho? Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem te irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor".
O Galo Velho responde:
"Sempre confiei em Ti e só posso orar, para um dia ao teu lado sentar. Nada te peço, e só te oferto. Nunca temi por Ti, nem mesmo por Teu Juízo Final. Se por vezes sinto castigos, eu Te devolvo amor, para chegar no Teu Paraíso Celestial". 

6- Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
O G.V. responde:
"Irei sempre pedir o Teu amor, e o Teu perdão, pelas paixões e prazeres de meu inquieto coração. Os sentimentos e incoerências do meu livre-arbítrio são domadas por minha consciência".

7- "Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso"?
O G.V. responde:
"Creio que me castigas, mesmo feito à tua imagem. Quem diz é minha própria consciência, construída na dura aprendizagem, e imolada na tua onisciência".

8- "Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti".
O G.V. responde:
"Meus mandamentos e leis é minha consciência quem dita, e só o amor me controla, na Tua sabedoria infinita".

O Galo Velho é poeta de galpão, por tal, anda atrapalhado neste linguajar de quatrocentos anos atrás. As demais afirmações do Espinosa são todas "espinhosas", que ficarão sem respostas...

sábado, 24 de agosto de 2013

Boletim 140

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Baruch Espinoza.
Responder à Espinoza somente a ousadia de um Galo Velho! Um amigo enviou um e-mail, onde o filósofo holandês escreve:
"Deus falando com vocês":

1- "Pára de ficar rezando e batendo o peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que eu fiz para ti".
O Galo Velho responde para 'deus':
"  Não paro de rezar nem de bater em meu peito, porque não consigo sair pelo mundo e desfrutar a vida, direito. Tudo que fizeste por mim, ao construir o mundo terreno, onde gozo, canto e me divirto, foi fazê-lo pequeno, e com certeza terá seu fim".

2- "Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste, e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas prais. Aí é onde Eu vivo, e aí expresso meu amor por ti".
O Galo Velho responde:
"Os templos lúgubres, escuros e frios que construí, aquentam minha alma, buscando por Ti. As montanhas, bosques, rios, lagos e praias imensas, nada representam, ante o céu celeste onde sentas. Tu vives não lá fora, mas dentro de mim, numa luzidia aurora".


3- "Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau. O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer".
O Galo Velho responde:
"  Não paro de culpar minha vida miserável, pois sem que o digas, sei que sou pecador insaciável. A sexualidade foi boa na minha reprodução, mas não foi nela que encontrei teu amor e minha absolvição".


4- "Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro".
O Galo Velho responde:
"Busco por Ti nas Escrituras Sagradas, como te busco no amanhecer. Também nas paisagens, nos amigos e no meu sangue, num eterno renascer".

Serão 23 capítulos, portanto, será como os seriados do Cine Coliseu do velho Buchowski. Tenham paciência e tolerância, com quem procura pela verdade







domingo, 18 de agosto de 2013

Boletim 139

ABRINDO A PORTEIRA.
"Seja feita a Vossa vontade".
Sei que poucos oram. Então estarei me referindo, mais do que aos outros. Interpreto o Pai Nosso como uma oração de resignação. O Silveira Bueno diz que resignação é a coragem para enfrentar a desgraça, pois afirmo que é nesta hora, que maioria lembra de rezar. Pior é que por sofrerem, rezam com tristeza, quando a oração deve ser alegre. Não consigo rezar sem sorrir. Por que levar ao Pai nossas tristezas? Julgo que mais temos recebido dEle, do que nos tenha tirado. Concluo, que só quem nos dá tem direito de nos tirar.

GALPÃO.
Meus ancestrais.
Creio que o texto encontrado em um velho arquivo já tenha sido publicado, mas velho está sempre repetindo. Lá no Galpão do Galo Velho cultivamos a imagem da nossa ancestralidade, pendurada no quarto do "Vô Mário". Assim deixo a foto de meus quatro avós, lembrando que "somos" porque os cultivamos, pois os marginais ignoram o nome dos próprios pais. Abaixo um poema de Apparício da Silva Rillo, que ao meu juízo é o melhor de todos.










Vovô Ney Xavier Azambuja e vovó Fustina Pereira da Silva Azambuja, meus avós paternos. Na outra foto, vovô Adolfo Luiz Pereira da Silva e vovó Anna América Centeno da Silva, meus avós maternos. Apresentei outro dia as minhas "crianças", agora os mais velhos.

Sucessão.
Ser não é ter sido, ou perceber-se na estampa dos retratos dos avós.
É estar além do vidro das molduras, numa projeção muito além do próprio ser.

Guardo armas no meu íntimo armorial, brasões de sangue do meu velho clã.
Minhas batalhas são as vésperas de hoje, na projeção imprevisivel do amanhã.

Ter sido não é ser, ou apegar-se ao veio e as raízes dos avós. É ser a rama que brotaram deles, para dar sombra aos que virão de nós.

FECHANDO A PORTEIRA.
Sem contar histórias vou fechando a porteira, com as bênçãos do Arquiteto dos Mundos, rogando por nosso amanhã pleno de PAZ e RESPEITO. 

domingo, 4 de agosto de 2013

Boletim 138

ABRINDO A PORTEIRA.
Meditação.
Sei que o tema já foi abordado, mas procurem me entender, não escrevo para convencer vocês, escrevo para convencer a mim mesmo. Quando a gente escreve vale por dez meditações. Vou colocar minhas regras: 1º) - Silêncio total. 2º) - Um local agradável. 3º) - Na parte da manhã, o mais cedo possível, mas quando a luz já tenham vencido as trevas. 4º) - Procurem meditar no hoje, pois o amanhã é imprevisível. 5º) - Orem. 6º) - Meditem bom. 
Sei, está incompleto. Estou procurando, e vocês poderiam me ajudar.

GALPÃO.
Meditação.
Ali é que medito a pleno. As trevas da noite muitas vezes me perturbam, pois costumo madrugar faça frio, calor ou chuva, desde que eu tenha um fogo forte. No Galpão do Galo Velho persiste o passado. Busquem um lugar que tenha passado, pois as pessoas ao partirem, sempre deixam algo de si. 
Lá em cima pedi para vocês me ajudarem, mas entendam a razão do meu meditar. Não peço nada, absolutamente nada ao meditar, buscando apenas construir o meu interior. Costumo ofertar a Deus, até mesmo o pouco que possuo. Julgo isto importante. Conheço gente que medita buscando fazer o mal a outrem. Outros buscando uma realização material. Quando iremos entender que nada nos pertence, e que um dia iremos prestar contas de nossas existências!

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
A Paz.
Ainda vou me reportar a faixa ai do lado, com os Mandamentos do galpão. O segundo mandamento é a PAZ. Relacionei nela a Invernada do Esquecimento, onde deveremos chegar com o coração repleto do puro amor. Já fui criticado por um primo dizendo que o termo não existe, e que eu deveria retirá-lo dos boletins. Afirmo que ele existe, pois todos nós seremos esquecidos um dia, assim como esquecemos nossos velhos antepassados. 

FECHANDO A PORTEIRA.
Amizade.
(Copio abaixo da Wikipédia) 
Amizade (do latim amicus; amigo, que possivelmente se derivou de amore; amar, ainda que se diga também que a palavra provém do grego) é uma relação afetiva, a princípio, sem características romântico-sexuais, entre duas pessoas. Em sentido amplo, é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo.

Fiquei com vontade de incluir na Wikipédia, que a relação afetiva que retrata, pode ser também virtual. Imagina um homem de oitenta anos reconhecendo esta verdade, pois tenho vários amigos virtuais, que não conheço pessoalmente, aos quais dedico afeto. Outros são parentes que não vejo há muitos anos, mas que mantemos as amizades, neste longo e emaranhado caminho da internet.  

sábado, 27 de julho de 2013

Boletim 137

ABRINDO A PORTEIRA.
A amargura e a doçura...
Quantas vezes a amargura salivou em minha boca, e quantas vezes a cuspi fora! Quantas vezes a doçura também salivou, e busquei segurá-la em meu íntimo? Quem bebeu desta taça sagrada conhece bem o seu simbolismo. Sabemos que a felicidade e a tristezas são momentos, e eles se misturam, por vezes no mesmo dia. Mas num dia especial como de hoje, que nos impregnamos de amor, de fé e de esperança, testemunhando a palavra do Santo Padre, o Papa Francisco, não pode haver dúvidas quanto ao sentido de nossas vidas. Ela é vida espiritual. O resto é falso, passageiro, fútil, até mesmo inútil. Na verdade nos sentimos leves, indiferentes aos próprios problemas, pensando apenas em amar nossos semelhantes.  

GALPÃO.
º 
Precisando voltar no tempo, percorro espaços do galpão, e recordo os momentos que me fazem feliz. Ali estou gravando no 6º livro de atas, em meu colo, o registro dos fatos que estavam ocorrendo. Acolhia-me um banco tosco, vestido com o macacão de trabalho e vigiado pelo Tupã, aos meus pés. Naturalmente que ele é manso, pois todo cachorro é parecido com o dono. Hoje o Santo Padre, o Papa Francisco é o nosso dono, procuremos ser parecidos com ele.

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
O Respeito.
Se olharmos a faixa na direita do blog, encontraremos o primeiro mandamento do galpão - "Respeito, para mantermos a amizade e alcançarmos a Paz". O dicionário descreve respeito como  - veneração, submissão, mas veneração é culto. Então, ali mantemos um culto, que é o respeito às nossas tradições gaúchas. Cultuamos o fogo de chão com seu lume que não apaga, a porta sempre aberta, onde não temos distinção de raça, religião e partido político. Somos todos irmãos, mesclados na amizade, que é forjada na lida do campo, onde o suor do patrão se mistura com o suor dos empregados. É a simplicidade, chama que alimenta o amor, e que habita em nosso Papa Francisco.

FECHANDO A PORTEIRA.
O Papa Francisco.
Fechemos a porteira orando pelo Papa Francisco, na prece eterna de Amor à Cristo, Amor ao Próximo, e Respeito a nós mesmos. Ele está viajando para o Vaticano, e nós seguimos seu rastro, buscando o amor de Cristo.  

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Boletim 136

ABRINDO A PORTEIRA.
Simplicidade gaúcha.
Como simplicidade é a postura do Papa Francisco, vamos nos reportar à simplicidade do gaúcho. Recordemos de nossos antepassados, que se vestiam com simplicidade, com seus aperos, cuias e bombas sem os enfeites de prata e ouro, como se vê comumente no gaúcho da fronteira. por serem certamente mais ricos que os da nossa região Centro Sul. Fui criado em Camaquã numa fazenda muito rica, a Invernada, de meu avô Ney Xavier de Azambuja, que guardava o dinheiro sob o colchão, pois as porqueiras dos bancos ainda não haviam chegado por aqui. Também não se tinha onde gastar, salvo nas carreiradas, ou nas poucas pulperias, já que a vila ficava distante. Vivíamos a família. A aproximação entre seus membros ocorria não só nas refeições, mas durante todo o dia. O respeito era pela ordem hierárquica, e até mesmo as velhas empregadas eram respeitadas. Se tudo aquilo era bom, caberá estudo em outro capítulo, mas posso afirmar que se vivia em harmonia, pelo respeito, que é lema do Galpão do Galo Velho. Alguns “mascavam o freio”, mas para mim serviu como exemplo de dignidade.

GALPÃO.
Fico contemplando o fogo forte do Galpão do Galo Velho, para que eu possa acalmar o frio aqui da cidade, sem um fogo por perto, só com estas "labaredas" elétricas. Então a calma da cadela preta se aquentando nele, me faz reconhecer que Galpão sem cusco não é galpão.

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
Teimosia dos Azambuja.
Por certo esta também já saiu, mas vou repetir.
O causo me foi contado pelo Tio Fay (José Olavo, casado com a irmã mais velha de meu Papai Mário, chamada Marieta), que por inteligente e criativo, gostava de descrever "floreando" as teimosias dos Azambuja.
A fazenda mãe dos Azambuja foi a Invernada, aqui em Camaquã, junto às margens do Banhado do Colégio, com seus campos alagados inverno e verão, estabelecendo a grama boiadeira nos banhadais, que engordava o gado no inverno. Daí originando o nome da Fazenda da Invernada.
Era um dia quente de verão, que fazia silenciar os pássaros, e tremer o horizonte da grande várzea. Na fazenda junto à sombra de um cinamomo, corria o mate de mão em mão, na esperança de aplacar as sedes. O açude refletia o brilho do Sol forte, moldado pelos muitos galhos dos salsos chorões, plantados em uma pequena ilha. O Cel. Ney contemplando o calmo das águas, disse:
- Olhem que grande jacaré bóia ali no açude.
- Aquilo não é jacaré. É toco Papai. Retrucou o filho Neyzinho.
Armou-se o grande circo. É toco, não é toco. É jacaré, não é jacaré, é toco. Entrou mais gente na teima e ferveu o angú. Tio Neyzinho desrespeitando o calor, de mansinho foi ao galpão, retornando montado no seu tordilho, já com o laço armado, dando um certeiro tiro na “coisa”. Tal o calor que ninguém chegava para perto do açude. De arrasto para a beira do aramado, veio a coisa para admiração e espanto de todos. 
Tio Neyzinho berrou.
- Então Papai não disse que era toco!
Empilhando mais desconforto na roda, o velho caudilho sacou do seu nagão 44 descarregando-o, sobre o “pobre e indefeso” toco, aos gritos.
- Tira este bicho daqui.” A

FECHANDO A PORTEIRA


Vou apresentar dois amigos, pois dizem que aos filhos devemos ensinar o temor, depois o respeito, para serem nossos amigos por toda a vida. O de óculos é o “Magrinho”, que nasceu Luiz Fernando Azambuja Júnior (1958), e o de bigode é o “Castiano”, que nasceu Luis Mário Azambuja (1961). Outra hora mostrarei meus netos. Desculpem, mas não há nada mais lindo na vida, e sei que na de vocês também ocorre o mesmo, entretanto, como eu é que estou com “a pena” na mão, terão de me entender. Os dois se declararam meus “colegas”, um se formou agrônomo, e o outro veterinário, pela ordem, e isto aconteceu quando ensinei que fazendeiro não é profissão, pois perdida a terra eles não sabem o que fazer na vida. Ainda não perdi a terra toda, resta um bom “naco”, mesmo assim lá eles não se “viram” mais, pois não dá sustento para as três famílias. Imaginem agora um infeliz "sem terra", com um "naquinho" de 25 hectares. É só comprar um 'fusquinha', e não sustentam nem a gasolina, o governo que se vire...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Boletim 135

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Creio que esta longa história já foi contada, mas é coisa de velho andar repetindo. 
Perdi minha Mamãe quando criança, nos meus 14 anos de idade. Poucos meses depois ao me preparar para viajar a POA onde iria estudar no Colégio Farroupilha, morando no Hotel Metrópole, em um quarto sombrio e solitário, recebi a visita de uma tia, Mariá Azambuja Paranhos, irmã de meu Pai e amiga íntima de minha Mamãe. Uma carola que mandava na Igreja Matriz São João Batista, mandando mais que o padre. Então esta tia veio me dizer, que eu necessitava rezar muito por Mamãe, porque ela não estava no céu, pois havia morrido em pecado mortal. A terra se abriu aos meus pés, faltou ar nos meus pulmões e o sangue coagulou no meu corpo. Deus passou a não existir, pela maldita rejeição a quem era minha própria vida. Meu erro foi crer nas palavras da tia carola. Algum tempo depois ao interrogá-la descobri, que o pecado mortal da Mamãe fora “evitar filhos”. Pecado mortal cometia a própria Igreja Católica. Passei a ser um ateu. Pior, blasfemador. Não permitia que alguém me falasse em nome de Deus. Quando casei dez anos depois, as famílias fizeram com que me “confessasse” para tomar a santa comunhão. A confissão ao padre Barlen foi um desastre. Aconteceu assim: “Padre não roubei e não matei, o resto o senhor pode debitar na minha conta”. Quase fui expulso da igreja. O homem só acalmou quando contei a história da minha heresia, e da “pouca prática” da tia carola. Ele terminou me abençoando e me ofertando o corpo de Cristo, mas não me converti. Continuei ateu. Em 1964 entrei para a Maçonaria, ocasião em que fiz contato com a mais linda das ritualísticas, no primeiro contato com a frase: “Conhece-te a ti mesmo”. Depois aquela pergunta: “Nos momentos de maior perigo em sua vida, em quem mais confias?”. Respondi que em Deus! Aí acendeu minha VERDADEIRA LUZ. Lembro que alguns dias após, num domingo, estando sob uma ramada de minha casa em Camaquã, olhei para minha bela esposa Jane, e meus dois filhos sadios, me interrogando: “Mas que Deus malvado é este, que depois de todas minhas blasfêmias, me oferta a família que tenho, e a vida feliz que levo?”. Naquele momento convidei minha Jane para irmos à missa, e desde então sou eu quem a convida para nosso recolhimento espiritual. Depois desta longa e cansativa história, desejo fazer um arremate, me transportando aos dias de hoje, sessenta anos passados. É necessário focarmos duas ou três gerações passadas, para concluirmos, que felizmente não existe mais aquele “tacão” sobre as cabeças das crianças. Para quem não sabe, tacão é o salto de uma bota, comprimindo um inocente pescoço infantil. Era a força do braço, único e indispensável sustento para a sobrevivência da época. Depois, a outra força mais destruidora, a da autoridade eclesiástica. Só quem viveu naquele tempo, para dar um testemunho de vida.
Hoje observo a personalidade de meus netos, e os mais jovens poderão observar dos seus filhos, na conclusão indiscutível que as coisas melhoraram, e em muito, pois apesar do medo da violência, e do desequilíbrio social, estamos nos encaminhado para um futuro promissor, onde a ciência e a técnica conduzirá o homem a um estágio mais elevado na civilização.
Ainda tememos pelo nosso pouco preparo cultural, o desmantelo da família pela falta da presença dos pais em seus lares, o descaso das autoridades públicas com o analfabetismo e a saúde pública. Nem tão difíceis, estes males terão solução, pois mais difícil será solucionarmos o “medo psíquico”.


segunda-feira, 24 de junho de 2013

Boletim 134

ABRINDO A PORTEIRA.
A música.
Se me perguntarem digo as sete notas musicais, mas sou incapaz de juntar duas em um instrumento musical, entretanto, adoro música. Isso me faz lembrar de um poeta, que disse certa feita, que tão poeta é o que gosta de poesia, como aquele que a compõe. Então sou musicista. Para alegrar os musicista cliquem em

 http://www.youtube.com/embed/e-y581HdWfY?rel=0


GALPÃO.
O retorno.
Mais de dois meses se passaram, sem pedir a bênção dos ancestrais, que dormem na ronda do fogo eterno, lume do templo interior, que permite nossas mentes entender o significado da vida. Corria solto o minuano por entre o arvoredo, enrijecendo o corpo e alimentando a vida, até mesmo com o canto triste da juriti num galho da paineira, testemunhando o compasso das horas. Na solidão do galpão, no silêncio de mim mesmo, e sorrindo, bebi o passado lindo, que o Senhor dos Mundos me ofertou na vida. O passado é o maior dos alimentos do presente. Tudo estará renascendo, ou melhor, recém está começando. Registro abaixo minha conversa com aquela gente, que plantou o lenho para as labaredas quentes.

HISTÓRIAS QUE ME CONTARAM.
O Galo.
Recebi do Irmão Cony o simbolismo do galo:
"Ele representa o Mercúrio, princípio da Inteligência e da Sabedoria. Essa ave é, também, um símbolo da Pureza. É um gerador da esperança, o anunciador da ressurreição, pois seu canto marca a hora sagrada do alvorecer, ou seja, a do triunfo da Luz sobre as Trevas. Também simboliza a Vigilância, que é o papel que devemos desempenhar na sociedade".
Imaginem agora um Galo Velho, como este que nos abriga. 

FECHANDO A PORTEIRA.
O ocaso.
Parece que o inverno é o símbolo do ocaso, daquele que nasceu com a primavera, amadureceu com o verão, envelheceu com o outono, e veio morrer com o inverno. Mas como o fim não existe é o renascer para uma outra vida. 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Boletim 133

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
Nossos filhos.
Devo retroceder à boletim anterior, onde conclui, referindo-me aos dias modernos, com a frase: talvez mais difícil para a criação de nossos filhos.
Indiscutível que a humanidade está evoluindo. Assim retorno ao assunto, para testemunhar que os jovens de hoje estão muito mais desenvolvidos. Não só física, como mentalmente. Julgo que isto se deve a LIBERDADE. Sim, escrita em maiúsculas! Ela é a busca dos homens por todos os séculos. 
Os jovens de hoje estão sendo criados com mais liberdade. Aqueles da minha idade, procurem lembrar do quanto éramos tolhidos em nossas liberdades. Tudo era proibido, e obedecíamos a todos. Os jovens de hoje são desobedientes? Pois eles estão percorrendo caminhos que os velhos de hoje, só percorreram aos trinta ou quarenta anos. Se isso também torna mais fácil os desvios sociais, reconheçamos que se desviam apenas os que desconhecem as VIRTUDES. Também em maiúsculas, pois elas são os únicos caminhos limpos, que a humanidade pode trilhar.  

AVISO.
Depois de dois meses estou retornando esta semana ao Galpão do Galo Velho, ao lado de minha amada amante Jane, e abraçados escutaremos o crepitar das labaredas de um fogo forte.

sábado, 15 de junho de 2013

Boletim 132

ABRINDO E FECHANDO A PORTEIRA.
O pensamento.
Repito, o pensamento é a nossa ligação com a alma, e a alma é a ligação com Deus. Será que podemos comandar o pensamento? Que outras influências atuam sobre ele? A alma certamente tem a sua influência, pois os dois estão interligados.  Quem domina o pensamento? Alguém consegue "zerar" o pensamento? Sempre ao dormir faço esta tentativa, mas não consigo bom domínio sobre ele, e quando consigo, meu sono é  tranquilizante. Sei que o ideal é dormir com coisas boas no pensamento, mas é muito difícil. Alguns dormem com o pensamento voltado para coisas ruins, como por exemplo a vingança. Coitados. Vamos meditar em nossos pensamentos, e assim nos ligarmos com nossas almas, para termos pensamentos tranquilizantes. Muitos se livrarão dos psicotrópicos. Que assim seja.


A pressa.
Não sei onde vamos parar. Sei. O final será no cemitério, mas porque tanta pressa assim? Já nem me refiro ao trânsito, e sua pressa mortal.  Estou falando de nossa saúde, que começa com uma refeição apressada e mal digerida, por mal mastigada. Reparem que é uma ou duas voltas, e lá vai tudo para o coitado do estômago, com a dura tarefa de triturar aquela montanha. Outro dia almoçando em um bufê, localizado junto de uma emergência do SUS, sendo ele "livre" e por apenas quatorze reais, reparei nos pratarrões servidos por aquela pobre gente. A maioria extremamente barriguda, ou gorda. Tudo é uma questão de educação, pois observem que em um mesmo bufê, servido por gente mais civilizada, os barrigudos são poucos, e os pratos não são montanhosos.  Educação. Educação. Só assim teremos um Brasil melhor.

Galo Velho

Camaquã, Rio Grande do Sul, Brazil
Fundado em 05/07/1980, assim foi escrito em sua 1ª página do 1º Livro: “O que importa neste GALPÃO é que cada um saiba ser irmão do outro. Aqui terminou o patrão e o empregado; o pobre e o rico, o branco e o preto; o burro e o inteligente; o culto e o ignorante. Aqui é a INVERNADA DA AMIZADE e tem calor humano como tem calor de fogo. Nosso Galpão nem porta têm, está sempre aberto para quem buscar um abrigo. Neste Galpão os corpos cansados da lida diária encontrarão sempre um banco para descansar, e um mate amargo para a sede matar. Aqui o frio do Minuano não encontra morada, temos toda a Sant’Anna irmanada. A cada nascer de uma madrugada há de encontrar alguém aquentando fogo, buscando nas cinzas do passado, o Galo Velho que será, quando partir para a Invernada do Esquecimento. Ninguém será esquecido, se passar nesta vida vivendo como o nosso “Galo Velho” viveu, a todos querendo, sem nunca ter o mal no coração.”